(*) Lígia Fleury –
Publicado em diversos jornais nesta última semana, o assunto não
poderia ser, infelizmente, mais redundante e trágico: o Brasil está no
38º lugar no ranking de Educação, dentre 40 países analisados pelo Instituto Pearson e pelo The Economist Intelligence Unit, conforme análise de dados dos dois últimos anos.
Redundância que não se encontra apenas neste resultado, mas no
cotidiano do brasileiro. Apontar as causas desta medíocre posição
mundial tornou-se repetitivo demais; todos os letrados e, minimamente
leitores, as conhecem. Não temos um governo omisso mas, neste caso,
seria infinitamente melhor se assim o fosse. A atuação dos órgãos
políticos na Educação tem sido absurdamente desastrosa. São exames
forjados, verbas desviadas, escolas em ruínas, merendas que não saciam,
material e uniforme que não chegam ao aluno, transportes que não
funcionam.
Omissão nesse caso poderia ser um ganho; quem sabe ao menos não
haveria desvios… Como mudar esse discurso e inverter a posição no
ranking?
Estudando e trabalhando. Felizmente, por outro lado, tenho assistido
conquistas de verdadeiros guerreiros. São professores fazendo
verdadeiras “mágicas” para debater o conhecimento, transformar a
informação em ações práticas e permanecerem próximos ao aluno. E como
conseguem? Estudando, trabalhando e lutando a favor da aprendizagem.
Estes professores não se acomodam apenas na leitura de artigos
e textos ou na participação de palestras, mas ousam no momento de
questionar novas informações e só depois de enxergarem no sentido destas
uma efetiva aprendizagem, desafiam o potencial de seus alunos, mexendo
com a curiosidade e incentivando a busca de novos conhecimentos.
São professores que não se contentam em levar ao aluno uma nova tecnologia, mas desafiam-no a criar em cima
da nova tecnologia. São professores que não se acomodam com a falta do
caderno e do lápis, mas que, apesar disto, instrumentalizam o aluno por
meio de rodas de conversas, dramatizações, exercícios em pequenos
grupos, busca de soluções para problemas da comunidade, jogos da vida prática.
São professores que lutam
para reverter o estrago causado pelos órgãos públicos. É o olhar sempre
atento dos mestres que faz a diferença. Então, não podemos esperar que
os órgãos responsáveis por mudar a realidade desastrosa da educação
brasileira façam algo para reverter este ranking. Esperar por isso é
permanecer no final da fila.
Vamos criar desafios para o cálculo mental, problemas que exijam soluções práticas,
estratégias para compreensão de textos, dinâmicas de socialização com o
que temos em mãos: olhares curiosos dos nossos alunos, vontade de
aprender e compartilhar.
Vamos diminuir a fronteira entre as diferentes realidades, seguindo o exemplo de uma escola particular de São Paulo que levou os alunos para conhecerem escolas rurais do interior do estado.
O que antecedeu esta visita foram conversas entre a direção destas
instituições para o alinhamento dos planejamentos. Durante o encontro
dos alunos de realidades tão diferentes, os professores trocaram
informações e todos saíram ganhando. Criou-se um intercâmbio entre estas
realidades que continuará por meio de cartas, um gênero textual
estudado pelos alunos. Zona rural e zona urbana juntas, parceiras pela
aprendizagem, pela construção de um mundo melhor.
Em um próximo artigo contarei sobre esta proposta, certamente uma das
muitas possibilidades de sairmos da contramão em que irresponsáveis
colocaram a educação brasileira.
(*) Lígia Fleury é psicopedagoga, palestrante, assessora pedagógica educacional, colunista em jornais de Santa Catarina e autora do blog educacaolharcomligiafleury.blogspot.com.
Link para esta matéria: http://ucho.info/?p=81571
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quarta-feira, 14 de maio de 2014
sexta-feira, 2 de agosto de 2013
Por um Mundo Letrado
(*) Lígia Fleury –
Escrevo hoje sobre um mundo informatizado, um mundo em que crianças, jovens e adultos podem ter acesso a qualquer informação com um simples clique.
