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segunda-feira, 15 de julho de 2013

Acidente com avião da TAM completa seis anos, mas Justiça insiste em julgar inocentes e ignorar culpados

Verdade camuflada – Na próxima quarta-feira (17) completará seis anos do acidente com o Airbus da TAM, no Aeroporto de Congonhas, que matou 199 pessoas. A aeronave que fazia o voo JJ 3054, originado em Porto Alegre, não conseguiu frear na pista do aeroporto paulistano e colidiu com o prédio do terminal de cargas da própria companhia. O maior acidente da aviação brasileira comoveu o País, mas a elucidação do caso foi marcada por pressões covardes de palacianos, que buscavam isentar o governo de Luiz Inácio da Silva da culpa.
A Justiça Federal marcou para os próximos dias 7 e 8 de agosto o julgamento de três pessoas apontadas como responsáveis pelo acidente: Denise Abreu, ex-diretora da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Marco Aurélio dos Santos de Miranda, diretor de segurança de voo da TAM, e Alberto Fajerman, vice-presidente de operações da companhia aérea. Os três respondem por crime de atentado contra a segurança do transporte aéreo.
Para o Ministério Público Federal, Denise Abreu é corresponsável pelo acidente por ter autorizado o funcionamento da pista recém reformada do Aeroporto de Congonhas sem a realização do “grooving”, ranhuras no asfalto evitam a formação do chamado espelho d’água e facilitam a frenagem. Ainda de acordo com o MPF, Marco Aurélio Miranda e Alberto Fajerman erraram ao não redirecionar os pousos da companhia para outro aeroporto naquele dia, uma vez que havia indícios de que a pista tornava-se escorregadia mediante chuva.
Dependendo do resultado do julgamento, o Brasil corre o risco de se deparar com a maior aberração da Justiça em todos os tempos, pois faltam elementos para sustentar as acusações formuladas pelo Ministério Público Federal. No caso de Denise Abreu, a acusação avança pela seara do absurdo, pois a nenhum diretor da Anac cabe a prerrogativa de decidir sobre a liberação de uma pista de aeroporto, assunto que compete exclusivamente à Infraero.
Se o órgão competente errou ao não interditar a pista de Congonhas, o processo deve começar do zero e inserir no rol dos culpados todos os integrantes do governo Lula responsáveis por assuntos relacionados à aviação comercial brasileira. A Anac foi criada para regulamentar o setor de aviação civil no País, não lhe cabendo decidir sobre questões técnicas das pistas dos aeroportos brasileiros. No caso de Miranda e Fajeman, a acusação é igualmente descabida, pois se a Infraero decidiu pela não interdição da pista de Congonhas no dia do trágico acidente é porque não havia razão para redirecionar os pousos para outros aeroportos.
Considerando que erros existiram no caso do acidente da TAM, o primeiro deles foi do então prefeito Gilberto Kassab, que nada fez para impedir a construção de um bordel vertical na cabeceira do Aeroporto de Congonhas, comprometendo sobremaneira o procedimento de aproximação das aeronaves que têm o aeródromo paulistano como destino. (Abaixo publicamos trecho de matéria que detalha o assunto)
A tese defendida pelo MPF – de que os voos deveriam ter sido redirecionados em função das condições da pista – cai por terra, pois na noite do último dia 1º de julho um avião da TAM, que pousava no Aeroporto Antonio Carlos Jobim, o velho Galeão, derrapou na pista que estava escorregadia por causa da chuva e parou na grama. Nem por isso a Infraero decidiu fechar a pista do aeroporto Tom Jobim, que continuou recebendo aviões de todas as partes do planeta.
Horas depois do acidente com o Airbus da TAM, o Palácio do Planalto despachou para a capital paulista uma tropa de choque, cuja incumbência era livrar o governo petista de qualquer responsabilidade. Os dias se passaram e a pressão cresceu nos bastidores, com direito a ameaças de todos os naipes por parte de alguns palacianos. O editor do ucho.info conversou longamente com um dos delegados encarregados de investigar as causas do acidente, mas o mesmo declarou que pediu para sair do caso em função da pressão exercida nos bastidores.
Se o poder não tem escrúpulos, a situação tornou-se ainda pior com a chegada do PT ao Palácio do Planalto. Quem frequentou a sede do Executivo federal à época do acidente sabe que grande e covarde foi a manobra para que a responsabilidade pela tragédia não fosse colocada sobre a escrivaninha de Lula. Tanto é assim, que ameaças de quebra de empresas foram feitas sem a menor cerimônia na Casa Civil.
Em suma, o Judiciário, confiando na denúncia do Ministério Público Federal, está prestes a cometer uma grave injustiça se levar a cabo o julgamento e eventual condenação de Denise Abreu, Marco Aurélio dos Santos de Miranda e Alberto Fajerman, pois os verdadeiros culpados são os membros do governo federal de então que deveriam zelar pela aviação comercial brasileira, mas não o fizeram por incompetência, marca registrada de um partido que se preocupa apenas e tão somente com as questões relacionadas à perpetuação no poder.
Leia abaixo trecho da matéria que explica os danos provocados pelo bordel à beira de Congonhas à aviação brasileira ou clique para conferir a íntegra
Qualquer pessoa, mesmo sem conhecimento sobre aviação, sabe que uma aeronave, quanto maior e mais pesada, precisa de espaço para pousar. Ou seja, em pistas longas pousam grandes e pesadas aeronaves. Pois bem, a pista do aeroporto de Congonhas, que passava por reformas e não estava completamente pronta, foi tecnicamente encurtada por causa de um prédio construído ilegalmente em uma das cabeceiras.
Para que a extensão da pista possa ser utilizada em sua totalidade, seja em condições normais ou de emergência, durante a aproximação da aeronave nada pode existir no meio do caminho que atrapalhe esse procedimento. Caso contrário, a pista encurtará tecnicamente, pois pousar não arremessar uma aeronave no solo.
No caminho do Airbus da TAM, assim como de tantas outras aeronaves, tinha um prédio onde funcionava, sem alvará, uma casa de prostituição de luxo, o “Bahamas”. Como a construção era ilegal, a prefeitura de São Paulo se apressou e arrumou uma forma de escapar da culpa. Para complicar o cenário, a reforma da pista, que é de responsabilidade da Infraero, colaborou sobremaneira para o acidente.
Considerando que a Infraero é um órgão federal e os temas da aviação civil são decididos também no Palácio do Planalto, Lula também tratou de escapar da culpa. E nos bastidores o jogo foi sujo e covarde para que o Planalto ficasse de fora das investigações. E fazemos tal afirmação com plena convicção, sem medo de errar, pois na imprensa brasileira poucos são os profissionais que conhecem a fundo os bastidores do maior acidente aéreo da aviação brasileira como o editor do ucho.info.
Legalmente o hotel não poderia ter sido construído naquele local por causa da interferência do barulho das aeronaves, mas a verdade é que atrapalha o procedimento de aproximação e tecnicamente encurta a pista e aumenta o risco de acidente. Em dia de chuva, qualquer pouso de um Airbus ou Boeing 737, por exemplo, a aeronave escorrega mais ou menos. Quanto menor for a pista, mesmo que tecnicamente, maiores são as dificuldades para frear a aeronave.




