Marcha lenta – O fim do foro privilegiado para políticos e
autoridades dos três Poderes provocou intenso debate, nesta quarta-feira
(10), na Comissão de Constituição de Justiça (CCJ) da Câmara dos
Deputados. A discussão girou em torno da votação de duas Propostas de
Emenda à Constituição (PEC) sobre o tema. Uma delas, a PEC 470/2005,
estabelece o fim do privilégio para deputados e senadores. A outra, a
PEC/2011, do líder do PPS, Rubens Bueno (PR), extingue o foro para
parlamentares, presidente da República, ministro, governadores,
prefeitos, magistrados e outras autoridades.
O deputado Sandro Alex (PPS-PR) tentou incluir a PEC mais ampla na
pauta de votação, mas o requerimento do partido acabou sendo derrotado
por 24 votos a 12. A outra proposta acabou também não sendo votada
devido ao encerramento da reunião com o início das votações no plenário
da Câmara. A discussão será retomada na próxima terça-feira e a inclusão
da PEC do PPS na pauta de votações foi garantida pelo presidente da
comissão, deputado Décio Lima (PT-SC). Parte dos parlamentares defende
que a propostas tramitem conjuntamente (apensadas) e outros querem votar
o fim do privilégio apenas para parlamentares. “Acabar com o foro nos
três poderes é uma forma de darmos uma resposta para a sociedade e
acabar com esse privilégio aristocrático”, defendeu Sandro Alex.
Autor da iniciativa, o líder do PPS também pediu a palavra durante a
reunião. “Nossa proposta é mais ampla, completa, e não atinge apenas
deputados e senadores. Vamos acabar com o foro para todos. Esse
privilégio tem que acabar”, cobrou Rubens Bueno durante a reunião.
A PEC do PPS
A proposta do líder do PPS extingue o foro especial por prerrogativa
de função para autoridades dos três poderes, ressalvada a hipótese de
crime de responsabilidade. A PEC do fim do foro privilegiado de autoria
de Rubens Bueno contou com o apoio de 187 parlamentares e tem parecer
pela admissibilidade desde junho do ano passado. O alvo da proposta são
as autoridades que cometeram crimes comuns. Só seria admitido foro
privilegiado (julgamento em tribunais) para crimes de responsabilidade,
que só podem ser cometidos por agentes políticos.
“Vejo que agora há intenção de se votar essa matéria. Acredito que a
proposta mais ampla deve ter prioridade. Assim daremos uma resposta mais
firme para a população que foi às ruas cobrando o fim da corrupção no
país”, disse o deputado.
A proposta de Rubens Bueno suprime e altera diversos incisos da
Constituição que estabelecem quais categorias, entre elas os políticos,
têm direito a julgamento apenas em instâncias superiores.
A intenção do líder do PPS é evitar, por exemplo, que pessoas entrem
para a política com o único objetivo de postergar o julgamento de crimes
que cometeram. “Temos que mostrar para a sociedade que ninguém deve
buscar um mandato ou cargo público para sobrestar esse ou aquele
processo. O mandato é para defender a população e ideias para o país.
Temos que parar com esse absurdo de, uma vez processada, a pessoa buscar
um mandato ou um cargo de alto escalão no Executivo para ganhar tempo e
escapar de julgamentos”, defendeu Rubens Bueno.
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