A comunicação ganhou novos caminhos, novas possibilidades. A fronteira entre escritor e leitor praticamente inexiste. Na era da informatização, leitor e escritor dialogam o tempo todo. Hoje, lê-se muito, afinal, para iniciar um programa tecnológico, há que se ler as instruções na tela, há que se ler os procedimentos, as mensagens.
Então, a grande questão não está na falta da leitura, mas na qualidade do que se lê. Um clique e podemos ter a pior das leituras. O mesmo acontece com a comunicação impressa: há livros, jornais, revistas de excelente e de péssima qualidade. A informação está ao nosso alcance; a diferença está no teor da informação, do que se escreve e do que se lê.
Com a volta às aulas, nessa semana, a escola, instituição que tem na sua essência a obrigação de transformar a informação em conhecimento, deve investir no hábito da leitura, por meio de boas leituras, da pesquisa, da reflexão sobre a leitura, da compreensão do que se lê.
As famílias devem criar possibilidades lúdicas de leitura como frequentar livrarias ou contar histórias para as crianças, duas sugestões simples que podem despertar, desde a mais tenra infância, o gosto pelo aprender, o prazer de ler. Porque a leitura abre as portas para o mundo, mexe com o imaginário, permite sonhos, desenvolve ideias, estimula a criatividade, amplia o conhecimento.
No último dia 25, comemoramos o Dia do Escritor. Sugiro que as escolas não se omitam em relação a essa data e propiciem aos alunos pesquisar sobre os autores, descobrir nos diferentes gêneros textuais a possibilidade de cada autor em brincar com o imaginário ou mesmo de relatar o cotidiano. Por meio de diferentes dinâmicas, a leitura pode ser inserida no cotidiano do aluno.
Leitura que instiga, que informa, que ensina. Escolas devem disponibilizar jornais e revistas para alunos, funcionários e professores e precisa responsabilizar a todos na confecção de murais que contenham as notícias e produções do corpo docente e discente, em mais uma proposta de parceria família-escola no processo educacional.
Iniciar o semestre retomando leituras feitas durante o primeiro semestre e durante as férias pode ser um excelente recomeço. Mas que sejam atividades que provoquem reflexões e criatividade, longe das – espero eu -, superadas produções com o título “Minhas Férias”.
O momento pede atualização, criatividade. O país vive uma enorme crise política que precisa ser analisada em sala de aula. É o momento de levar a notícia para a sala de aula e desenvolver o espírito crítico dos alunos. Pela leitura, pelos escritores. Por um Brasil menos corrupto, por uma sociedade do conhecimento, por um país sério, sem miséria, com honestidade, com consciência. É o momento de as escolas prepararem os novos eleitores. Pela leitura, o melhor instrumento que um educador pode oferecer ao seu aluno. E isso serve para os pais também.
Querem um mundo melhor? Leiam e ofereçam leitura. Comemorem os escritores, ampliando o número de leitores.
(*) Lígia Fleury é psicopedagoga, palestrante, assessora pedagógica educacional, colunista em jornais de Santa Catarina e autora do blog educacaolharcomligiafleury.blogspot.com.
Link para esta matéria: http://ucho.info/?p=72550
Escrevo hoje sobre um mundo informatizado, um mundo em que crianças, jovens e adultos podem ter acesso a qualquer informação com um simples clique.
A comunicação ganhou novos caminhos, novas possibilidades. A fronteira entre escritor e leitor praticamente inexiste. Na era da informatização, leitor e escritor dialogam o tempo todo. Hoje, lê-se muito, afinal, para iniciar um programa tecnológico, há que se ler as instruções na tela, há que se ler os procedimentos, as mensagens.
Então, a grande questão não está na falta da leitura, mas na qualidade do que se lê. Um clique e podemos ter a pior das leituras. O mesmo acontece com a comunicação impressa: há livros, jornais, revistas de excelente e de péssima qualidade. A informação está ao nosso alcance; a diferença está no teor da informação, do que se escreve e do que se lê.
