Sob medida – Aconteceu na Câmara Municipal de São Paulo que já era esperado e foi antecipado pelo ucho.info.
A CPI dos Transportes, dominada pelo PT e repleta de vereadores da base
de apoio ao prefeito Fernando Haddad, aprovou nesta terça-feira (2)
cerca de quarenta requerimentos, entre os quais, convites aos técnicos
da SPTrans, Metrô, CPTM e EMTU para que prestem esclarecimentos sobre a
composição das tarifas.
O vereador Eduardo Tuma (PSDB), único integrante da oposição na CPI,
teve um requerimento de sua autoria ser suspenso por tempo
indeterminado. Tuma formulou o convite ao promotor de Justiça Saad
Mazloum, que à Comissão Parlamentar de Inquérito detalharia as
investigações sobre o sistema de transporte público. A tropa de choque
de Fernando Haddad alegou que é melhor ouvir Mazloum após a análise dos
documentos.
Enquanto convida técnicos do Metrô, da CPTM e da EMTU para
esclarecimentos, cujo objetivo e desestabilizar politicamente o
governador Geraldo Alckmin, o PT luta para que detalhes dos bastidores
do transporte público venham a público. Uma investigação mais
aprofundada sobre segmento de ônibus urbanos e vans certamente alcançará
a ex-prefeita Marta Suplicy e o petista Jilmar Tatto, atual secretário municipal de Transportes, que na gestão da agora ministra da Cultura ocupou o mesmo cargo.
Panos quentes
Dois grandes escândalos marcaram o setor de transportes durante a
administração de Marta Suplicy, em São Paulo. O primeiro envolveu a
Viação Cidade Tiradentes, que operava na Zona Leste da capital paulista e
integrava o grupo do empresário Nenê Constantino, dono da Gol. A
empresa foi transferida para dois “laranjas”, sendo que um deles, Gelson
Camargo, acabou revelando o esquema em depoimento à polícia. Na
ocasião, Camargo acusou o então marido de Marta Suplicy, o
franco-argentino Luis Favre, de envolvimento no esquema.
O segundo grande escândalo ocorreu anos após a saída de Marta da
prefeitura e teve Jilmar Tatto na proa. Na condição de secretário
municipal de Transportes, Tatto foi acusado de facilitar o ingresso da
facção criminosa PCC no setor de vans de transportes. A denúncia partiu
de um amigo de longa data de Jilmar Tatto, o perueiro Luiz Carlos
Efigênio Pacheco, à época presidente da Cooper Pam.
Conhecido como “Pandora”, Pacheco foi acusado de ter financiado, com
dinheiro de lotações, uma tentativa frustrada de resgate de preso de uma
cadeia de Santo André, no ABC paulista, em março de 2006. Detido,
Pandora negou envolvimento com o crime organizado, mas admitiu a
infiltração do PCC no setor perueiro. O perueiro afirmou, em depoimento
formal à polícia, que sua cooperativa incorporou integrantes da
organização criminosa por ordem de Jilmar Tatto. O petista teve a prisão
requerida pela Polícia Civil, mas a Justiça negou o pedido.
Como o Brasil tornou-se a terra dos absurdos, Jilmar Tatto disse, há
dias, que a CPI dos Transportes servirá apenas para achacar os
empresários do setor. Após essa declaração polêmica, a Associação
Nacional das Empresas de Transportes Urbanos decidiu homenagear Tatto
com a Medalha do Mérito do Transporte Urbano, que será entregue durante
cerimônia a ser realizada na próxima quinta-feira (4).
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