sexta-feira, 12 de julho de 2013

Apenas 16% dos recursos de combate à violência contra mulher foram utilizados

Marina Dutra
Do Contas Abertas
No Brasil, a Lei Maria da Penha, sancionada em 2006, aumentou o rigor das punições das agressões contra a mulher ocorridas no âmbito doméstico ou familiar. No entanto, a mudança na legislação ainda não resultou na diminuição dos casos de violência. De janeiro a dezembro de 2012, foram computados 732.468 registros de atendimentos pela Central de Atendimento à Mulher – o Ligue 180. O canal recebeu 88.685 relatos de violência – dez a cada hora.
O programa temático “Políticas Para as Mulheres: Enfrentamento à Violência e Autonomia”, sob responsabilidade da Secretaria de Políticas para Mulheres (SPM), abrange outras ações, além do Ligue 180, ligadas ao atendimento às mulheres em situação de violência, como a promoção de políticas de igualdade e o incentivo a políticas de autonomia das mulheres.
 O governo federal autorizou R$ 179 milhões para a SPM aplicar no programa em 2013. No entanto, apenas 16% do total foram utilizados até agora, cerca de R$ 28 milhões. Do valor pago, somente R$ 5,2 milhões representam desembolsos em iniciativas de 2013, sendo o restante composto  por restos a pagar (despesas de anos anteriores não pagas no exercício e transferidas para o ano seguinte).
A Secretaria de Políticas para as Mulheres afirmou em nota que os recursos não foram liberados porque somente nos meses de março e abril foram abertos e divulgados três editais públicos para conveniamento com órgãos da administração pública federal, estadual e  municipal e do Distrito Federal, direta ou indireta, bem como as instituições privadas sem fins lucrativos cuja finalidade se relacione às características dos programas e ações da Secretaria.
“Todos estipularam o prazo de 45 dias para o envio de propostas. Os projetos estão em fase final de análise pela equipe técnica da SPM. Se atenderem às normas estabelecidas, haverá liberação para conveniamento, o que implicará repasse de recursos e, por consequência, aumento da execução orçamentária da SPM”, finaliza.
Para Priscilla Brito, do Centro Feminista de Estudos e Assessoria (CFEMEA), é aceitável que a execução esteja baixa, devido aos recursos da Secretaria terem aumentado após o lançamento do “Programa Mulher, Viver sem Violência”. O programa prevê a construção de centros chamados “Casa da Mulher Brasileira”, que integrarão serviços públicos de segurança, justiça, saúde, assistência social, acolhimento e orientação para o trabalho, emprego e renda em todas as 27 capitais brasileiras.
Porém, segundo Priscilla, a Secretaria tem uma dificuldade histórica com a execução de recursos na área da violência. “A SPM só consegue executar nos 40 minutos do segundo tempo e por meio de restos a pagar, uma prática péssima, mas a única exercida”.
Para a integrante do CFEMEA, também há falhas no monitoramento da execução da política a nível local. “Há uma curva ascendente nos investimentos que não se reflete na diminuição dos casos de violência contra a mulher. Desconfiamos que as mulheres negras sofram mais abusos que as brancas, mas não temos como confirmar, pois não há dados de segurança pública confiáveis a níveis nacionais, que dêem recortes de raça e classe, por exemplo”.
Sobre as “Casas da Mulher Brasileira”, Priscilla critica o fato dos centros serem concentrados apenas nas grandes capitais: “As capitais são os lugares mais bem equipados, a dificuldade de acesso aos programas de atenção está no interior. Não há um programa para a mulher do campo, por exemplo. A política precisa ser mais regionalizada”.
Iniciativas
