De olho no bolso – Ultrapassa o limite do bom senso a falta de
sensibilidade da presidente Dilma Rousseff diante de assuntos relevantes
para o País, principalmente quando se trata de tema relacionado ao setor primário da economia, possivelmente um dos mais importantes.
Sem se preocupar com o setor que há muito tem evitado que a balança comercial
brasileira amargue números indigestos, a presidente vetou projeto de
autoria do deputado federal Alceu Moreira (PMDB-RS) que previa o fim do
licenciamento e do emplacamento obrigatórios para veículos agrícolas. A
medida, assinada pela chefe do Executivo, está publicada na edição desta
quarta-feira (14) do Diário Oficial da União.
O projeto foi aprovado na Câmara dos Deputados e no Senado Federal,
além de ter sido exaustivamente debatido em inúmeras audiências
públicas, inclusive com a participação de representantes do governo, mas
acabou vetado no rastro da insensibilidade de Dilma.
“O governo federal reafirma não ter nenhum compromisso com
o setor primário. Eles querem meter a mão no bolso do produtor rural,
atuando como um sócio oculto sem nunca ter plantado nada”, criticou
Alceu Moreira, autor do projeto. Para o parlamentar, o governo não olha
para o agricultor de mãos calejadas que produz alimentos, apenas enxerga
o número de máquinas em uso ou vendidas para colocar mais dinheiro nos cofres da União.
O preço médio do emplacamento para os veículos de uso rural é estimado entre R$ 500 e R$ 1 mil por máquina, no Rio Grande do Sul,
custo que pode aumentar de acordo com o valor do maquinário. O
peemedebista gaúcho também reiterou que a vida útil das máquinas
agrícolas é circunscrita às propriedades rurais, ou seja, cobrar de
colheitadeiras ou tratores o mesmo valor cobrado dos carros de passeio é
no mínimo incompreensível.
Sob pressão – Com base em decisão da ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal, o presidente do Senado, Renan Calheiros
(PMDB-Al), terá de instalar a CPI exclusiva da Petrobras, mesmo contra a
vontade dos ocupantes do Palácio do Planalto e da base governista, que
insiste em investigação mais ampla e que inclua o cartel de trens em São Paulo e a construção do porto pernambucano de Suape.
A Constituição Federal
é clara ao estabelecer que uma CPI deve ter fatos determinados e
conexos, portanto a manobra de encomenda executada pela base governista é
improcedente e contraria a legislação vigente.
Renan Calheiros já sinalizou que recorrerá da decisão e aguardará
decisão do plenário do STF sobre a matéria, mas o despacho da ministra
Rosa Weber tem de ser cumprido imediatamente, mesmo que sua manifestação
seja provisória. Reza o Direito que em casos semelhantes um recurso não
tem efeito suspensivo, ou seja, Renan não tem opção, que não a de
instalar a CPI que investigará os escândalos da Petrobras.
Caso não cumpra a determinação judicial, o que não deve ser
descartado, uma vez que a pressão palaciana é grande, Renan Calheiros
incorrerá em crime
de responsabilidade e, em tese, poderá ser preso por não cumprir uma
ordem da Justiça. É fato que isso dificilmente acontecerá por conta da
notoriedade dos protagonistas do imbróglio, mas é exatamente isso que
manda a lei.
Líder do Democratas na Câmara dos Deputados, Mendonça Filho (PE) disse na manhã desta quinta-feira
(24) que acionará a ministra Rosa Weber e o procurador-gral da
República, Rodrigo Janot, caso o presidente do Senado descumpra a
determinação de instalar imediatamente a CPI. “A partir de agora, se o
presidente do Congresso não cumprir a decisão liminar da ministra Rosa
Weber estará praticando crime de responsabilidade.
Por isso, o Democratas vai exigir a instalação imediata da CPI”, disse
Mendonça Filho que acredita que a comissão pode começar seus trabalhos.
O parlamentar já indicou os integrantes da bancada do Democratas que
farão parte da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da
Petrobras. Os deputados Rodrigo Maia (RJ) e Onyx Lorenzoni (RS), titular
e suplente, foram os escolhidos. “A decisão de ontem à noite
de instalação imediata da CPI do Senado se estende à CPMI. Caso haja
algum questionamento, é possível entrar com um efeito preventivo para
estender a decisão a CPMI”, disse.
“Não tem mais manobra porque a decisão do Supremo foi clara nem um
recurso, um agravo regimental não tem efeito suspensivo. A decisão da
ministra Rosa Weber claramente determina a imediata instalação da CPI e
neste caso vale também para CPMI. Tenho firme convicção que o plenário
do STF vai respaldar a decisão liminar da ministra.”, explica o deputado
pernambucano. Como o requerimento de criação da CPMI já foi lido pelo
presidente do Congresso no último dia 15, basta o senador Renan
Calheiros determinar a data da reunião de instalação da comissão.
“Os fatos são muito reveladores; as irregularidades gritantes. Hoje,
por exemplo, foi noticiado no Globo desvios de R$ 10 milhões de Pasadena
que farão com que a própria CPI crie sua dinâmica de apuração dessas
irregularidades que estão sendo constantemente denunciadas pela
imprensa. Só uma CPI pode e vai esclarecer todos esses episódios
envolvendo Pasadena”, destacou.
Ex-presidente Lula afirma que mobilizações pegaram todos de surpresa e que PT age de forma antiga na política
Em janeiro deste ano um grupo de assessores e
dirigentes petistas se reuniu com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva na sede do Instituto Lula e sugeriu um forte investimento na
profissionalização da gestão das redes sociais pelo PT e pelo governo.
Gabriela Bilo/Futura Press
Segundo relatos, Lula está fascinado com as novas formas de atuação política online. Na imagem, ex-presidente em julho passado
Eles teriam mostrado a Lula um gráfico sobre a
presença dos grupos políticos nas redes. A direita era um enorme círculo
azul. A esquerda um pequeno círculo vermelho e o PT um ponto,
representado apenas pelo perfil Dilma Bolada no Facebook.
Segundo relatos, Lula teria ignorado a sugestão.
"Isso aí não resolve nada. O que importa é a TV", teria
dito o ex-presidente, adepto até então da máxima do marqueteiro Duda
Mendonça segundo a qual "TV é benzetacil, o resto é homeopatia".
Seis meses depois, na última sexta-feira (2), o próprio
Lula fez uma espécie de mea culpa na abertura do XIX Encontro do Foro de
São Paulo.
"Estes movimentos que aconteceram aqui no Brasil pegaram
de surpresa todos os partidos de esquerda, de direita, o movimento
sindical e o movimento social porque nós ainda agimos da forma antiga
para fazer política", disse Lula. "Nós na verdade, fomos ficando velhos e
perguntamos: cadê a juventude do nosso partido? Como estamos nos
comunicando com eles?", admitiu o ex-presidente.
Com aval de Lula, o PT decidiu contratar uma equipe para gerir de forma
profissional a presença nas redes sociais, segundo o presidente do
partido, Rui Falcão. A contratação faz parte de uma série de medidas que
o PT pretende adotar para se reaproximar dos movimentos sociais, em
especial da juventude que foi às ruas em junho.
Alex Falcão/Futura Press
Integrantes do Movimento Passe Livre em encontro com Conselho da Cidade, em junho
Nas últimas semanas movimentos da juventude como os
coletivos digitais ganharam espaço nas concorridas agendas de Lula e
Falcão. O presidente do PT fez uma reunião com toda a executiva da
Juventude Petista e intermediou encontros do ex-presidente com o a
Juventude do PT, blogueiros progressistas e o coletivo Fora do Eixo, do
qual faz parte a mídia NINJA.
Segundo relatos, Lula está fascinado com as novas formas de atuação política online.
Além de melhorar a estratégia de comunicação, o PT
decidiu incorporar vários pontos da pauta de reivindicação da juventude.
Temas como novas oportunidades de acesso à educação, melhoria do
transporte nas grandes cidades, abertura de mais espaços públicos para
atividades culturais, aumento na qualidade dos empregos para os jovens,
criação de novos canais de participação política, descriminalização das
drogas leves e também o direitos das mulheres entraram na pauta do
partido e, segundo Falcão, devem ser o eixo da modernização
programática. O palco para a inclusão desta nova agenda deve ser o 5º
Congresso Nacional do PT, em fevereiro de 2014.
