Noite em claro – O desespero que tomou conta do Palácio do Planalto
nas primeiras horas da noite de segunda-feira (17) tirou o sono da
presidente Dilma Rousseff e de muitos integrantes de um
governo paralisado e incompetente, mas que insiste em caminhar sobre o
salto alto da soberba e da prepotência.
Apresentada ao eleitorado brasileiro como a “gerentona”, a mãe do
PAC, a garantia de continuidade, Dilma tem mostrado vocação para
ajudante de ordem do messiânico e foragido Lula. Com o governo correndo o
risco de enfrentar a versão tropical da “Primavera Árabe”, Dilma
acionou os motores do avião presidencial e rumou para São Paulo, onde se
reunirá com o patrão Lula. E quem diz que manda no governo de Dilma
Vana Rousseff é o próprio ex-metalúrgico.
Desde o início dos protestos da noite passada, os palacianos buscam
uma resposta, mas até agora nada foi esculpido sobre as escrivaninhas do
poder. A tensão é grande e a incompetência dos integrantes do governo
aflora cada vez mais. Na capital paulista, Dilma e Lula combinará algum
discurso pirotécnico que terá a árdua missão de acalmar o levante
popular.
Essa manobra sórdida, custeada com o suado dinheiro do contribuinte,
passará obrigatoriamente pelos bolsos dos paulistanos. O prefeito
Fernando Haddad descartou nos últimos dias qualquer possibilidade de a
tarifa do transporte público, mais especificamente dos ônibus, ser
reduzida. Na manhã desta terça-feira (18), durante reunião
extraordinária do Conselho da Cidade, o alcaide acenou com eventual
corte na tarifa do transporte.
Trata-se de uma tentativa de abafar os protestos que ganharam as ruas
do País, como se as manifestações estivessem agora restritas ao tema
que serviu como centelha de uma fogueira que arde do Oiapoque ao Chuí. O
PT está na corda bamba e não sabe como curar a ferida causada por um
tiro que saiu pela culatra. O partido fomentou o movimento baderneiro
para desestabilizar politicamente o governador Geraldo Alckmin, mas a
população indignada percebeu a armadilha e despolitizou os protestos.
De agora em diante é preciso determinação, parcimônia e coerência na
condução dos protestos, pois qualquer ação destemperada pode atropela o
primeiro passo de uma mudança. Se o assunto não fosse tão sério e
preocupante, Dilma Rousseff estaria despachando no gabinete
presidencial.
Que a parcela incauta da população não caia no discurso bravateiro do
governo, que contará com o apoio incondicional e remunerado da imprensa
de aluguel.
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