A principal ação do programa orçamentário é intitulada como “Atendimento as Mulheres em Situação de Violência”. A iniciativa prevê assessoria técnica e financeira a estados e municípios em regime de contrapartida, por meio da criação, implementação e aperfeiçoamento de serviços especializados de atendimento à mulher em situação de violência e adequação dos serviços não especializados. A União destinou R$ 111, 6 milhões para a iniciativa, que se encontra sem execução nos seis primeiros meses do ano.
A segunda maior ação do programa é a “Promoção de Políticas de Igualdade e de Direitos das Mulheres”, que tem por finalidade o apoio técnico e/ou financeiro para a criação e/ou o fortalecimento de mecanismos institucionais de políticas e de conselhos de direitos das mulheres. A iniciativa também prevê o incentivo para a realização de fóruns, seminários, oficinas, diálogos, workshops, cursos, concursos, prêmios, publicações, produções culturais, estudos, diagnósticos, análises, formação de profissionais e outros eventos para a promoção da igualdade e dos direitos das mulheres. Até agora, apenas R$ 121 mil dos R$ 38,4 milhões autorizados foram pagos.
Na iniciativa “Incentivo a Políticas de Autonomia das Mulheres” também pouco foi executado no primeiro semestre. Dos R$ 16,4 milhões autorizados, apenas R$ 200 mil foram aplicados na ação que tem por objetivo apoiar iniciativas de promoção da autonomia econômica das mulheres e da equidade de gênero e de raça no mundo do trabalho.
Na já citada “Central de Atendimento a Mulher – Ligue 180”, dos R$ 8 milhões liberados para a ação, R$ 1,6 milhão já foram aplicados. A rubrica tem a finalidade de garantia de atendimento, inclusive internacional, de modo contínuo - 24 horas por dia, 7 dias por semana - na Central de Atendimento à Mulher - Ligue 180, em especial àquelas mulheres em situação de violência. O serviço visa informá-las sobre os seus direitos, sobre encaminhamentos a serem adotados e sobre os serviços disponíveis e adequados a cada caso de violência doméstica, além de informar às autoridades competentes.
Por fim, ainda não foi desembolsado nenhum centavo em “Publicidade de Utilidade Pública”. O Governo autorizou a aplicação de R$ 4,5 milhões na iniciativa.

quarta-feira, 3 de julho de 2013

Câmara segue o caminho do bom senso e aprova o arquivamento do polêmico projeto da “cura gay”

Fora de combate – Prevaleceu a lógica na noite desta terça-feira (2) e a Câmara dos Deputados aprovou, há instantes, requerimento para retirada de tramitação do projeto de decreto legislativo, conhecido como projeto da “cura gay”. Com a aprovação do requerimento, apresentado pelo autor da proposta, deputado João Campos (PSDB-GO), a matéria será arquivada e não poderá ser reapresentada neste ano.
O projeto derruba a aplicação de dispositivos de uma resolução do Conselho Federal de Psicologia, em vigor desde 1999, que proíbe os profissionais de participarem de terapias para alterar a orientação sexual e de tratar a homossexualidade como doença.
Todos os partidos encaminharam favoravelmente à aprovação do requerimento, a exceção foi o PSOL que encaminhou contrário à proposta. O partido queria que fosse votado o mérito da proposição para que ela fosse rejeitada e não pudesse ser reapresentada nesta legislatura, que acaba no início de 2015.
O deputado federal Jean Willians (PSOL-RJ) criticou a manobra para o arquivamento do projeto, com o argumento de que se fosse votado e rejeitado o mérito, outro projeto semelhante só poderia ser apresentado na próxima legislatura. “O projeto deveria ir para o lixo, de onde nunca deveria ter saído”.
O presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), também criticou a proposta, mas enalteceu o seu autor. “Ao nosso ver, o projeto é preconceituoso, é inconveniente, é inoportuno. E esta Casa não gostaria de vê-lo aprovado. Eu quero enaltecer que ele [João Campos] foi sensível às reclamações das ruas em relação ao projeto”. (Com informações da Agência Brasil)
 Link para esta matéria: http://ucho.info/?p=71388