"O legado destes 10 anos de governo petista
deve ser divulgado e protegido, mas não é suficiente. Temos que pensar
no futuro. E o futuro não é o presente com um upgrade", disse Rui
Falcão.
Depois do impacto negativo no primeiro momento
(queda da aprovação do governo e reação negativa à presença de partidos
políticos), o PT passou a encarar as mobilizações populares de forma
mais otimista, como uma oportunidade de guinada à esquerda. Daí as
críticas aos aliados "conservadores" e à dependência excessiva de
marqueteiros eleitorais incluídas em documentos do partido.
AE
"O futuro não é o presente com um upgrade", disse Rui Falcão
Depois de muita discussão e dúvidas a direção petista
elaborou um discurso segundo o qual os governos dos partidos criaram uma
base de direitos sociais que permitiu à juventude ir às ruas impor uma
nova agenda ao país e cobrar um salto de qualidade baseado na melhoria
dos serviços públicos. Além disso, o partido identificou pontos em comum
como a reforma política e o combate aos monopólios da mídia.
Diante dos protestos de junho, o PT assumiu,
dentro da coalizão de 22 partidos que integra o governo Dilma Rousseff, o
papel de pressionar o governo pela inclusão das novas pautas e por
mudanças na política econômica. "Cabe tudo isso no Orçamento da União?",
questiona Rui Falcão. "Não cabe. Então uma saída é rever o modelo
fiscal e a escala das prioridades de gastos do governo", disse ele.
Tudo isso para aproximar o PT das novas formas
de mobilização política e tentar trazer os novos ativistas para a
política partidária. "A utilização das redes sociais, a possibilidade de
cada um dizer para todo mundo o que pensa de forma individual no
Facebook é, de certa forma, um movimento antiassociativo e, portanto,
antipartidário também já que os partidos pressupõem associação e ação
coletiva", disse Falcão. "A última grande formulação programática do PT
foi no final dos anos 80. Desde então temos nos dedicado a outras
tarefas como o governo ou os embates eleitorais que acontecem a cada
dois anos. Temos que nos perguntar o que a gente representa hoje e a
quem estamos nos dirigindo. No 5º Congresso vamos ter que refletir sobre
tudo isso", completou.
Para o PT, mais do que pegar carona na onda de
manifestações, é fundamental renovar os vínculos naturais e históricos
do partido com os movimentos sociais. "Houve um refluxo dessa relação,
seja porque alguns movimentos se sentiram contemplados pelo governo,
seja porque muitas pessoas foram beneficiadas nestes 10 anos", admitiu
Falcão. "Precisamos reforçar este vínculo. Os movimentos são ao mesmo
tempo a linha de frente das mudanças sociais e a retaguarda estratégica
para nos defender em caso de ataques", disse o presidente do PT.
Alça de mira – Dilma Rousseff e o PT trabalham nos
bastidores para minar as bases da oposição, mas o esforço pode ser
perdido, tendo como base a pesquisa do Ibope sobre a confiança dos
brasileiros nas instituições. Um dos mais ativos líderes da oposição no
Congresso Nacional, o deputado federal Rubens Bueno (PPS-PR) avalia que a
pesquisa confirma o alerta que os adversários do Palácio do Planalto
fazem desde 2011: o governo Dilma é marcado pela má gestão, política
econômica caduca e desarticulação completa.
De acordo com o levantamento, a confiança na instituição “presidente
da República” despencou 21 pontos em um ano. É três vezes mais do que a
perda média de confiança das 18 instituições pesquisadas. “No primeiro
ano de governo de Dilma Rousseff, seu índice de confiança caiu de 69
para 60. Recuperou-se para 63 no ano seguinte, e despencou agora para 42
– uma nota “Vermelha”. Em um ano, saiu da 4ª posição no ranking para a
11ª. Nenhuma outra instituição perdeu tantas colocações em tão pouco
tempo”, relata o jornal O Estado de S. Paulo, que encomendou a pesquisa.
Para Rubens Bueno, exemplos do desastre do governo do PT não faltam.
“Vivemos hoje com um PIB pífio, que em 2012 cresceu apenas 0,9% e em
2013 não deve chegar a 2%, como preveem diversos analistas econômicos.
Enfrentamos, agora, o pior déficit comercial da história, no valor de
quase US$ 5 bilhões. É uma incompetência geral para gerir a economia.
Por outro lado, temos investimentos travados e uma saúde em frangalhos. A
população começa a enxergar que a fase do PT no governo, além de se
esgotar, não fez bem ao país”, afirma o líder do PPS, lembrando que a
pesquisa do Ibope aponta que a confiança no sistema público de saúde
sofreu a terceira maior queda, de 42 para 32, e segue na 16ª posição.
A pesquisa, feita após as manifestações que levaram milhares de
brasileiros às ruas a partir do mês de junho, mostra que a sociedade
percebe um governo perdido. “O governo está paralisado e completamente
confuso. Não sabe o que fazer e um exemplo disso são as idas e vindas,
os recuos do Planalto diante de vários temas nos últimos meses.
Primeiro, pressionado pelas manifestações, veio com a proposta golpista
de constituinte exclusiva para a reforma política. Desistiu, mas tentou
emplacar um plebiscito sobre o tema. Também recuou, pois a ideia era
claramente diversionista e tinha o objetivo de jogar a insatisfação da
sociedade com a gestão do governo no colo do Congresso”, aponta Rubens
Bueno.
Nos setores onde o governo deveria agir com acerto e sem demora, a
presidente Dilma também se atrapalha. Na área de Saúde, o Planalto
recuou no programa “Mais Médicos”, que deixou de exigir dois anos
adicionais na formação básica dos alunos. Também voltou atrás na
portaria sobre cirurgias para troca de sexo e na campanha sobre Aids do
Ministério da Saúde. “E corre o risco de recuar na redução da tarifa de
energia, já que falta dinheiro para compensar as concessionárias.
Especialistas da área já alertam que a conta de luz pode subir 20%. Ou
seja: é mais uma peça de marketing sendo desmontada”, ressalta o
parlamentar. Congresso e partidos
Rubens Bueno reconhece, no entanto, que não é apenas o governo Dilma
que está devendo para a sociedade. “O Congresso Nacional e os partidos
políticos, como mostra a pesquisa, são as instituição mais mal
avaliadas. O Legislativo precisa aprovar urgentemente uma reforma
política; garantir mais recursos para a saúde, o que podemos fazer por
meio do projeto que redistribui os royalties do petróleo; e promover uma
reforma tributária. Lembro que, no caso desse último item, a presidente
Dilma, em seu discurso de posse no Congresso, prometeu fazê-la e, até
hoje, não cumpriu”, ressalta o parlamentar.
O processo de enfraquecimento do Congresso também é reflexo, segundo o
deputado, de sua postura subalterna diante do governo. “Infelizmente,
nos governos petistas, o parlamento se subalternizou. Só faz o que o
Planalto quer. Com isso, o Congresso acaba votando quase que somente
medidas provisórias, muitas delas verdadeiras árvores de natal para
atender interesses desse ou daquele grupo aliado do governo. Ou seja, o
Parlamento perdeu a iniciativa e se desgasta ainda mais por seguir
apenas os ditames do governo”.
O líder do PPS também tem consciência de que apenas os pontos acima
não são suficientes para melhorar a eficiência do aparelho estatal e
oxigenar a política. “Precisamos de uma reforma completa da estrutura do
Estado, que torne a gestão pública desburocratizada, eficiente, ágil e
com maior blindagem contra a corrupção. Não há cabimento, por exemplo,
termos hoje 39 ministérios para oferecer a população um péssimo serviço.
Com 2014 se aproximando é hora de cada partido ouvir a sociedade e
construir sua proposta para o país”, finaliza Rubens Bueno.
Barulho na certa – Duas semanas após o fim da Copa das Confederações, o
Brasil se prepara para sediar o próximo grande evento: a Jornada Mundial
da Juventude. Cerca de dois milhões de pessoas – a maioria proveniente
da América Latina – estão sendo esperadas para o megaevento católico de
23 a 28 de julho, no Rio de Janeiro.
