Beco sem saída – O fracasso da proposta de plebiscito enviada ao Congresso Nacional obrigou a presidente Dilma Rousseff
a um repentino silêncio em relação ao tema, que surgiu no vácuo das
manifestações que tomaram conta do País nas últimas semanas.
Diante de um fiasco eminente, assessores palacianos trabalham nos
bastidores para encontrar uma saída de encomenda para que a presidente
não sofra desgaste ainda maior, o que comprometeria ainda mais o seu
projeto de reeleição.
Dilma está longe de ser uma estreante na seara política e não
justifica a sua decisão inicial de propor a realização de uma assembleia
constituinte específica para tratar do tema. Vencido o primeiro
tropeço, a presidente surgiu com a ideia do plebiscito, que dependendo
dos próximos capítulos pode se transformar na segunda derrota política
em menos de quinze dias.
O governo sempre soube que o fator tempo seria o maior empecilho para
levar adiante a proposta do plebiscito, principalmente com a obrigação
de a reforma política ser válida nas eleições do próximo ano. Com a
inviabilidade marcando presença, a ideia foi propor algo esdrúxulo e
deixar com os parlamentares a responsabilidade pela não realização de
uma reforma política imediata. Acontece que a proposta presidencial está
mais para reforma eleitoral do que política. De agora em diante, a
estratégia será a de justificar o engodo com alegações sobre os entraves
legais e políticos.
Nesse imbróglio, mais duas pessoas terão de contabilizar prejuízos
políticos ao lado da presidente: os ministros Aloizio Mercadante
(Educação) e José Eduardo Martins Cardozo (Justiça), que desde a eclosão
da crise assumiram o papel de interlocutores de Dilma. E têm se saído
muitíssimo mal, o que confirma a conhecida incompetência do governo do
PT.
Enquanto parte da base aliada costura essa saída honrosa para Dilma
Rousseff, o PT trabalha para colocar a militância na rua com o objetivo
de defender o indefensável. Ou seja, os petistas são os responsáveis
maiores pela crise que aí está, mas como sempre insistem em usar a
fantasia do Aladim incompreendido, quando a mais adequada seria a de
Irmãos Metralha.
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