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Caminhoneiros bloqueiam rodovias em seis estados

Acessos ao porto de Santos foram fechados; paralisação foi proibida pela Justiça

 Caminhoneiros bloqueiam os dois sentidos da Rodovia Castello Branco, na altura do km 30, em Itapevi (SP), na manhã desta segunda-feira (1), durante protesto contra o preço do óleo diesel e pedágios - Alex Falcão/Futura Press

 

Os bloqueios que começaram em rodovias nesta manhã já atingem seis estados: São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso, Santa Catarina, Bahia e Espírito Santo.
Em Santos, diferente grupos, formados por caminhoneiros e moradores de bairros periféricos, bloquearam ou realizaram tentativas de bloqueio na rodovia Cônego Domênico Rangoni (SP-55 e SP-248) e em ruas que dão acesso ao porto. Na Cônego, há registro de pelo menos oito quilômetros de congestionamento.
Há também bloqueios na Anchieta, um dos principais ligações da capital com a Baixada Santista. O bloqueio ocorre nas faixas central e da direita no quilômetro 23. O tráfego flui pela pista da esquerda. Caminhoneiros também bloqueiam a Castello Branco, na altura de Itapevi, na grande São Paulo. O trânsito também flui apenas pela pista da esquerda.
Já o Rodoanel, na altura de Itapecerica da Serra, que havia sido fechado por manifestantes pela manhã, foi liberado por volta de 12h30. A Polícia Militar afirma que também há registro de manifestações na SP-332, próximo a Paulínia.
Outras – Há ainda registro de bloqueios na BR-262, em Viana, região metropolitana de Vitória. O trânsito foi totalmente bloqueado às 9h.
Em Minas Gerais, há bloqueios na Fernão Dias em três diferentes trechos: em Igarapé, na região Metropolitana de Belo Horizonte, e em João Monlevade e São Gonçalo do Rio Abaixo, cidades a cerca de 100 quilômetros da capital mineira.
Também foram registrados bloqueios na MG-020, em Santa Luzia; na BR-262, em Manhuaçu; e na BR-040, em Nova Lima.
Na Bahia, três rodovias federais foram interditadas por caminhoneiros: a BR-116, na altura do município de Cândido Sales, e as BRs 242 e 020, na região oeste do estado. Segundo a Polícia Rodoviária Federal do estado, não houve conflitos nas manifestações.
Em Mato Grosso, caminhoneiros bloqueiam a BR-364, na saída de Cuiabá para Rondonópolis, e a BR-163, nas região de Sorriso. Já em Santa Catarina, o protesto ocorre na BR-282, próximo a Maravilha, na região oeste.
Paralisação - Os bloqueios na Castello Branco, Anchieta, na Fernão Dias, na BR-262 e na maior parte dos acessos ao porto de Santos foram convocados pelo Movimento União Brasil Caminhoneiro (MUBC), uma das entidades que representam a categoria.
No domingo, a Advocacia-Geral da União (AGU) conseguiu liminar que impede o MUBC de realizar manifestações que interrompam o tráfego nas rodovias federais. A decisão vale para todo o Brasil. O descumprimento pode render multa de 10.000 reais por hora para o MUBC. O movimento realizou uma convocação no fim de semana para uma paralisação geral de 72 horas, com início nesta segunda-feira e previsão de término na quarta-feira.
Os bloqueios que começaram em rodovias nesta manhã já atingem seis estados: São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso, Santa Catarina, Bahia e Espírito Santo.
Em Santos, diferente grupos, formados por caminhoneiros e moradores de bairros periféricos, bloquearam ou realizaram tentativas de bloqueio na rodovia Cônego Domênico Rangoni (SP-55 e SP-248) e em ruas que dão acesso ao porto. Na Cônego, há registro de pelo menos oito quilômetros de congestionamento.
Há também bloqueios na Anchieta, um dos principais ligações da capital com a Baixada Santista. O bloqueio ocorre nas faixas central e da direita no quilômetro 23. O tráfego flui pela pista da esquerda. Caminhoneiros também bloqueiam a Castello Branco, na altura de Itapevi, na grande São Paulo. O trânsito também flui apenas pela pista da esquerda.
Já o Rodoanel, na altura de Itapecerica da Serra, que havia sido fechado por manifestantes pela manhã, foi liberado por volta de 12h30. A Polícia Militar afirma que também há registro de manifestações na SP-332, próximo a Paulínia.
Outras – Há ainda registro de bloqueios na BR-262, em Viana, região metropolitana de Vitória. O trânsito foi totalmente bloqueado às 9h.
Em Minas Gerais, há bloqueios na Fernão Dias em três diferentes trechos: em Igarapé, na região Metropolitana de Belo Horizonte, e em João Monlevade e São Gonçalo do Rio Abaixo, cidades a cerca de 100 quilômetros da capital mineira.
Também foram registrados bloqueios na MG-020, em Santa Luzia; na BR-262, em Manhuaçu; e na BR-040, em Nova Lima.
Na Bahia, três rodovias federais foram interditadas por caminhoneiros: a BR-116, na altura do município de Cândido Sales, e as BRs 242 e 020, na região oeste do estado. Segundo a Polícia Rodoviária Federal do estado, não houve conflitos nas manifestações.
Em Mato Grosso, caminhoneiros bloqueiam a BR-364, na saída de Cuiabá para Rondonópolis, e a BR-163, nas região de Sorriso. Já em Santa Catarina, o protesto ocorre na BR-282, próximo a Maravilha, na região oeste.
Paralisação - Os bloqueios na Castello Branco, Anchieta, na Fernão Dias, na BR-262 e na maior parte dos acessos ao porto de Santos foram convocados pelo Movimento União Brasil Caminhoneiro (MUBC), uma das entidades que representam a categoria.
No domingo, a Advocacia-Geral da União (AGU) conseguiu liminar que impede o MUBC de realizar manifestações que interrompam o tráfego nas rodovias federais. A decisão vale para todo o Brasil. O descumprimento pode render multa de 10.000 reais por hora para o MUBC. O movimento realizou uma convocação no fim de semana para uma paralisação geral de 72 horas, com início nesta segunda-feira e previsão de término na quarta-feira.
Veja.com

