Enganação planaltina – Os brasileiros de bem que não se entreguem ao
comodismo, pois a movimentação de parlamentares na órbita da reforma
política é conversa fiada da pior qualidade. O assunto está em discussão
há pelo menos duas décadas e não será agora que alguma mudança
acontecerá. Quem está no poder não quer sair e muito menos deseja
facilitar a vida de quem está louco para entrar.
Depois das fracassadas incursões de Dilma Rousseff na seara da
reforma política, que se deu no vácuo dos protestos que ganharam as ruas
do País, deputados e senadores decidiram encenar uma ópera bufa para
ludibriar mais uma vez a opinião pública. A Câmara dos Deputados, por
decisão de seu presidente, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), criou uma
comissão especial para tratar do assunto, mas não se deve despejar
esperanças nesse colegiado que servirá para criar uma espessa nuvem de
fumaça.
Os primeiros sinais de que essa tal reforma política será um fracasso
surgiram a reboque do desejo dos políticos de enfraquecer a Lei da
Ficha Limpa e não dar importância aos que entregaram prestação de contas
fora do prazo ou que foram rejeitadas.
Indicado para coordenar a comissão especial, o deputado federal
Cândido Vacarezza (PT-SP), que goza de bom trânsito no PMDB e também na
oposição, anunciou nesta quarta-feira (17) o lançamento de um portal na
rede mundial de computadores para receber opiniões e sugestões dos
brasileiros. Vaccarezza lembrou também que a comissão realizará
encontros com diversos setores da sociedade, o que não significa que
eventuais decisões atenderão às expectativas do povo brasileiro.
Para que não fique dúvidas a respeito da embromação que será essa
anunciada e duvidosa reforma política, as novas regras só valerão a
partir de 2018. Ou seja, até lá será possível enganar à vontade a
opinião pública, como acontece nessa louca Terra de Macunaíma desde os
idos de 1.500.
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