O festival religioso promete ser um evento altamente político, já que
muitos jovens que saíram às ruas de todo o Brasil para protestar contra
a corrupção, gastos excessivos com a Copa do Mundo e para pedir
reformas estruturais no país não vão apenas aclamar o papa Francisco,
que deverá aterrissar no Rio de Janeiro no dia 22 de julho. Os jovens
fiéis brasileiros esperam a bênção do líder da Igreja Católica para seus
desejos de reformas na política. Lista para o papa
Durante as manifestações, que começaram por causa do aumento de
tarifas de transporte público e depois se espalharam por todo o país, o
estudante carioca de biologia Walmyr Júnior postou na rede social
Facebook apelos do braço brasileiro da associação católica internacional
Pastoral da Juventude e do movimento estudantil brasileiro. Walmyr
trabalha como voluntário na organização da Jornada Mundial da Juventude.
Durante audiência política internacional no dia 25 de julho, ele
entregará uma lista de exigências ao papa junto a jovens de outras
partes do mundo.
“Queremos mostrar que a fé cristã pode mudar a sociedade”, explicou
Walmyr Júnior, em entrevista à DW. “Ela pode assegurar que haja menos
violência”, afirmou o estudante de 28 anos, que mora no Complexo de
favelas da Maré. No início de julho, 5.500 pessoas (segundo cálculos da
PM) participaram de um ato contra uma operação policial no complexo,
realizada no final de junho e que resultou na morte de dez pessoas,
entre elas um policial. O Batalhão de Operações Especiais (BOPE) da
polícia carioca havia invadido a favela em busca de alguns homens que
aproveitaram uma manifestação nas proximidades para protagonizar roubos e
assaltos. Voz das ruas
As contestações à violência policial arbitrária e à corrupção têm a
bênção da Igreja Católica. “A maioria dos jovens que foram às ruas quer
um país novo, justo e solidário”, explicou o arcebispo do Rio de
Janeiro, Orani João Tempesta, recentemente na rede Globo de televisão.
“Querem uma proposta mais representativa. Creio que o cristão é aquele
que tem uma espiritualidade, mas também tem a sua consciência política.”
O arcebispo do Rio acredita que os protestos no Brasil e o novo papa
latino-americano irão aumentar o interesse pela Jornada Mundial da
Juventude. Segundo o arcebispo, muitos fiéis europeus se perguntam como
vivem os jovens na América Latina, como veem o alto nível de pobreza na
sociedade e como conseguem obter uma educação.
Quando as manifestações se espalharam pelo Brasil, em junho, durante a
Copa das Confederações de futebol, a Confederação Nacional de Bispos do
Brasil (CNBB) publicou nota oficial declarando “solidariedade e apoio”
aos protestos. Para os bispos, o movimento de contestação “desperta para
uma nova consciência” e mostrou que é “não é possível mais viver num
país com tanta desigualdade.”
Na Jornada Mundial da Juventude, a Igreja Católica deverá dar ênfase a
atividades sociais. O papa Francisco deverá se encontrar com jovens
presos e também com moradores de favelas. Na agenda estão a visita ao
Hospital São Francisco de Assis, na Providência, e a inauguração do um
centro de tratamento para dependentes de drogas, financiado com a ajuda
de doações da Alemanha. Quem reforma a Igreja?
O bispo alemão Bernhard Bahlmann vive no Brasil desde 1983 e busca
novas formas de comunicação a partir da Diocese de Óbidos, no Pará, onde
trabalha desde 2009. Bahlmann disse estar convencido de que “é preciso
ir até os jovens” e que os tempos em que os fiéis iam até a Igreja
pertencem ao passado. “Temos que ir até as pessoas, independente do que
fazem e de quem sejam”.
O carioca Walmyr Júnior concorda. Já durante a Jornada Mundial da
Juventude de 2011, em Madri, onde trabalhou como voluntário, o estudante
de biologia passou a querer reformas também na Igreja Católica. “O
celibato não é um dogma, mas uma recomendação, [uma regra que] pode
mudar”, exemplificou.
Porém, a Igreja Católica na América Latina parece estar muito longe
de uma revolução. Mudanças teológicas profundas não aparentam estar no
topo da lista de uma organização que, no cotidiano, luta com a falta de
padres e com o afastamento de fiéis por causa de fatores como a moral
sexual católica. Segundo o IBGE, entre 2000 e 2010, a porcentagem de
católicos na população brasileira caiu de 74% para 64%. No mesmo período
de tempo, a proporção de evangélicos subiu de 15% para 22% da
população.
Para Walmyr, a falta de padres pode ser corrigida com mais direitos
de participação para leigos na Igreja, por exemplo. Durante a Jornada da
Juventude, ele anseia por um rejuvenescimento da Igreja e vê a questão
de forma pragmática. “A Igreja não pode ser retrógrada, porque eu
pertenço à Igreja, e eu falo por ela!”, diz, confiante. (DW
O Palácio do Planalto já se prepara para mais protestos. O temor é que manifestantes voltem às ruas durante a visita do papa Francisco ao Brasil para a Jornada Mundial da Juventude,
que começa dia 22 de julho, e nas comemorações do Dia da Independência,
em 7 de setembro. No caso da visita do papa, a visibilidade
internacional é chamariz para manifestantes, algo que ocorreu que
ocorreu nas partidas da Copa das Confederações.
A avaliação do governo é que não há o que fazer especificamente para
minimizar possíveis impactos de eventuais manifestações. Para o governo,
esse cenário acaba sendo negativo, já que o Planalto torcia por um
período de calmaria que permitisse estancar a queda de popularidade da presidente Dilma Roussef, apontada pelas últimas pesquisas de opinião.
Logo depois do início dos protestos em junho, pesquisa feita pelo
Instituto Datafolha apontou uma queda de 27 pontos porcentuais na
avaliação positiva do governo Dilma. Na primeira semana de junho, 57%
achavam ótima ou boa a gestão da presidente. Em três semanas, esse
indicador despencou para 30%.
Dilma não foi a única política contaminada pela crítica dos
entrevistados na pesquisa, já que outros administradores, como o
governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, também perderam bastante popularidade. No caso do governador do Rio, os protestos chegaram a ser feitos em frente à sua residência pessoal, no Leblon, e também na sede do seu governo.
Na avaliação de assessores da presidente, a resposta de Dilma foi dada através das propostas apresentadas
logo em seguida para a população, como a ideia de defender a aprovação
de uma reforma política para valer já nas eleições do próximo ano.
A resistência do Congresso em aprovar algum tipo de mudança nas regras
do jogo, num período tão perto das eleições, implodiu as chances da
reforma avançar imediatamente. Para o Planalto, entretanto, existe a
compreensão de que funcionou a estratégia de marcar posição por mudanças
nos hábitos políticos e no combate à corrupção. Nesse caso, a
presidente teria feito sua parte deflagrando o debate por mudanças no
sistema político, mas teria como passar por cima da vontade do
Congresso. (Com Estadão Conteúdo)
O Congresso Nacional aprovou nesta quinta-feira (11) projeto de
resolução que altera as regras de tramitação dos vetos presidenciais e
decidiu deixar na "geladeira" 1700 vetos antigos, entre eles
dispositivos barrados do Código Florestal, Lei dos Portos e o veto ao
fim do fator previdenciário.
Pelo texto, vetos feitos a partir de 1º de julho trancarão a pauta do
Congresso 30 dias após serem protocolados. Com isso, vetos feitos neste
mês pela presidente Dilma Rousseff, como dispositivos rejeitados do Ato
Médico, serão analisados em agosto.
Outros 1700 vetos antigos pendentes de análise no plenário ficarão
suspensos. Esses vetos entrarão na pauta conforme decisão do presidente
do Congresso, Renan Calheiros (PMDB-RN), e poderão virar instrumento
para pressionar o Executivo.
“Esses vetos não morreram, não. Estão na CTI. Podem ganhar balão de
oxigênio e sobreviver”, disse o líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha
(RJ).
Se restaurados, vários dispositivos vetados podem trazer impactos
fiscais aos cofres públicos. Um dos mais delicados, por exemplo,
determina o fim do fator previdenciário, mecanismo que busca
desestimular aposentadorias precoces. Se o veto for derrubado,
aumentariam os gastos da Previdência Social.
O projeto de resolução aprovado pelo Congresso também determina que os
vetos sejam analisados por uma comissão mista, formada por deputados e
senadores, que deve apresentar um parecer em 30 dias. Se o colegiado não
formular relatório neste prazo, os dispositivos seguem para análise
diretamente no plenário.
Até hoje o Congresso interpretava que os vetos só passavam a trancar a
pauta do plenário a partir da leitura pelo presidente do Congresso.
