(*) Lígia Fleury –
Escrevo hoje sobre um mundo informatizado, um mundo em que crianças,
jovens e adultos podem ter acesso a qualquer informação com um simples
clique.
A comunicação ganhou novos caminhos, novas possibilidades. A
fronteira entre escritor e leitor praticamente inexiste. Na era da
informatização, leitor e escritor dialogam o tempo todo. Hoje, lê-se
muito, afinal, para iniciar um programa tecnológico, há que se ler as
instruções na tela, há que se ler os procedimentos, as mensagens.
Então, a grande questão não está na falta da leitura, mas na
qualidade do que se lê. Um clique e podemos ter a pior das leituras. O
mesmo acontece com a comunicação impressa: há livros, jornais, revistas
de excelente e de péssima qualidade. A informação está ao nosso alcance;
a diferença está no teor da informação, do que se escreve e do que se
lê.
Com a volta às aulas, nessa semana, a escola, instituição que tem na
sua essência a obrigação de transformar a informação em conhecimento,
deve investir no hábito da leitura, por meio de boas leituras, da
pesquisa, da reflexão sobre a leitura, da compreensão do que se lê.
As famílias devem criar possibilidades lúdicas de leitura como
frequentar livrarias ou contar histórias para as crianças, duas
sugestões simples que podem despertar, desde a mais tenra infância, o
gosto pelo aprender, o prazer de ler. Porque a leitura abre as portas
para o mundo, mexe com o imaginário, permite sonhos, desenvolve ideias,
estimula a criatividade, amplia o conhecimento.
No último dia 25, comemoramos o Dia do Escritor. Sugiro que as
escolas não se omitam em relação a essa data e propiciem aos alunos
pesquisar sobre os autores, descobrir nos diferentes gêneros textuais a
possibilidade de cada autor em brincar com o imaginário ou mesmo de
relatar o cotidiano. Por meio de diferentes dinâmicas, a leitura pode
ser inserida no cotidiano do aluno.
Leitura que instiga, que informa, que ensina. Escolas devem
disponibilizar jornais e revistas para alunos, funcionários e
professores e precisa responsabilizar a todos na confecção de murais que
contenham as notícias e produções do corpo docente e discente, em mais
uma proposta de parceria família-escola no processo educacional.
Iniciar o semestre retomando leituras feitas durante o primeiro
semestre e durante as férias pode ser um excelente recomeço. Mas que
sejam atividades que provoquem reflexões e criatividade, longe das –
espero eu -, superadas produções com o título “Minhas Férias”.
O momento pede atualização, criatividade. O país vive uma enorme
crise política que precisa ser analisada em sala de aula. É o momento de
levar a notícia para a sala de aula e desenvolver o espírito crítico
dos alunos. Pela leitura, pelos escritores. Por um Brasil menos
corrupto, por uma sociedade do conhecimento, por um país sério, sem
miséria, com honestidade, com consciência. É o momento de as escolas
prepararem os novos eleitores. Pela leitura, o melhor instrumento que um
educador pode oferecer ao seu aluno. E isso serve para os pais também.
Querem um mundo melhor? Leiam e ofereçam leitura. Comemorem os escritores, ampliando o número de leitores.
(*) Lígia Fleury é psicopedagoga, palestrante, assessora pedagógica educacional, colunista em jornais de Santa Catarina e autora do blog educacaolharcomligiafleury.blogspot.com.
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