Maria do Rosário precisa saber que brasileiros também têm direito a “vida melhor com proteção máxima”

Parafuso solto – Adepta das gazetas de encomenda, a ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário, convocou para terça-feira (2) reunião extraordinária com o objetivo de discutir medidas de proteção aos estrangeiros que vivem no Brasil. O encontro foi agendado após o assassinato do jovem boliviano Brayan Yanarico Capcha, de 5 anos. Integrantes da Comissão para Erradicação do Trabalho Escravo (Conatrae) e do Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (CDDPH) analisarão medidas que proporcionem maior proteção e garantia de direitos aos estrangeiros que buscam oportunidades no Brasil.
“O assassinato do Brayan foi o ato de mais completa desumanidade que eu vi recentemente. Não vou mais me perguntar o que move um ato desses, que é a total desvalorização da vida, mas sim o que podemos fazer para aumentar a segurança e as garantias das pessoas que vêm procurar oportunidades no Brasil”, disse a ministra.
Maria do Rosário informou que a Conatrae e o CDDPH debaterão, em João Pessoa (Paraíba), o acordo de direito à residência em vigor no Mercosul, firmado pelo Brasil, Argentina, Uruguai, Venezuela e Paraguai, suspenso temporariamente do bloco, além de Bolívia e Chile. De acordo com a ministra, é fundamental ampliar as discussões para assegurar o cumprimento das normas previstas no acordo.
“Queremos dar aos estrangeiros que buscam mais oportunidades no Brasil a possibilidade de ir e vir, assim como de uma vida melhor com proteção máxima, inclusive direitos trabalhistas e cidadania plena”, ressaltou.
Oportunismo barato
Que os bolivianos chegam aos milhares no Brasil e se submetem a condições subumanas de trabalho todos sabem, mas a ministra não pode usar o caso do garoto boliviano como arma para atacar o governador Geraldo Alckmin. Antes de qualquer declaração estapafúrdia, Maria do Rosário deveria sugerir ao presidente da Bolívia, Evo Morales, que acerte a economia do país como forma de evitar o êxodo de bolivianos.
Por outro lado, a ministra precisa compreender que direitos humanos é uma garantia também dos brasileiros, cada dia mais reféns da violência patrocinada pelo tráfico de drogas. O governo petista deixa de combater o tráfico nas fronteiras com a necessária eficácia para não comprometer a única fonte de renda das Farc, grupo narco-terrorista que integra o Foro de São Paulo, grupo que reúne a esquerda latino-americana e do qual o PT é um dos fundadores. (Com informações da Agência Brasil)
 Link para esta matéria: http://ucho.info/?p=71336

sexta-feira, 28 de junho de 2013

Fernando Henrique Cardoso é o mais novo imortal da Academia Brasileira de Letras

Fardão tucano – O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso foi eleito, nesta quinta-feira (27), para a Academia Brasileira de Letras (ABL). De acordo com a assessoria de imprensa da Academia, FHC recebeu 34 dos 39 votos possíveis e foi nomeado ainda na primeira votação. Vinte e quatro acadêmicos votaram de forma presencial, enquanto 14, por cartas. Houve apenas uma abstenção.
Fernando Henrique assume a cadeira de número 36, ocupada anteriormente pelo jornalista e escritor paulista João de Scantimburgo, falecido em março passado.
A candidatura do ex-presidente da República foi oficializada no mesmo mês por meio de carta, a qual foi entregue pelo também imortal Celso Lafer, ex-chanceler e ex-ministro do Desenvolvimento no governo tucano.
Ao logo da história, a Academia Brasileira de Letras recebeu dois ex-presidentes: Getúlio Vargas (nomeado em 1941 para a cadeira de número 37) e José Sarney (nomeado em 1980 para a cadeira de número 38).
Após a proclamação do resultado da eleição, o agora imortal Fernando Henrique recebeu amigos e companheiros de ABL na Fundação Eva Klabin, no Rio de Janeiro. Em nota, Marcos Vinicios Villaça, presidente da instituição destacou a eleição de FHC: “Essa eleição é um ato de respeito da Academia Brasileira de Letras à inteligência brasileira. A grande obra de Fernando Henrique Cardoso de sociólogo e cientista dá ainda mais corpo à Academia”.
 Link para esta matéria: http://ucho.info/?p=71218