Muitas vezes, o presidente não lia os vetos para evitar o trancamento.
De acordo com o vice-presidente do Congresso, senador Romero Jucá
(PMDB-RR), os parlamentares se reunirão sempre na terceira semana de
cada mês para votar os vetos.
“Toda terceira terça-feira do mês teremos uma sessão que vai votar
vetos. Se por acaso ocorrer um acidente e essa sessão não ocorrer, ela
ocorrerá na terça-feira seguinte”, disse.
Indagado sobre o que acontecerá com os cerca 1700 vetos antigos, Jucá disse: “O passado ficará no passado.”
Pela culatra – Com o PT no governo central, todos os absurdos em termos
políticos devem ser considerados. Pela primeira vez na história da
humanidade um governo conseguiu encomendar uma greve como protesto
contra si mesmo. É exatamente isso que ocorre nesta quinta-feira (11) em
muitas cidades brasileiras, em cujas ruas e avenidas estão milhares de
cidadãos e sindicalistas protestando contra o governo de Dilma Rousseff.
A ideia inicial era colocar essa massa de aluguel nas ruas para
defender a realização do plebiscito, que foi sepultado pela Câmara dos
Deputados, mas a grave situação econômica que engessa o País e a
paralisia política do governo fez com que o governo do PT fosse vítima
de um autoflagelo.
Em pelo menos quatorze unidades da federação rodovias estão
obstruídas por manifestantes. Em muitas cidades o transporte público
está sem funcionar. Em São Paulo, os protestos ocorrem em vários pontos
da maior cidade brasileira. No início da manhã, as lojas da Rua 25 de
Março, o maior centro de comércio popular do País, permaneceram fechadas
por causa de um protesto de comerciários. Na Avenida dos Bandeirantes,
que dá acesso à Rodovia dos Imigrantes, que leva ao litoral sul do
estado, centenas de motoqueiros interditaram uma das pistas e dirigem-se
para a Avenida Paulista.
Em Santos, o comércio amanheceu com as portas fechadas. Em Belo
Horizonte o metrô está paralisado. Em Pernambuco os manifestantes
interditaram o acesso ao Porto de Suape, que está paralisado. Em
Salvador, os ônibus amanheceram nas garagens. No Rio Grande do Sul parte
da BR-116 foi tomada por protestos.
Apesar de todas essas manifestações contra o governo do PT, o
ministro Aloizio Mercadante, que ganhou o status de “office boy” da
crise, disse que o Congresso pagará caro se deixar de ouvir as vozes das
ruas. Como se Dilma tivesse feito algo de concreto para atender às
reivindicações que surgiram dos recentes protestos.
Cada vez mais utópico, o presidente nacional do PT, Rui Falcão, disse
em entrevista que os protestos desta quinta-feira são “senso de
oportunidade” e não têm como foco o governo de Dilma Vana Rousseff. A
desfaçatez que domina o PT é tamanha, que seus obtusos dirigentes são
capazes de afirmar que os manifestantes foram às ruas em apoio ao
partido que mandou o Brasil pelo ralo em apenas uma década e patrocinou o
período mais corrupto da história nacional. Link para esta matéria: http://ucho.info/?p=71699
Errando o alvo – Encerrado o “Dia Nacional de Lutas”, o balanço dos
protestos que ocorreram em várias cidades brasileiras nesta quinta-feira
(11) pode ser considerado pífio, apesar de em alguns locais os
manifestantes terem bloqueado trechos de rodovias, prontamente liberada
por policiais. O objetivo do movimento era promover uma paralisação
geral em todo o País, uma utopia se considerado o fato de que o
contratante foi o próprio governo de Dilma Rousseff.
Pode-se concluir após esse dia de protestos encomendados que o mundo
sindical, suposto esteio da manifestação, já não conta com a obediência
burra de seus filiados. Ou seja, há uma grave crise de
representatividade na seara dos sindicatos, que nas últimas décadas
produziram escárnios que são verdadeiras afrontas ao trabalhador.
Diante do fracasso do “Dia Nacional de Lutas”, integrantes do governo
do PT comemoraram o resultado, pois os pelegos que foram às ruas para
protestar cumpriram o combinado e deixaram de lado os gritos de “Fora
Dilma!”. Apenas o sindicalista e dublê de deputado federal Paulo Pereira
da Silva, o Paulinho da Força, saiu às ruas da cidade de São Paulo
exigindo a imediata saída de Dilma e do ministro Guido Mantega
(Fazenda).
Como sempre acontece em qualquer segmento, a cidade de São Paulo, a
quarta maior do planeta, é a catapulta de todas as ações em âmbito
nacional. Nesta quinta-feira, a capital dos paulistas viveu um dia de
feriado em pequena cidade do interior. Isso mostra o grau de consciência
da população paulistana, que não embarcou na missa encomendada pelo
Palácio do Planalto para blindar uma presidente que enfrenta grave crise
política e não sabe como escapar do furacão.
Para que os leitores possam avaliar o nível do fracasso da manifestação em São Paulo, em determinados momentos do dia a Avenida Paulista
tinha mais pessoas caminhando em suas largas calçadas do que
manifestantes ocupando a via. Por volta das 17 horas, o índice de
congestionamento na cidade era de 4 km, quando em dias normais, em
período de férias, costuma ficar entre 70 km e 80 km. Percursos que
normalmente demoram meia hora foram vencidos em no máximo cinco minutos,
o que assustou os moradores da Pauliceia Desvairada.
Em suma, o Palácio do Planalto não conseguiu atingir o objetivo
inicial, que era mostrar à população revoltosa a força do governo de
Dilma Rousseff e também transferir aos parlamentares a responsabilidade
pela crise que chacoalha o País. Ainda ministra da Secretaria de
Relações Institucionais, a isolada Ideli Salvatti disse que é preciso
acompanhar os protestos e decifrar as mensagens dos manifestantes.
Conversa fiada da pior qualidade de quem percebeu que mais uma
estratégia palaciana fracassou.
Dilma Rousseff que se prepare, porque a vergonha enfrentada pelos
líderes sindicais não custará barato, principalmente porque nas coxias
da armação está ninguém menos do que Luiz Inácio da Silva, o
lobista-fugitivo Lula. Link para esta matéria: http://ucho.info/?p=71728
Sem visão – Em discurso no plenário da Câmara dos Deputados, nesta
quinta-feira (11), o líder do Democratas, Ronaldo Caiado (GO), afirmou
que o ministro Aloizio Mercadante (Educação) tenta
transferir a incompetência do Executivo ao Congresso Nacional. Caiado
repudiou declaração de Mercadante ao jornal “Folha de S. Paulo”, de que o
eleitor cobrará caro do parlamento a não realização do plebiscito sobre
reforma política.
“Veja o quanto os porta-vozes do governo são inescrupulosos.
Mercadante, ministro e ex-senador, deveria ter um conhecimento mínimo de
Constituição e Regimento Interno quando induz a população que estamos
impedindo a consulta popular. O plebiscito já foi feito e o povo disse
nas passeatas que quer é uma saúde de qualidade, uma educação que seja
compatível para nossos jovens, uma mobilidade urbana. É fazer com que os
mensaleiros não fiquem apenas no julgamento e sejam cumpridas as
penas”, disse.
“O povo está cansado da corrupção que se alastra pelo País, na Copa,
no BNDES, o Eike Batista e os cartéis quebrando um banco popular.
Podemos mostrar a corrupção na Petrobras com o escândalo da compra da
refinaria de Pasadena (EUA). 78% da população diz que esse governo
oferece um péssimo sistema de saúde. Então, Mercadante, não venha
esconder as mazelas desse governo tentando repassar para o Congresso
Nacional a incompetência do Executivo”, disse.
“Mercadante, o sistema é presidencialista. Não queira jogar a
falência do governo Dilma nas costas do Congresso. Quem não investe em
educação, saúde, segurança e combate à corrupção é a presidente Dilma
que tem o poder da caneta”, finalizou o líder democrata. Jogo covarde
Elevado a “office-boy” da crise política que ronda o governo do PT,
Mercadante foi transformado em interlocutor de Dilma Rousseff durante o
período de instabilidade que parece não ter fim. Pífio como senador, o
agora ministro da Educação é a aposta alternativa do Palácio do Planalto
para disputar o governo de São Paulo pelo PT. Enquanto o ex-presidente
Lula insiste em fazer do ministro Alexandre Padilha (Saúde) o candidato
petista ao Palácio dos Bandeirantes, Dilma joga em duas frentes, sendo a
primeira o ministro da Justiça, José Eduardo Martins Cardozo, que
continua sem justificar sua indicação ao cargo.
