Maldição gauche – Se na política também existe inferno astral, a
presidente Dilma Rousseff por certo está no olho do furacão.
Colecionando derrotas vergonhosas desde a eclosão da crise política,
Dilma ainda enfrenta as reticências nefastas de sua atabalhoada proposta
de reforma política. O primeiro tropeço se deu com a sugestão de
realização de uma constituinte específica para tratar da reforma
política.
Criticada por juristas de todas as correntes e aliados políticos, a
presidente abandonou a ideia e partiu para o plebiscito, cuja proposta
foi sepultada na Câmara dos Deputados na terça-feira (9). Mesmo assim, o
Palácio do Planalto e boa parte dos petistas não desistiram de empunhar
a cangalha do plebiscito, que na verdade é um atalho para o golpe
totalitarista do PT.
Antes da derrubada da proposta do plebiscito, o presidente da Câmara
dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), anunciou a criação de
uma comissão especial para estudar a reforma política, assunto que
dormita no Congresso Nacional há pelo menos duas décadas, sem qualquer
avanço. A instalação da tal comissão deveria ocorrer nesta quarta-feira
(10), mas a maldição que acompanha a presidente Dilma falou mais alto.
Por causa de uma divergência entre dois petistas – Henrique Fontana
(RS) e Cândido Vaccarezza – a discussão sobre a comissão foi adiada,
podendo ser retomada na próxima segunda-feira (15). O empecilho surgiu
no momento em que o presidente da Câmara indicou Vaccarezza como membro
da comissão especial. Com quatorze membros, a comissão reserva uma vaga
para cada partido. Foi o suficiente para a confusão ganhar a cena.
A escolha de Vaccarezza se justifica pela facilidade com que o
parlamentar paulista transita em todos os partidos políticos, inclusive
nos de oposição. A indicação de Henrique Fontana partiu do líder do PT
na Câmara, José Nobre Guimarães (CE), irmão do mensaleiro José Genoino e
mentor do escândalo dos dólares na cueca. Há quase quatro anos cuidando
da reforma política, o petista gaúcho Fontana não conseguiu, nesse
período, aprovar qualquer item do projeto.
Resumindo, na seara da reforma política prevalece, por enquanto, a
essência do dito popular sobre o quartel de Abrantes. Ou seja, tudo como
d’antes.
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