terça-feira, 25 de junho de 2013

"Brasil amanheceu como a Venezuela", diz Gilmar Mendes

Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) mostrou preocupação com a solidez institucional do Brasil aos olhos dos países estrangeiros diante da proposta de constituinte exclusiva da presidente

 
Ministro Gilmar Mendes durante sessão que julga o mensalão, em 10/12/2012 (STF)
 
O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), criticou duramente nesta terça-feira o anúncio – seguido agora de um recuo – da presidente Dilma Rousseff que propôs ao Congresso fazer um plebiscito para discutir a possibilidade de convocação de uma assembleia constituinte exclusiva para votar a reforma política. Do ponto de vista da estabilidade das instituições brasileiras, avaliou o magistrado, o Brasil é respeitado internacionalmente, mas quando propõe medidas extremas como as anunciadas ontem no Palácio do Planalto, o país se afasta de nações respeitadas como a Alemanha e se aproxima dos regimes da Venezuela ou da Bolívia, segundo o ministro.

“O Brasil dormiu como se fosse Alemanha, Itália, Espanha, Portugal em termos de estabilidade institucional e amanheceu parecido com a Bolívia ou a Venezuela. Isso não é razoável. Não é razoável ficar flertando com uma doutrina constitucional bolivariana. Nós temos outras inspirações.”
Desde que a presidente Dilma Rousseff anunciou, na tarde dessa segunda-feira, a possibilidade de se realizar um plebiscito, ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) entraram em campo e dispararam telefonemas para os principais deputados e senadores para convencê-los de que a iniciativa era completamente inconstitucional. Pelo menos quatro magistrados procuraram líderes do governo e da oposição para alertar sobre os riscos da proposta da presidente Dilma.

Espanhol - Ao comentar a iniciativa do Palácio do Planalto, o ministro Gilmar Mendes informou que, juridicamente, não é possível convocar uma constituinte para funcionar paralelamente à Constituição de 1988. Ao comparar a proposta do governo com regimes semiditatoriais como o da Venezuela, Mendes ironizou: “felizmente, não pediram que na assembleia constituinte se falasse espanhol”.

Na avaliação do magistrado, boa parte das propostas de reforma política pode ser feita por leis ordinárias, sem a necessidade de se adotar estratagemas contentáveis para emplacar, por via pouco democrática, propostas de interesse do governo federal. “Por exemplo, a questão das coligações para eleições proporcionais. Por que há tantos partidos no Congresso? Porque hoje tem-se esse modelo das coligações. Já há algum tempo se discute a supressão das coligações”, relembrou. Em outros temas, como na adoção do voto distrital, diz o ministro, bastaria apresentar uma proposta de emenda à Constituição (PEC) e aprovar o texto regularmente no Congresso. Mendes relembrou que temas espinhosos, como a reforma da Previdência, foram votados pelos parlamentares “sem a necessidade de se chamar um novo processo constituinte”.

Para o ministro, a adoção de estratégias contentáveis como a da presidente Dilma Rousseff é resultado da falta de diálogo entre o Executivo e os parlamentares. “No Congresso, está havendo um estranhamento devido à ausência do governo federal na articulação desses temas, o que tem feito com que as questões não se resolvam”, disse.

domingo, 23 de junho de 2013

O MP, agora, também vai para a rua protestar

Procurador-geral de Justiça do Rio, Marfan Vieira, e promotores de Justiça participaram de manifestação na orla do Rio; em SP, MP organizou ato público na Avenida Paulista, além de abraço ao prédio do órgão