A queda de braços entre Dilma e Lula ficou evidente com o
esvaziamento da Secretaria de Relações Institucionais, comandada pela
ainda ministra Ideli Salvatti, que como todos sabem é obediente ao
ex-metalúrgico.
Enquanto os petistas de digladiam nos bastidores do poder, o governo
tenta, equivocadamente, passar à opinião pública que a culpa pela crise é
do Legislativo. Essa manobra rasteira não deve acabar bem, pois Dilma
está desdenhando a peçonha de deputados e senadores, começando pelos da
chamada base aliada.
O primeiro sinal da intifada que pode estourar a qualquer momento
surgiu com a decisão de Renan Calheiros apoiar a apresentação de um
requerimento que cobra detalhamento de todas as viagens realizadas com
aviões da Força Aérea Brasileira desde 2002. Ignorar o poço de maldades
do PMDB é querer cometer suicídio político. Link para esta matéria: http://ucho.info/?p=71731
Avenidas importantes da
capital paulista também sofreram bloqueio nesta manhã. Em BH, Salvador e
Porto Alegre, não há transporte público
O chamado “Dia Nacional de Luta com Greves e Mobilizações”, convocado
pelas principais centrais sindicais do país, começou com o bloqueio de
estradas em pelo menos quatro estados. Em São Paulo, a rodovia
Presidente Dutra está interditada desde as 6h30 na altura do quilômetro
143, em São José dos Campos, tanto no sentido Rio de Janeiro quanto no
sentido São Paulo. O quilômetro 146 da rodovia também foi interditado
por manifestantes. Além da Dutra, a Anhanguera está totalmente
interditada entre os quilômetros 29 e 30, nos dois sentidos.
Manifestantes queimam pneus nas pistas.
A Marginal Pinheiros chegou a ser bloqueada no começo da manhã, mas os
manifestantes já deixaram o local. O trânsito sentido Castelo Branco,
contudo, segue complicado. Por volta das 7h40, manifestantes se dirigiam
à Radial Leste com o intuito de bloquear a via, que liga a Zona Leste
da cidade ao Centro. A circulação de ônibus, trens e metrô em toda a
capital paulista é normal e, portanto, o rodizio municipal de veículos
vale normalmente nesta quinta.
Nas estradas que ligam São Paulo ao litoral também há problemas: a
Cônego Domênico Rangôni está totalmente bloqueada nos quilômetros 286,
sentido Guarujá e 268, sentido Cubatão.
Em Salvador, a população amanheceu sem transporte público: os ônibus,
que deveriam sair da garagem as 4 horas, só começarão a circular após as
8 horas na capital baiana. Em Belo Horizonte a circulação de ônibus e
metrô também está interrompida. Já em Porto Alegre, os motoristas não
tiraram os coletivos da garagem nesta manhã.
Ao contrário das manifestações de junho, que nasceram espontaneamente
nas redes sociais e foram alavancadas pelo Movimento Passe Livre, a
mobilização desta quinta foi convocada pelas centrais sindicais. O
cardápio de reivindicações também será outro: em vez dos protestos
contra o reajuste de tarifas de transporte público e pelo fim da
corrupção, os sindicatos apresentarão uma pauta trabalhista, com temas
como a jornada de trabalho de 40 horas semanais e o fim do fator
previdenciário. Além disso, diferentemente das passeatas do mês passado,
que rechaçaram bandeiras de partidos políticos, nesta quinta os
grevistas estarão uniformizados, representando suas respectivas centrais
sindicais, cada uma comandada por um partido.
Estarão nas ruas Força Sindical, União Geral dos Trabalhadores (UGT),
Central Única dos Trabalhadores (CUT), Nova Central Sindical de
Trabalhadores, Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil
(CTB), Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), Central Geral dos
Trabalhadores do Brasil (CGTB) e a Central Sindical e Popular
(Conlutas). Todas as entidades prometem ações pacíficas.
auta - Além da crítica ao comando da economia, as centrais sindicais
definiram uma pauta trabalhista comum: fim do fator previdenciário,
redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais, reajuste para
aposentados, transporte público de qualidade e mais investimentos para
saúde e educação.
Segundo as centrais, trabalhadores de obras do Programa de Aceleração
do Crescimento (PAC) vão cruzar os braços. Os sindicatos de empregados
dos setores metalúrgico, portuário, químico, construção civil,
construção pesada, costura, transporte, petróleo, alimentação, borracha,
telefônico, gráfico, comércio e servidores públicos afirmam que vão
aderir ao dia de greve.
Elas começaram a orquestrar a mobilização há pelo menos duas semanas. A
direção das centrais chegou a ser recebida pela presidente da
República, Dilma Rousseff, mas decidiu manter o ato nacional.
Organizações estudantis, como a União Nacional dos Estudantes (UNE), o
Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) e alguns partidos de
esquerda também vão tentar pegar carona na mobilização. O PT, por
exemplo, pretende tentar infiltrar suas bandeiras em atos da CUT para
defender o governo Dilma Rousseff. Veja.com
Movimentos sindicais e populares planejam uma série de protestos nesta quinta-feira (11) em diversos pontos de São Paulo.
Ao menos oito sindicatos de trabalhadores e cinco grupos não ligados a
partidos programam greves e passeatas na capital paulista e em
municípios da região metropolitana. Os manifestantes podem interromper o
trânsito na Avenida Paulista, nas marginais Tietê e Pinheiros e nas
mais movimentadas rodovias e estradas estaduais.
Os metroviários também podem decidir, em assembleia que será realizada
nesta quarta-feira, parar por algumas horas em apoio aos protestos desta
quinta-feira. O governo de São Paulo, porém, conseguiu uma liminar no
Tribunal Regional do Trabalho (TRT) que exige o funcionamento de 100% da
frota do Metrô nos horários de maior movimento.
Procurados pelo G1, sindicatos dos ferroviários
afirmam que não há previsão de paralisação nas linhas 7, 8, 9, 10, 11 e
12 da CPTM. A companhia informou, em nota, que pretende “trabalhar para
manter a circulação de trens”.
A Polícia Militar, que se reuniu com os organizadores dos atos para
saber o trajeto estabelecido por eles, informou que haverá aumento do
efetivo da corporação nas ruas para reforçar a segurança durante os atos
desde o início da madrugada. São 35 pontos onde haverá uma liderança
sindical e um oficial da Polícia Militar para acompanhar o protesto.
A manifestação foi convocada há algumas semanas pelas centrais
sindicais, principalmente pela internet, para pedir, entre outras
coisas, a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais e o fim
do fator previdenciário. Os atos são planejados na esteira da onda de
manifestações realizadas em junho no país. Apoio às paralisações
A Central Sindical e Popular (CSP – Conlutas) informou que sindicatos
dos metroviários, bancários, metalúrgicos, funcionários públicos
federais, judiciários federais, Sindicato dos Trabalhadores da USP
(Sintusp), Correios e construção civil “decidiram a favor da
paralisação”.
A postura também é compartilhada por integrantes do Sindicato dos
Motoristas e Trabalhadores em Transporte Rodoviário Urbano de São Paulo,
que afirmou que irá enviar representantes para integrar os protestos,
mas que não deverá interromper a sua operação para não afetar os
passageiros do transporte público nesta quinta.
A CSP-Conlutas também informou que deverão estar no movimento
representantes da Assembleia Nacional de Estudantes (Anel), do Movimento
Passe Livre (MPL), do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), do
Movimento Sem-Terra (MST) e da Luta Popular. “Esses setores devem
ajudar as paralisações nas fábricas e bancos e engrossar as passeatas e
bloqueios de vias e rodovias”, informa nota divulgada.
Já no início da manhã, trabalhadores programam fechar o trânsito da
Marginal Tietê e Avenida do Estado na capital. No mesmo período, querem
bloquear as rodovias Anchieta, Castello Branco, Raposo Tavares, Fernão
Dias, Dutra e Mogi-Bertioga.
