Um pelo outro – O derretimento da popularidade da presidente Dilma
Rousseff vem provocando efeitos colaterais e obrigou o PT a revisar sua
estratégia para as eleições de 2014. No Paraná, a aposta do partido para
disputar o Palácio Iguaçu, sede do Executivo estadual, continua sendo a
ainda ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, de acordo com
pesquisas internas do partido. Contudo, a aposta pode mudar.
A alternativa que subiu à escrivaninha petista seria lançar a
candidatura do ex-senador Osmar Dias (PDT), atualmente acomodado pelo
Palácio do Planalto em uma das vice-presidências do Banco do Brasil,
cargo que lhe proporciona salário de fazer inveja a muitos executivos
com bons currículos.
Plenamente contente com a cornucópia dourada do cargo, Osmar Dias
vinha mantendo silêncio quase obsequioso em relação a questões
políticas, evitando inclusive opinar sobre candidaturas do seu partido. A
alegação era de que estava impedido de falar de política. “O Banco (do
Brasil) tem 60% capital público e 40% privado, portanto, se um
estatutário como eu participar da campanha recebe uma multa de R$ 50 mil
da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Eu tenho um parecer jurídico
do banco e por isso me licenciei até da presidência do PDT”, alegava
Osmar.
Nos últimos dias, Osmar Dias desandou a falar de política, como se o
fim da sua mudez fosse sem interesse. Atacou o governador Beto Richa
(PSDB) e destacou sua atuação no Senado como representante do Paraná. O
problema é que as atuações de Osmar como senador são controversas. Em
1997, durante o governo do pedetista Jaime Lerner, Osmar juntou-se ao
senador Roberto Requião, que um dia foi seu adversário, para impedir a
aprovação de empréstimo para o estado.
No valor de R$ 456 milhões e com dinheiro barato do Banco Mundial, o
empréstimo destinava-se a investimentos em saneamento e educação. Para o
espanto dos demais senadores, Osmar Dias e Requião não mediram esforços
para impedir que o dinheiro chegasse aos cofres paranaenses. Para tal,
Osmar cavou pareceres técnicos na Secretaria do Tesouro Nacional contra a
concessão dos empréstimos. O resultado é que a liberação do dinheiro
atrasou exatos 536 dias. O dinheiro só chegou ao Paraná por
interferência do então senador mineiro Francelino Pereira.
Outros esqueletos no armário também tiram o sono de Osmar. Na
campanha de 2010, quando concorreu ao Palácio Iguaçu e perdeu a disputa
para o tucano Beto Richa, o pedetista teve dificuldade para explicar a
posse da fazenda Lagoa da Prata. Um imenso latifúndio, do tamanho de um
principado europeu, fincado em Formoso do Araguaia, no Tocantins, e
avaliado em pelo menos R$ 16 milhões. Osmar, no entanto alegou ter
adquirido a gleba por apenas R$ 2,5 milhões.
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