Escárnio oficial – Fosse o Brasil minimamente sério e com políticos
detentores de rasas doses de responsabilidade, o presidente da Câmara
dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), já estaria afastado da vida pública por desconhecer os limites da imoralidade.
Há mais de quarenta anos no Congresso Nacional, o que em tese permite
diferenciar o proibido do permitido, Henrique Alves cometeu o desvario
de usar um jato da Força Aérea Brasileira para, na companhia de sete
convidados, ir da capital potiguar ao Rio de Janeiro, onde acompanhou a
final da Copa das Confederações, entre Brasil e Espanha. O descaramento
que marca a política nacional é tamanho, que Alves alegou ter ido ao Rio
para um encontro com o prefeito Eduardo Paes, como se isso tivesse
alguma chance de ser verdade.
Tal comportamento mostra que o presidente da Câmara dos Deputados
mentiu ao afirmar ter se preocupado com os protestos que ganharam muitas
cidades brasileiras. Fora isso, para chegar ao Estádio Jornalista Mário
Filho (Maracanã) o parlamentar pelo menos ouviu as roucas vozes que
protestavam no entorno da arena esportiva.
Após o jornal “Folha de S. Paulo” denunciar o fato, Henrique Eduardo
Alves, por meio de sua assessoria, informou que devolveria aos cofres
públicos o valor correspondente à carona que deu à sua noiva e alguns
familiares. No final da tarde de quarta-feira (3) surgiu a notícia que o
presidente da Câmara ressarcirá o erário R$ 9,6 mil, valor calculado
com base no custo médio de passagens aéreas entre as duas cidades.
É importante lembrar que o “trem da alegria” de Henrique Eduardo
Alves não voou para o Rio de Janeiro em avião de carreira, mas em jato
executivo da frota da FAB. O cálculo feito pela assessoria do
parlamentar é extremamente simplista, pois o deslocamento de uma
aeronave no trajeto Brasília-Natal-Rio de Janeiro (ida e volta) custa
pelo menos R$ 130 mil em qualquer empresa de fretamento de jatos
executivos. Sendo assim, Henrique Eduardo Alves precisa devolver ao povo
brasileiro R$ 113 mil, valor correspondente à nababesca viagem de seus
sete convidados.
Alguém precisa avisar ao presidente da Câmara que os brasileiros não
madrugam diariamente para financiar as farras de políticos que à sombra
de um mandato eletivo acreditam estar acima do bem e do mal.
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