Vias entre a região do Brooklyn Novo e a Avenida Paulista também
deverão ter o tráfego dificuldade pelo protesto de motoboys e
motociclistas, a partir das 10h. Entre as principais reivindicações do
setor estão a redução do valor do DPVAT, mais bolsões de estacionamento e
motofaixas e o fim da lei da 404/2012, aprovado neste mês pela Comissão
de Assuntos Sociais (CAS) do Senado, que obriga condutores e
passageiros de motocicletas no Brasil usarem colete ou jaqueta com
airbag. Paralisações nos transportes
O Dia Nacional de Lutas, como é chamado pelos sindicalistas, deve
afetar também os sistemas de transporte público e o trânsito na cidade
de São Paulo, nesta quinta. Uma carta aberta à população foi distribuída
aos usuários do Metrô na quarta-feira (10), informando sobre a
possibilidade de paralisação. Uma assembleia deve decidir até a noite
desta quarta se haverá ou não greve no sistema.
O governo de São Paulo entrou com uma ação e a Justiça expediu nesta
quarta-feira uma liminar que obriga o funcionamento do sistema
metroviário com 100% do efetivo nos horários de maior movimento (das 6h
às 9h e das 16h às 19h) e 70% nos demais horários.
De acordo com o Metrô, a empresa deverá adotar medidas para minimizar
os transtornos que poderão ser causados aos mais de 4 milhões de
passageiros que usam o transporte diariamente. Não foram divulgados
detalhes sobre o funcionamento do Metrô caso haja paralisações.
Os terminais rodoviários de São Paulo devem funcionar normalmente,
segundo a Socicam, assim como os terminais urbanos, de acordo com a
SPTrans.
Paralisação afetou terminais de ônibus na quarta
(Foto:Nelson Antoine/Fotoarena/Estadão Conteúdo)
O ato desta quinta-feira será apoiado pelo Sindicato dos Motoristas e
Cobradores de ônibus, porém eles prometem não interromper a operação.
Nesta quarta, 16 terminais chegaram a ser bloqueados por membros da
chapa de oposição à atual presidência do sindicato. As eleições da
categoria começam nesta quinta, mas não há previsão de novos bloqueios
pela chapa de oposição.
A Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU) informa que a
operação de ônibus metropolitanos ocorrerá normalmente. A Companhia de
Engenharia de Tráfego (CET) informou, em nota ao G1,
que caso ocorra a paralisação dos metroviários o rodízio municipal de
veículos estará suspenso na cidade para as placas de final 7 e 8.
João Carlos Gonçalves, o Juruna, secretário-geral da Força Sindical,
sugere que a população fique em casa nesta quinta. “Quem não quiser
protestar é melhor não sair porque o trânsito vai ficar um caos com a
quantidade de protestos que deverá ocorrer para reivindicar melhorias
para os trabalhadores”, disse.
Procurado para comentar o assunto, Caio Martins, do Movimento Passe
Livre (MPL), disse que a entidade segue em apoio aos protestos
relacionados com o transporte. “Em princípio apoiaremos os metroviários e
outras entidades que lutam pela redução das tarifas no transporte
público em algumas cidades da Grande São Paulo”, disse. Apoio da PM
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), disse o estado está
se empenhando para evitar bloqueios nos transportes públicos. O
comandante-geral da Polícia Militar, coronel Roberto Meira, informou que
já se reuniu com várias frentes sindicais dos trabalhadores. A
corporação diz ter recebido os percursos que devem ser feitos pelos
manifestantes.
De acordo com Meira, o efetivo da corporação será reforçado desde as
4h. “Nós vamos reforçar o efetivo com policiais das escolas de
sargentos, de oficiais, do efetivo administrativo e também dos policiais
que estão de folga”.
Segundo o comandante da PM, a Tropa de Choque, que já foi alvo de
críticas públicas ao coibir com violência protestos anteriores, estará
de prontidão e agirá se houver necessidade.
A assessoria de imprensa da Polícia Militar informou na quarta-feira
(10) que os principais percursos combinados com a Força Sindical e a
União Geral dos Trabalhadores (UGT) em reunião na sede da Secretaria da
Segurança, com o secretário Fernando Grella, e o comandante-geral da PM
Benedito Meira, foram a Avenida Paulista, e as marginais Pinheiros e
Tietê. As vias, porém, não serão ocupadas totalmente, de acordo com a
assessoria da PM.
Haverá ainda reforço no efetivo da PM na capital, com alunos da escola
de sargento, oficiais e do setor administrativo. O número de policiais
envolvidos na operação não foi informado por questões de estratégia e
segurança, segundo a assessoria da corporação.
Marcha lenta – O fim do foro privilegiado para políticos e
autoridades dos três Poderes provocou intenso debate, nesta quarta-feira
(10), na Comissão de Constituição de Justiça (CCJ) da Câmara dos
Deputados. A discussão girou em torno da votação de duas Propostas de
Emenda à Constituição (PEC) sobre o tema. Uma delas, a PEC 470/2005,
estabelece o fim do privilégio para deputados e senadores. A outra, a
PEC/2011, do líder do PPS, Rubens Bueno (PR), extingue o foro para
parlamentares, presidente da República, ministro, governadores,
prefeitos, magistrados e outras autoridades.
O deputado Sandro Alex (PPS-PR) tentou incluir a PEC mais ampla na
pauta de votação, mas o requerimento do partido acabou sendo derrotado
por 24 votos a 12. A outra proposta acabou também não sendo votada
devido ao encerramento da reunião com o início das votações no plenário
da Câmara. A discussão será retomada na próxima terça-feira e a inclusão
da PEC do PPS na pauta de votações foi garantida pelo presidente da
comissão, deputado Décio Lima (PT-SC). Parte dos parlamentares defende
que a propostas tramitem conjuntamente (apensadas) e outros querem votar
o fim do privilégio apenas para parlamentares. “Acabar com o foro nos
três poderes é uma forma de darmos uma resposta para a sociedade e
acabar com esse privilégio aristocrático”, defendeu Sandro Alex.
Autor da iniciativa, o líder do PPS também pediu a palavra durante a
reunião. “Nossa proposta é mais ampla, completa, e não atinge apenas
deputados e senadores. Vamos acabar com o foro para todos. Esse
privilégio tem que acabar”, cobrou Rubens Bueno durante a reunião. A PEC do PPS
A proposta do líder do PPS extingue o foro especial por prerrogativa
de função para autoridades dos três poderes, ressalvada a hipótese de
crime de responsabilidade. A PEC do fim do foro privilegiado de autoria
de Rubens Bueno contou com o apoio de 187 parlamentares e tem parecer
pela admissibilidade desde junho do ano passado. O alvo da proposta são
as autoridades que cometeram crimes comuns. Só seria admitido foro
privilegiado (julgamento em tribunais) para crimes de responsabilidade,
que só podem ser cometidos por agentes políticos.
“Vejo que agora há intenção de se votar essa matéria. Acredito que a
proposta mais ampla deve ter prioridade. Assim daremos uma resposta mais
firme para a população que foi às ruas cobrando o fim da corrupção no
país”, disse o deputado.
A proposta de Rubens Bueno suprime e altera diversos incisos da
Constituição que estabelecem quais categorias, entre elas os políticos,
têm direito a julgamento apenas em instâncias superiores.
A intenção do líder do PPS é evitar, por exemplo, que pessoas entrem
para a política com o único objetivo de postergar o julgamento de crimes
que cometeram. “Temos que mostrar para a sociedade que ninguém deve
buscar um mandato ou cargo público para sobrestar esse ou aquele
processo. O mandato é para defender a população e ideias para o país.
Temos que parar com esse absurdo de, uma vez processada, a pessoa buscar
um mandato ou um cargo de alto escalão no Executivo para ganhar tempo e
escapar de julgamentos”, defendeu Rubens Bueno. Link para esta matéria: http://ucho.info/?p=71638
Conta exata – Como já era esperado, foi rejeitada pelo Senado
Federal, na noite de terça-feira (9), a Proposta de Emenda
Constitucional nº 37/2011, que reduzia de dois para um o número de
suplentes de senador e vedava a indicação de familiares e parentes para a
suplência.
A PEC, que acabaria com a farra de alguns políticos para conseguir
financiamento para as respectivas campanhas eleitorais, recebeu 46 votos
a favor, 17 contra e uma abstenção. Para que a PEC fosse aprovada eram
necessários 49 votos favoráveis.
Dos atuais 81 senadores, dezesseis são suplentes. Ou seja, um quinto
do contingente de parlamentares do Senado é composto por pessoas que não
tiveram um voto sequer. Mesmo assim, recebem mensalmente R$ 70 mil
entre salários e benefícios, além de uma gorda verba de gabinete que
permite muitas vezes covarde farra financeira.
