Verdade camuflada – Na próxima quarta-feira (17) completará seis anos
do acidente com o Airbus da TAM, no Aeroporto de Congonhas, que matou
199 pessoas. A aeronave que fazia o voo JJ 3054, originado em Porto
Alegre, não conseguiu frear na pista do aeroporto paulistano e colidiu
com o prédio do terminal de cargas da própria companhia. O maior
acidente da aviação brasileira comoveu o País, mas a elucidação do caso
foi marcada por pressões covardes de palacianos, que buscavam isentar o
governo de Luiz Inácio da Silva da culpa.
A Justiça Federal marcou para os próximos dias 7 e 8 de agosto o
julgamento de três pessoas apontadas como responsáveis pelo acidente:
Denise Abreu, ex-diretora da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac),
Marco Aurélio dos Santos de Miranda, diretor de segurança de voo da TAM,
e Alberto Fajerman, vice-presidente de operações da companhia aérea. Os
três respondem por crime de atentado contra a segurança do transporte
aéreo.
Para o Ministério Público Federal, Denise Abreu é corresponsável pelo
acidente por ter autorizado o funcionamento da pista recém reformada do
Aeroporto de Congonhas sem a realização do “grooving”, ranhuras no
asfalto evitam a formação do chamado espelho d’água e facilitam a
frenagem. Ainda de acordo com o MPF, Marco Aurélio Miranda e Alberto
Fajerman erraram ao não redirecionar os pousos da companhia para outro
aeroporto naquele dia, uma vez que havia indícios de que a pista
tornava-se escorregadia mediante chuva.
Dependendo do resultado do julgamento, o Brasil corre o risco de se
deparar com a maior aberração da Justiça em todos os tempos, pois faltam
elementos para sustentar as acusações formuladas pelo Ministério
Público Federal. No caso de Denise Abreu, a acusação avança pela seara
do absurdo, pois a nenhum diretor da Anac cabe a prerrogativa de decidir
sobre a liberação de uma pista de aeroporto, assunto que compete
exclusivamente à Infraero.
Se o órgão competente errou ao não interditar a pista de Congonhas, o
processo deve começar do zero e inserir no rol dos culpados todos os
integrantes do governo Lula responsáveis por assuntos relacionados à
aviação comercial brasileira. A Anac foi criada para regulamentar o
setor de aviação civil no País, não lhe cabendo decidir sobre questões
técnicas das pistas dos aeroportos brasileiros. No caso de Miranda e
Fajeman, a acusação é igualmente descabida, pois se a Infraero decidiu
pela não interdição da pista de Congonhas no dia do trágico acidente é
porque não havia razão para redirecionar os pousos para outros
aeroportos.
Considerando que erros existiram no caso do acidente da TAM, o
primeiro deles foi do então prefeito Gilberto Kassab, que nada fez para
impedir a construção de um bordel vertical na cabeceira do Aeroporto de
Congonhas, comprometendo sobremaneira o procedimento de aproximação das
aeronaves que têm o aeródromo paulistano como destino. (Abaixo
publicamos trecho de matéria que detalha o assunto)
A tese defendida pelo MPF – de que os voos deveriam ter sido
redirecionados em função das condições da pista – cai por terra, pois na
noite do último dia 1º de julho um avião da TAM, que pousava no
Aeroporto Antonio Carlos Jobim, o velho Galeão, derrapou na pista que
estava escorregadia por causa da chuva e parou na grama. Nem por isso a
Infraero decidiu fechar a pista do aeroporto Tom Jobim, que continuou
recebendo aviões de todas as partes do planeta.
Horas depois do acidente com o Airbus da TAM, o Palácio do Planalto
despachou para a capital paulista uma tropa de choque, cuja incumbência
era livrar o governo petista de qualquer responsabilidade. Os dias se
passaram e a pressão cresceu nos bastidores, com direito a ameaças de
todos os naipes por parte de alguns palacianos. O editor do ucho.info
conversou longamente com um dos delegados encarregados de investigar as
causas do acidente, mas o mesmo declarou que pediu para sair do caso em
função da pressão exercida nos bastidores.
Se o poder não tem escrúpulos, a situação tornou-se ainda pior com a
chegada do PT ao Palácio do Planalto. Quem frequentou a sede do
Executivo federal à época do acidente sabe que grande e covarde foi a
manobra para que a responsabilidade pela tragédia não fosse colocada
sobre a escrivaninha de Lula. Tanto é assim, que ameaças de quebra de
empresas foram feitas sem a menor cerimônia na Casa Civil.
Em suma, o Judiciário, confiando na denúncia do Ministério Público
Federal, está prestes a cometer uma grave injustiça se levar a cabo o
julgamento e eventual condenação de Denise Abreu, Marco Aurélio dos
Santos de Miranda e Alberto Fajerman, pois os verdadeiros culpados são
os membros do governo federal de então que deveriam zelar pela aviação
comercial brasileira, mas não o fizeram por incompetência, marca
registrada de um partido que se preocupa apenas e tão somente com as
questões relacionadas à perpetuação no poder.
Leia abaixo trecho da matéria que explica os danos provocados pelo bordel à beira de Congonhas à aviação brasileira ou clique para conferir a íntegra
Qualquer pessoa, mesmo sem conhecimento sobre aviação, sabe que uma
aeronave, quanto maior e mais pesada, precisa de espaço para pousar. Ou
seja, em pistas longas pousam grandes e pesadas aeronaves. Pois bem, a
pista do aeroporto de Congonhas, que passava por reformas e não estava
completamente pronta, foi tecnicamente encurtada por causa de um prédio
construído ilegalmente em uma das cabeceiras.
Para que a extensão da pista possa ser utilizada em sua totalidade,
seja em condições normais ou de emergência, durante a aproximação da
aeronave nada pode existir no meio do caminho que atrapalhe esse
procedimento. Caso contrário, a pista encurtará tecnicamente, pois
pousar não arremessar uma aeronave no solo.
No caminho do Airbus da TAM, assim como de tantas outras aeronaves,
tinha um prédio onde funcionava, sem alvará, uma casa de prostituição de
luxo, o “Bahamas”. Como a construção era ilegal, a prefeitura de São
Paulo se apressou e arrumou uma forma de escapar da culpa. Para
complicar o cenário, a reforma da pista, que é de responsabilidade da
Infraero, colaborou sobremaneira para o acidente.
Considerando que a Infraero é um órgão federal e os temas da aviação
civil são decididos também no Palácio do Planalto, Lula também tratou de
escapar da culpa. E nos bastidores o jogo foi sujo e covarde para que o
Planalto ficasse de fora das investigações. E fazemos tal afirmação com
plena convicção, sem medo de errar, pois na imprensa brasileira poucos
são os profissionais que conhecem a fundo os bastidores do maior
acidente aéreo da aviação brasileira como o editor do ucho.info.
Legalmente o hotel não poderia ter sido construído naquele local por
causa da interferência do barulho das aeronaves, mas a verdade é que
atrapalha o procedimento de aproximação e tecnicamente encurta a pista e
aumenta o risco de acidente. Em dia de chuva, qualquer pouso de um
Airbus ou Boeing 737, por exemplo, a aeronave escorrega mais ou menos.
Quanto menor for a pista, mesmo que tecnicamente, maiores são as
dificuldades para frear a aeronave.

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