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 37 parece ter se consolidado como a nova grande causa das passeatas no Brasil. Foi o tema principal da marcha feita em São Paulo no sábado e também nas do Rio de Janeiro e Porto Alegre neste domingo. O que é curioso nas passeatas - que transcorreram de maneira pacífica - foi a participação muito ativa do Ministério Público Federal. O órgão não só esteve presente nas manifestações, como organizou uma delas e também convocou 'tuitaços' contra a PEC37 na internet.
Na maior manifestação deste domingo, 4.000 pessoas foram às ruas no Rio de Janeiro, parte delas até a rua do governador Sérgio Cabral, para protestar com cartazes do vasto repertório de críticas acumuladas nas últimas duas semanas. O movimento se destacou por uma pequena, mas nada desprezível adesão: a de promotores de Justiça, capitaneados pelo procurador-geral de Justiça do Rio, Marfan Vieira Martins, que participou de uma caminhada de protesto em Copacabana.
De acordo com a assessoria de imprensa do Ministério Público do Estado do Rio, não houve convocação oficial, mas vários promotores, subprocuradores – a cúpula do MP – e o próprio Marfan participaram da caminhada, tendo como pleito principal a rejeição à PEC, que estabelece a investigação criminal como competência privativa das polícias federal e estadual – ou seja, castrando o poder de inquirir do MP. "O ato não foi organizado pelo MP, mas a adesão ocorreu porque é uma causa que diz respeito diretamente ao nosso trabalho", explicou o Ministério Público, por meio de sua assessoria de imprensa.
A convocação deste domingo, em Copacabana, partiu do Facebook, por meio do evento chamado "Dia do Basta", que teve a adesão de mais de 45.000 pessoas. Na rede social, os manifestantes pedem "Rejeição Já" à proposta chamada de PEC da Impunidade. "Independência do Ministério Público ou morte à Justiça", dizia um dos cartazes. Nas ruas, a participação foi menor do que na internet, mas foi a primeira que conseguiu concluir seu trajeto sem ser desvirtuada por vândalos.
Organização em São Paulo - Já no ato realizado em São Paulo, no sábado, o MP teve papel de organizador. A manifestação começou no Museu de Arte de São Paulo (Masp), na Avenida Paulista, e reuniu mais de 30 mil pessoas. As faixas, também confeccionadas pelo órgão, levavam os dizeres: "PEC 37: não é para adiar, é para rejeitar" e "PEC 37: menos corrupção, mais investigação." A marcha terminou com um abraço ao prédio do MP, em São Paulo.
Em nota, o procurador-chefe em exercício do MPF-SP, Aureo Lopes, afirmou que a sociedade tem demonstrado seu repúdio à corrupção e à impunidade. “A luta contra a PEC 37, a PEC da Impunidade, está a cada dia mais presente na pauta das manifestações”. “Se queremos efetividade no combate à corrupção, o poder de investigação não pode ficar restrito apenas às polícias, que são subordinadas ao Executivo", disse, em comunicado que lançava o ato público em São Paulo, divulgado na semana passada.
No último dia 18, quando houve intensas manifestações por todo o país, a página do Twitter do Ministério Público Federal do Distrito Federal chegou a convocar um 'tuitaço' contra a PEC37 por volta das 21 horas.
A reportagem de VEJA tentou, na noite deste domingo, contato com um representante do MP para falar oficialmente sobre a participação nas manifestações. Não foi possível entrevistar promotores que tenham participado do protesto. A assessoria do governo do estado do Rio divulgou nota com uma declaração do governador Sérgio Cabral. “As pessoas têm o direito de se manifestar, desde que de forma pacífica”. Na rua do governador, os manifestantes gritavam “Cabral, a sua hora vai chegar”.
Ativismo inédito - A causa do MP é justa. A aprovação da PEC37 certamente tornaria mais difícil a investigação de políticos e o combate à corrupção e ao crime organizado no Brasil. "O Ministério Público é um defensor da ordem jurídica e é o intérprete isento dos princípios e regras constitutivos dessa ordem jurídica", afirmou o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Carlos Ayres Britto, em entrevista ao site de VEJA.
Dito isso, é um fato novo que um braço da Justiça brasileira recorra ao ativismo digital, com 'tuitaços', e ao uso da voz das ruas para travar uma batalha institucional. Foi um fim de semana em que a ação do MP teve algo de MPL (o Movimento Passe Livre).
 

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Sem acordo, PEC 37 deve ficar para o 2º semestre

Governo orientou bancadas aliadas a recuarem da proposta que pretende amordaçar o Ministério Público após onda de protestos nas ruas

 
 José Eduardo Cardozo (Leonardo Soares/AE)
 
  Sem conseguir um acordo entre policiais e representantes do Ministério Público, o Congresso Nacional decidiu adiar a votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) número 37, que proíbe o Ministério Público de conduzir investigações criminais, atribuição que passaria a ser exclusiva das polícias. O governo também orientou as bancadas aliadas a não forçarem a votação da emenda após ela ter sido incluída no cardápio de reivindicações dos protestos espalhados pelo país nas últimas semanas.
A votação da emenda está agendada para o próximo dia 26 na Câmara dos Deputados, mas o presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), que está em viagem oficial à Rússia, já afirmou que pretende adiar a votação, segundo o jornal Folha de S.Paulo. O presidente em exercício da Câmara, André Vargas (PT-PR), defende o adiamento para o segundo semestre.
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, seguiu a mesma linha nesta quarta-feira. "Vou solicitar alguns dias para que termine esse processo de consulta em separado. Será um apelo a Henrique Alves para que se possível adie a votação", disse.
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 Para Alexandre Camanho, presidente da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), a postergação permitirá mais tempo para as negociações. “O MP nunca esteve tão unido, este é o momento certo para conversarmos. Estamos abertos para negociar, mas nunca para ouvir que nós não podemos investigar, disse. “Conversei com o Henrique Alves e ele sinalizou que vai adiar. Antes mesmo dos protestos essa hipótese já vinha sendo ponderada, e parece que esses últimos eventos aumentaram a pressão para que a PEC não seja analisada agora”, afirmou