Considerando que o presidente da sessão que deliberou sobre a PEC
37/2011, nesse caso Renan Calheiros (PMDB-AL), não votou, deixaram de
participar da votação exatamente os senadores que chegaram ao cargo na
condição de suplentes. A conta é simples: a matéria recebeu ao todo 64
votos (entre favoráveis, contrários e abstenção), o que significa que
senadores em igual número estavam em plenário. Com Renan Calheiros o
número de presentes sobre ara 65. Sendo assim, os dezesseis faltantes
eram os suplentes, que nem mesmo em sonho cometeriam um harakiri
político para acabar com a própria mamata.
Chegar ao Senado Federal sem se preocupar com a eleição, mas, vez por
outra, colocando a mão no bolso para financiar o cabeça de chapa,
tornou-se um dos mais lucrativos investimentos do País. A população, que
saiu às ruas recentemente e arrefeceu os ânimos, deveria mais uma vez
cercar o Congresso Nacional e exigir o fim desse privilégio absurdo e
que atenta contra a democracia. Link para esta matéria: http://ucho.info/?p=71645
Quem te viu… – Causa náuseas ver o senador José Sarney
(PMDB-AP) defendendo a aprovação da Proposta de Emenda Constitucional
nº 37/11 (PEC 37/11), que reduz de dois para um o número de suplentes de
senador e veda a eleição de parentes para a suplência.
Em discurso na tribuna do Senado, Sarney, que é autor da matéria,
disse que é preciso aprovar a PEC 37/11, pois só assim o Congresso
mostrará à sociedade a sua disposição de patrocinar a reforma política. O
caudilho maranhense aproveitou para destacar a importância de o Senado
aprovar uma medida simples como a PEC em questão, pois do contrário
ficará à opinião pública a impressão de que os políticos não estão
dispostos a decidir sobre temas mais complexos.
José Sarney criticando a figura do suplente é no mínimo um escárnio
que a história não esperava de alguém que sempre se valeu desse
expediente eleitoral para custear suas campanhas políticas e de seus
filhos. Isso acontece com a maioria dos senadores, que escolhem como
suplentes pessoas alheias ao cotidiano da política, mas que não se
intimidam na hora de colocar a mão no bolso.
Normalmente, para ter os seus minutos de fama, o suplente troca o
derrame de dinheiro na campanha pelo direito de estar senador durante
uma licença combinada do titular. Há na história política nacional
candidatos que “negociaram” metade do mandato como forma de conseguir
financiamento ou apoio político, mas acabaram não cumprindo o combinado.
É o caso de Saturnino Braga, eleito senador pelo Rio de Janeiro e que
não entregou metade do mandato a Carlos Lupi, presidente nacional do
PDT. Link para esta matéria: http://ucho.info/?p=71621
Beco sem saída – O fracasso da proposta de plebiscito enviada ao Congresso Nacional obrigou a presidente Dilma Rousseff
a um repentino silêncio em relação ao tema, que surgiu no vácuo das
manifestações que tomaram conta do País nas últimas semanas.
Diante de um fiasco eminente, assessores palacianos trabalham nos
bastidores para encontrar uma saída de encomenda para que a presidente
não sofra desgaste ainda maior, o que comprometeria ainda mais o seu
projeto de reeleição.
Dilma está longe de ser uma estreante na seara política e não
justifica a sua decisão inicial de propor a realização de uma assembleia
constituinte específica para tratar do tema. Vencido o primeiro
tropeço, a presidente surgiu com a ideia do plebiscito, que dependendo
dos próximos capítulos pode se transformar na segunda derrota política
em menos de quinze dias.
O governo sempre soube que o fator tempo seria o maior empecilho para
levar adiante a proposta do plebiscito, principalmente com a obrigação
de a reforma política ser válida nas eleições do próximo ano. Com a
inviabilidade marcando presença, a ideia foi propor algo esdrúxulo e
deixar com os parlamentares a responsabilidade pela não realização de
uma reforma política imediata. Acontece que a proposta presidencial está
mais para reforma eleitoral do que política. De agora em diante, a
estratégia será a de justificar o engodo com alegações sobre os entraves
legais e políticos.
Nesse imbróglio, mais duas pessoas terão de contabilizar prejuízos
políticos ao lado da presidente: os ministros Aloizio Mercadante
(Educação) e José Eduardo Martins Cardozo (Justiça), que desde a eclosão
da crise assumiram o papel de interlocutores de Dilma. E têm se saído
muitíssimo mal, o que confirma a conhecida incompetência do governo do
PT.
Enquanto parte da base aliada costura essa saída honrosa para Dilma
Rousseff, o PT trabalha para colocar a militância na rua com o objetivo
de defender o indefensável. Ou seja, os petistas são os responsáveis
maiores pela crise que aí está, mas como sempre insistem em usar a
fantasia do Aladim incompreendido, quando a mais adequada seria a de
Irmãos Metralha. Link para esta matéria: http://ucho.info/?p=71439
Bombeiro de plantão – Líder do PPS na Câmara dos Deputados, Rubens
Bueno (PR) classificou como sensata a posição tomada pelo governo, nesta
quinta-feira (4), de desistir da realização de um plebiscito sobre a
reforma política para valer ainda em 2014. O anúncio do recuo foi feito
pelo vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), após reunião com líderes da base do governo.
“Ainda bem que tem alguém sensato no governo. Se não é a presidente,
que seja o vice-presidente. Na prática, Temer teve que resolver a
lambança da presidente Dilma”, resumiu o líder do PPS.
Para Rubens Bueno, desde o início do processo a presidente Dilma
Rousseff cometeu erros. “Primeiro defendeu uma constituinte exclusiva,
um absurdo rechaçado por todo o meio político e jurídico. Depois,
insistiu no plebiscito e chegou a enviar uma proposta oficial ao
Congresso, numa clara intromissão em outro poder. Foi uma barbeiragem
geral”, criticou o líder do PPS.
Com a proposta do plebiscito, avalia o deputado, o Palácio Planalto
quis criar uma cortina de fumaça para escapar das cobranças feitas ao
governo do PT durante as manifestações populares em todo o País. “Dilma
levantou a bandeira da reforma política, que é uma atribuição do
Congresso, mas não trouxe respostas às manifestações das ruas, que pedem
mais saúde, educação, transporte e o fim da corrupção”, ressaltou
Rubens Bueno.
O PPS defende que o Congresso faça a reforma política, que depois
passaria por um referendo popular. Os principais pontos defendidos pela
legenda são: Voto distrital misto uninominal com lista partidária,
segundo turno em municípios com mais de 50 mil eleitores, proibição de
manter o mandato ao assumir cargos no Executivo, nova divisão das sobras
de votos, candidatura avulsa, parlamentarismo, financiamento público
de campanha, fim da reeleição, fim das coligações na eleição
proporcional, fim da fixação do prazo de filiação para disputa de
eleição, mudança no sistema de suplência de senador. Link para esta matéria: http://ucho.info/?p=71456
Cérebro em pane – Em visita a Salvador, a presidente Dilma Rousseff
voltou a falar, nesta quinta-feira (4), sobre o plebiscito para a
reforma política, que horas antes fora descartado pelo vice-presidente
Michel Temer após reunião com líderes partidários. A presidente destacou
em seu discurso a “inteligência, sagacidade e esperteza do povo
brasileiro” para responder às perguntas de um plebiscito sobre reforma
política.
Fingindo que ouviu as roucas vozes das ruas, como fazem muitos
políticos, Dilma insiste em um tema que está longe das cobranças que
emolduraram os recentes protestos. A população quer o fim da corrupção e
a devida contrapartida dos abusivos impostos cobrados sem dó do
contribuinte. Ou seja, o brasileiro deseja que o governo seja mais
atuante e deixe de lado os apoios espúrios que fazem da política o mais
imundo balcão de negócios do planeta.
“Eu acredito muito na inteligência, na sagacidade, na esperteza do
povo brasileiro. Acho que o povo brasileiro sempre mostrou ao longo de
toda a nossa história que suas escolhas sempre foram acertadas. Eu não
sou daqueles que acredita que o povo é incapaz de entender porque as
perguntas são complicadas. Não é verdade”, declarou Dilma durante
cerimônia de lançamento do Plano Safra Semiárido, que surge em cena
depois da dura seca que castigou o Nordeste.
