De olho no bolso – Ultrapassa o limite do bom senso a falta de
sensibilidade da presidente Dilma Rousseff diante de assuntos relevantes
para o País, principalmente quando se trata de tema relacionado ao setor primário da economia, possivelmente um dos mais importantes.
Sem se preocupar com o setor que há muito tem evitado que a balança comercial
brasileira amargue números indigestos, a presidente vetou projeto de
autoria do deputado federal Alceu Moreira (PMDB-RS) que previa o fim do
licenciamento e do emplacamento obrigatórios para veículos agrícolas. A
medida, assinada pela chefe do Executivo, está publicada na edição desta
quarta-feira (14) do Diário Oficial da União.
O projeto foi aprovado na Câmara dos Deputados e no Senado Federal,
além de ter sido exaustivamente debatido em inúmeras audiências
públicas, inclusive com a participação de representantes do governo, mas
acabou vetado no rastro da insensibilidade de Dilma.
“O governo federal reafirma não ter nenhum compromisso com
o setor primário. Eles querem meter a mão no bolso do produtor rural,
atuando como um sócio oculto sem nunca ter plantado nada”, criticou
Alceu Moreira, autor do projeto. Para o parlamentar, o governo não olha
para o agricultor de mãos calejadas que produz alimentos, apenas enxerga
o número de máquinas em uso ou vendidas para colocar mais dinheiro nos cofres da União.
O preço médio do emplacamento para os veículos de uso rural é estimado entre R$ 500 e R$ 1 mil por máquina, no Rio Grande do Sul,
custo que pode aumentar de acordo com o valor do maquinário. O
peemedebista gaúcho também reiterou que a vida útil das máquinas
agrícolas é circunscrita às propriedades rurais, ou seja, cobrar de
colheitadeiras ou tratores o mesmo valor cobrado dos carros de passeio é
no mínimo incompreensível.
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