Protestos - Na breve reunião realizada na noite desta terça-feira, os membros do grupo de trabalho também mostraram preocupação que as manifestações ganhem força com a aprovação da PEC 37. Durante protesto na noite de segunda-feira, em Brasília, cartazes contra a “PEC da Impunidade” foram erguidos em frente ao Congresso Nacional. Para o próximo dia 26, está previsto um protesto exclusivo contra a PEC, novamente na capital federal. Mais de 7.000 pessoas confirmaram presença na página do evento, criada no Facebook.
Após um mês e meio de discussões, o grupo de trabalho criado para reavaliar o texto da PEC 37 chegou ao fim de suas reuniões nesta quarta-feira com cenário igual ao do início dos debates: sem acordo. Representantes do Ministério Público e da polícia, acompanhados por parlamentares e servidores do Ministério da Justiça não chegaram um consenso sobre como devem ser conduzidas as investigações criminais. Para tentar negociar um acordo, Cardozo anunciou que vai tomar a frente dos debates.
Na próxima semana, o ministro se reunirá, separadamente, com representantes do Ministério Público e das polícias. Estabelecer um ponto comum entre os dois órgãos, porém, não será uma tarefa fácil, já que ambos não abrem mão de investigar processos criminais. “A nossa reunião com o MP e com os delegados será para avaliar se nós podemos encontrar alternativas que possam ser objeto de consideração”, afirmou.
Nas reuniões do grupo de trabalho, iniciadas no mês passado, representantes da polícia sugeriram que fosse incorporada à Constituição a possibilidade de o Ministério Público apurar as infrações – mas somente em processos “extraordinários”. Por entender que a solução dava espaço para manter procuradores e promotores distantes das apurações, o MP recusou a proposta. “Esse texto limita muito mais a nossa atuação. Nós continuamos reafirmando que temos o poder de investigar. Somente precisamos de regramentos”, afirmou Norma Cavalcanti, presidente em exercício do Conselho Nacional dos Membros do Ministério Público (Conamp).
Como uma alternativa à PEC 37, representantes do Ministério Público protocolaram nesta terça, na Câmara dos Deputados, um projeto de lei com regulamentações para as investigações criminais. O texto sugere ação integrada da Polícia Judiciária com o MP e também a interação de outros órgãos que colaboram para o andamento das apurações, como a Receita Federal, o Banco Central e a Controladoria-Geral da União (CGU). A ideia é que em casos de apuração conjunta, a investigação seja conduzida pelo delegado de polícia e coordenada por um membro do Ministério Público.

A ‘máfia do asfalto’, desarticulada em abril de 2013 após uma ação anticorrupção do Ministério Público em doze estados brasileiros, era especializada em desvios nos contratos de pavimentação e recapeamento de asfalto em 78 municípios do noroeste de São Paulo. Dezenove pessoas foram denunciadas pelo órgão por formação de quadrilha, falsidade ideológica e fraudes em licitações. A Justiça aceitou a denúncia e decretou a prisão de treze envolvidos.
As obras públicas recebiam recursos dos Ministérios do Turismo e Cidades, e o esquema de fraudes era centralizado pela empreiteira Demop, que possui mais de trinta empresas parceiras, muitas delas de fachada e todas pertencentes à família Scamatti. Relatórios da operação mostraram que os acusados tinham tentáculos no meio político, sendo citados em escutas telefônicas deputados federais e estaduais de partidos como o PT e o PSDB.

O que diz a PEC 37

A PEC define como competência "privativa" da polícia as investigações criminais ao acrescentar um parágrafo ao artigo 144 da Constituição. O texto passaria a ter a seguinte redação: "A apuração das infrações penais (...) incumbe privativamente às polícias federal e civis dos estados e do Distrito Federal." 

  1. O que diz a Constituição:A legislação brasileira confere à polícia a tarefa de apurar infrações penais, mas em momento algum afirma que essa atribuição é exclusiva da categoria policial. No caso do Ministério Público, a Constituição não lhe dá explicitamente essa prerrogativa, mas tampouco lhe proíbe. É nesse vácuo da legislação que defensores da PEC 37 tentam agora agir. 
  2. Votação:
    As propostas de emenda à Constituição, como a PEC 37, tem um regime diferenciado de votação e, para serem aprovadas, exigem quórum mínimo de 3/5 de votos favoráveis do total de membros da Casa (308 votos na Câmara e 49 no Senado) e apreciação em dois turnos tanto na Câmara quanto no Senado.