Operação suicida – O movimento do Partido dos Trabalhadores para
escapar do furacão em que se transformou a crise política é uma ode à
hipocrisia. Usando a tese do plebiscito como escudo, a presidente Dilma
Rousseff escalou alguns dos assessores para tratar do tema.
Um dos escolhidos é o secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho,
que ao falar sobre o plebiscito tem destacado o financiamento público
de campanha. A defesa que Carvalho faz do tema só convence os que
desconhecem a história recente do País. Para quem não se recorda,
Gilberto Carvalho era secretário municipal de Santo André, na gestão de
Celso Daniel, quando o PT montou um esquema criminoso de cobrança de
propinas, principalmente de empresários de ônibus.
Inicialmente, o dinheiro da corrupção deveria apenas alimentar o
caixa da campanha presidencial de Lula, em 2002, mas o desvio de parte
dos recursos provocou uma cizânia no partido. Ao discordar da destinação
dada ao dinheiro, Celso Daniel arrumou alguns inimigos dentro do
próprio partido e acabou covardemente assassinado, após ser sequestrado.
Antes da consumação do assassinato, Celso Daniel foi submetido a
sessões de tortura, com direito à prática medieval da empalação. Fora
isso, o corpo do ex-prefeito de Santo André apresentava ferimentos
provocados por estilhaços de munição de arma de fogo, além de um tiro na
boca, o que denota o crime de encomenda.
Por esse motivo bárbaro o petista Gilberto Carvalho não deveria
empunhar a bandeira do financiamento público de campanha, pois o
dinheiro imundo da corrupção de Santo André financiou parcialmente a
campanha de Lula. (Confira ao final da matéria as gravações telefônicas
do caso Celso Daniel)
Caixa 2 petista em Londrina
O segundo motivo para Carvalho não pegar carona na tese absurda do
plebiscito repousa em Londrina, reduto político-eleitoral do
secretário-geral da Presidência e interlocutor de primeira hora de Dilma
Rousseff. Há anos, policiais apreenderam documentos da contabilidade
paralela de campanha do PT na cidade paranaense. Em um dos documentos (clique
para visualizar) do caixa 2 petista há vários registros de movimentação
financeira, um deles curioso. Trata-se de pagamento no valor de R$ 30
mil para “Paulo B.”. Não custa lembrar que o atual ministro das
Comunicações, Paulo Bernardo, é integrante da cúpula do PT e tem a
cidade de Londrina como reduto político.
Em organograma sobre o esquema ilegal de campanha (clique
para visualizar) é possível conferir depósitos feitos em dinheiro na
conta do agora deputado federal André Vargas (PT-PR), vice-presidente da
Câmara.
Duda Mendonça desmascara Mercadante
Outro escalado para defender o plebiscito – e que derruba a tese
chicaneira de Gilberto Carvalho – é o ministro da Educação, Aloizio
Mercadante, que como senador pouco ou nada fez pelo estado de São Paulo.
Mercadante, que se elegeu ao Senado com pouco mais de 10,5 milhões de
votos e apresentou à Justiça Eleitoral contabilidade irrisória, foi
desmascarado pelo publicitário Duda Mendonça durante depoimento à CPI
dos Correios.
Acuado por conta dos ataques de petistas que queriam livrar o partido
de um escândalo ainda maior, Duda Mendonça não se intimidou com as
acusações de Mercadante e desafiou o então senador a revelar os reais
gastos de sua campanha ao Senado. A saia justa foi tamanha, que dias
depois o agora ministro da Educação tentou se explicar, sem sucesso, na
mesma CPI, mas o assunto foi prontamente abafado pelos aliados.
Delúbio e os empréstimos fictícios do Mensalão
Gilberto Carvalho, assim como qualquer membro do PT, não tem moral
para defender o financiamento público de campanha, pois nos últimos anos
o partido deixou evidente a sua volúpia pelo dinheiro ilegal do caixa
2. Prova maior é o escândalo do Mensalão do PT, que, além do dinheiro
utilizado para a compra de parlamentares, amealhou fortunas ilegais que a
Justiça preferiu não investigar.
A sanha do PT pelo dinheiro ilícito ficou comprovada em documento (clique
para visualizar) assinado por Delúbio Soares de Castro e enviado ao
Banco BMG, em que o petista assume a responsabilidade pelos empréstimos
concedidos a empresas do publicitário Marcos Valério Fernandes de Souza.
Resumindo, o melhor que Gilberto Carvalho e seus sequazes podem fazer
é sair de cena silenciosamente, antes que o mar de lama venha à tona.
Confira abaixo os principais trechos das gravações
telefônicas do caso Celso Daniel, divulgadas à época com exclusividade
pelo ucho.info. Em uma delas, o atual ministro Gilberto Carvalho, da
Secretaria-Geral da Presidência da República, e Ivone Santana tratam a
morte de Celso Daniel com frieza.
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