Fosse de fato inteligente e esperto, o povo brasileiro jamais teria
feito escolhas políticas tão equivocadas, como, por exemplo, o agora
lobista Luiz Inácio da Silva, que no vácuo dos inúmeros escândalos de
corrupção continua fugindo da imprensa. Na última década, por conta de
escolha equivocada, o Brasil viveu o período mais corrupto de sua
história, sem que Lula tivesse tomado alguma atitude para interromper
prática criminosa que sempre criticou enquanto oposição. Ao contrário, o
ex-metalúrgico concordou e incentivou a corrupção, que chegou a níveis
assustadores.
No tocante à capacidade do povo brasileiro de compreender as
perguntas de um eventual plebiscito, Dilma comete um enorme desserviço à
democracia ao induzir a erro o eleitor que supostamente decidirá sobre a
reforma política. A extensa maioria da população não compreende as
questões políticas e com boa dose de certeza acabará transformando o
plebiscito em passe livre para um regime totalitarista de esquerda, a
exemplo do que vem corroendo a vizinha Venezuela.
O fato de o governo ter desistido temporariamente do plebiscito não
significa que a parcela pensante da sociedade pode abandonar a cautela. É
preciso estar vigilante e pressionar o governo de maneira contundente
para que mudanças ocorram em um país que está paralisado e enfrenta
crises política e financeira. Link para esta matéria: http://ucho.info/?p=71459
Perigo à vista – Com a cautela costumeira, a ministra Cármen Lúcia
Antunes Rocha, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), deixou
claro, em nota divulgada após reunião com os presidentes dos TREs, os
entraves legais e políticos para a realização do plebiscito sobre a
reforma política que Dilma Rousseff quer emplacar
qualquer custo. Na nota, a ministra citou o poeta Carlos Drummond de
Andrade ao chamar a atenção para os perigos da proposta: “Cuidado por
onde andas, pois é sobre meus sonhos que caminhas”.
Há no projeto apresentado por Dilma Rousseff ao Congresso Nacional um
inequívoco desejo de se promover uma reforma eleitoral, que
viabilizaria o golpe tão sonhado pelo PT, não uma reforma política,
assunto que dormita no Parlamento há pelo menos duas décadas e que
permanece onde sempre esteve por falta de vontade dos congressistas.
Qualquer mudança na legislação eleitoral feita às pressas colocará a
democracia em risco, pois a crise política que sacode o Palácio do
Planalto tem levado petistas ilustres a conversas nada republicanas nos
bastidores. Para que a extensão do perigo seja mensurada, basta analisar
a movimentação de alguns políticos nas últimas semanas.
Em São Paulo, é grande a preocupação no meio empresarial com o
comportamento de determinados políticos, os quais estariam agindo nos
bastidores para preservar o próprio patrimônio diante da possibilidade
de ocorrer o pior. É preciso estar atento a todas as propostas com a
chancela do Palácio do Planalto, pois Dilma Rousseff foi abandonada à
própria sorte por Lula, que há muito não aparece em público. Link para esta matéria: http://ucho.info/?p=71396
Para os que não entenderam a voz das ruas, como chamam as manifestações. Vamos explicar:
MANIFESTAÇÕES:
Os recentes acontecimentos no
Brasil, provam que existe um grande descontentamento da população em relação as
políticas adotadas não só pelo governo , como também pela oposição.
Qual o motivo das
manifestações?
Ora, não existe apenas um ou dois motivos, mas o combustível
para a manifestação é alimentado pelos seguintes fatores:
- Altos impostos.
- Inflação que reduz anualmente o poder de compra do
brasileiro. (Dados irreais da inflação são base do aumento do salário mínimo).
- Carros de baixa qualidade sendo vendidos a preços nada populares.
- Combustível mais caro que nos vizinhos Paraguai e
Argentina. (Impacto no setor de transporte).
- Hospitais e escolas sucateados .
- Má administração do dinheiro público (lembre-se: altos
impostos).
- Corrupção (altos impostos).
- Baixo pode de compra a vista (a população encurralada e
sem opção recorre ao crédito, acumulando dívidas).
- Dificuldade em manter uma poupança para adquirir um imóvel
ou abrir uma empresa.
- Falta educação financeira nas escolas.
Enquanto
isso muitos jovens vão trabalhar as 08:00hs da manhã e retornam para casa 00:00
somente depois da faculdade que fazem para tentar progredir financeiramente.
Um país
que rouba (altos impostos), extorque (diminui seu poder de compra, encurralando
o cidadão para a única opção antes do roubo, chamada crédito a juros) e por fim
mata (pessoas morrendo nas filas de hospitais por falta de investimento na
saúde). Todos esses fatores são o combustível das manifestações.
REFORMA POLÍTICA:
Qual o motivo do apartidarismo
nas manifestações?
“Politicagem” é o motivo. Se tivessem permitido bandeiras de
partidos nas manifestações, teríamos bandeiras principalmente da oposição ao
governo, que teria a função de apenas ser oportunista para atacar e condenar as
ações do governo. Este não era o motivo das manifestações. As manifestações não
queriam dar um recado apenas para o governo, mas sim para todos os políticos
que são pagos com dinheiro público para gerarem benfeitorias para a nação.
O que deveria ser
entendido como política em um país?
Representar
uma nação, estado ou cidade com o objetivo de desenvolver ações que tem a finalidade de beneficiar
os representados .
O que observa-se na
política do Brasil?
Políticos
da oposição analisando cada proposta dos seus adversários do governo e
em
seguida fazendo críticas a todas as propostas afim persuadir os
eleitores a votarem na oposição por terem propostas supostamente
melhores.
Comentário: É impossível que a oposição seja contrária a tudo
o que o governo pensa, a não ser que finja ser contrário a tudo visando o próprio
interesse nos cargos e salários. Muitas coisas podem ser comuns apesar da essência
ser divergente.
O que o eleitor
brasileiro espera na reforma política?
O
brasileiro quer uma nova estratégia política, para que governo e oposição
deixem de apenas trocar críticas oportunistas e comessem a trabalhar em
conjunto discutindo as melhores ações para o brasileiro, sem criticas. O
político precisa pensar em AÇÕES para
a população e não na próxima crítica que fará ao discurso do seu adversário político
pensando em conquistar o eleitor pela crítica. É visível que isso acontece.
Oportunistas da oposição já se pronunciaram
durante essa onda de manifestações para tentar persuadir o eleitor que
já está consciente dos seus intentos - Oposição: “O governo que está fazendo
errado, por isso que estão acontecendo as manifestações”.
Não é
apenas o governo que falha, mas a oposição também falha quando por interesse
vota totalmente ao contrário em ações do governo que poderiam beneficiar o brasileiro.
O que discutir na
reforma política?
A fim de inibir que a classe política em geral, deixe de ser
oportunista, pensando no interesse pessoal e começando a conquistar o eleitor contribuindo
para ações do interesse público , será necessário discutir os seguintes tópicos
sobre a reforma política:
- Número excessivo de partidos: É impossível que haja tantas
idéias diferentes. O ideal seriam apenas separar em no máximo 2 essências de
idéias diferentes, configurados em apenas 4 partidos. Por exemplo: 2 Socialistas e 2 capitalistas, são
totalmente diferentes. Ainda seria interessante criar um grupo centralizador
que discutiria essas idéias dos 4 partidos e aprovaria as idéias que julgassem
melhores ações para benefício da nação. Isso evitaria que a ação tomada seja
exclusivamente do partido do governo ou
da oposição, mas sempre do partido centralizador, caracterizando uma ação
conjunta dos partidos ainda que opostos na essência.
- Número excessivo de políticos: Os impostos estão muito
altos e o retorno fica em grande parte destinado a área administrativa e
política, deixando de lado áreas como saúde educação.
- Modelo de financiamento de campanhas.
- Reajustes de salários da classe política com base na mesma
porcentagem de aumento que tem o salário mínimo. Isso permite que o político sinta
se as políticas adotadas pela classe e o reajuste do salário mínimo da
população, são suficientes para manter o poder de compra e a mesma capacidade
de poupar com o passar dos anos.
Essas são algumas reivindicações que poderiam ser discutidas
na reforma política. Não discutir essas idéias, seria o mesmo que não realizar
reforma política.
Perdoe-nos se escrevemos algo fora da concordância
gramatical, pois em nossos estudos faltaram investimentos. Fonte: