Papel carbono – O ano havia mal começado e Guido Mantega, que
continua ministro da Fazenda, repetiu a cantilena e afirmou mais uma vez
que em 2013 a economia brasileira cresceria 4%. O tempo passou e as
previsões passaram por seguidas reduções, repetindo o que ocorreu em
23012, quando o PIB registrou avanço de pífio 0,9%.
Nesta quinta-feira (4), a Confederação Nacional da Indústria (CNI)
reduziu sua projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB)
em 2013 de 3,2% para 2%, mas até agora nenhuma autoridade do governo se
manifestou sobre o tema. Até porque, contestar o óbvio é suicídio
político, sem contar que assimilar duas derrotas no mesmo dia é tarefa
árdua (a primeira derrota foi a do fracassado plebiscito).
O índice de crescimento da economia previsto pela CNI está acima do
verificado em 2012 (0,9%), mas aquém dos 2,7% registrados no primeiro
ano do governo Dilma Rousseff (2011). Em outro vértice das projeções, a
expansão do PIB industrial também foi revisada para baixo, de 2,6% para
1,0%. No ano anterior, houve retração de 0,8%.
A revisão nas projeções confirma o péssimo momento pelo qual passa a
economia verde-loura, além do equívoco das medidas adotadas pelo governo
para tentar reverter uma crise que só cresce. Não causará surpresa se
dentro de alguns meses o mercado reduzir novamente a previsão de
crescimento do PIB em 2013.
Gerente executivo de Política Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco
é quase didático ao afirmar que “Os dados de maio da produção
industrial não confirmam essa tendência de recuperação. Você tem uma
tendência mais moderada do que se imaginava. O consumo também não tem
reagido”.
“O segundo semestre vai ser muito caracterizado por adversidades,
como o ciclo de alta dos juros para combater a inflação. Em 2014,
podemos ter desempenho mais favorável se tivermos uma política mais
voltada para o investimento”, completa Castelo Branco. Acontece que a
paralisia do governo impede qualquer aposta, mesmo que ufanista, em
investimentos, algo que há anos não acontece no País.
Quando o ucho.info afirma que os petistas palacianos
desconhecem a mais simples definição da palavra “planejamento”, a
esquerda se revolta, mas a realidade econômica não deixa qualquer dúvida
a respeito do assunto. Querer resolver a crise em poucos meses, depois
de anos de inanição, apenas porque é preciso garantir a reeleição, é
acreditar que o Brasil é um enorme picadeiro com quase 200 milhões de
palhaços.
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