Com a volta às aulas, nessa semana, a escola, instituição que tem na sua essência a obrigação de transformar a informação em conhecimento, deve investir no hábito da leitura, por meio de boas leituras, da pesquisa, da reflexão sobre a leitura, da compreensão do que se lê.
As famílias devem criar possibilidades lúdicas de leitura como frequentar livrarias ou contar histórias para as crianças, duas sugestões simples que podem despertar, desde a mais tenra infância, o gosto pelo aprender, o prazer de ler. Porque a leitura abre as portas para o mundo, mexe com o imaginário, permite sonhos, desenvolve ideias, estimula a criatividade, amplia o conhecimento.
No último dia 25, comemoramos o Dia do Escritor. Sugiro que as escolas não se omitam em relação a essa data e propiciem aos alunos pesquisar sobre os autores, descobrir nos diferentes gêneros textuais a possibilidade de cada autor em brincar com o imaginário ou mesmo de relatar o cotidiano. Por meio de diferentes dinâmicas, a leitura pode ser inserida no cotidiano do aluno.
Leitura que instiga, que informa, que ensina. Escolas devem disponibilizar jornais e revistas para alunos, funcionários e professores e precisa responsabilizar a todos na confecção de murais que contenham as notícias e produções do corpo docente e discente, em mais uma proposta de parceria família-escola no processo educacional.
Iniciar o semestre retomando leituras feitas durante o primeiro semestre e durante as férias pode ser um excelente recomeço. Mas que sejam atividades que provoquem reflexões e criatividade, longe das – espero eu -, superadas produções com o título “Minhas Férias”.
O momento pede atualização, criatividade. O país vive uma enorme crise política que precisa ser analisada em sala de aula. É o momento de levar a notícia para a sala de aula e desenvolver o espírito crítico dos alunos. Pela leitura, pelos escritores. Por um Brasil menos corrupto, por uma sociedade do conhecimento, por um país sério, sem miséria, com honestidade, com consciência. É o momento de as escolas prepararem os novos eleitores. Pela leitura, o melhor instrumento que um educador pode oferecer ao seu aluno. E isso serve para os pais também.
Querem um mundo melhor? Leiam e ofereçam leitura. Comemorem os escritores, ampliando o número de leitores.
(*) Lígia Fleury é psicopedagoga, palestrante, assessora pedagógica educacional, colunista em jornais de Santa Catarina e autora do blog educacaolharcomligiafleury.blogspot.com.
Link para esta matéria: http://ucho.info/?p=72550
quinta-feira, 11 de julho de 2013
Câmara causa novo constrangimento ao governo e revela farsa dos royalties para a educação
Estante de derrotas – Enquanto a presidente Dilma Rousseff ilude a
opinião pública ao afirmar que nenhum ministro deixará o governo, a
situação de Ideli Salvatti, da Secretaria de Relações Institucionais, é
absolutamente insustentável. Ideli, que tem sido atropelada pelo
companheiro Aloizio Mercadante, o irrevogável, já quis deixar o governo,
mas palacianos convenceram a petista a aguardar mais um pouco, pois do
contrário ficaria se cargo.
Sem manter uma interlocução de qualidade com o Congresso Nacional, Ideli viu o governo amargar novo revés no parlamento, desta vez na Câmara dos Deputados, que na quarta-feira (10) analisou, ponto por ponto, o texto que destina os royalties do petróleo à educação e à saúde e que foi modificado pelo Senado no início de julho.
Como alertou o ucho.info com antecedência, a grande questão nessa matéria está na forma como o assunto foi anunciado à população. O do deputado e líder do PDT na Câmara, André Figueiredo (CE), prevê a aplicação de 50% da totalidade do Fundo Social do petróleo para a saúde e a educação, mas os parlamentares tentaram evitar a apreciação do texto. Com 217 votos contrários e 165 favoráveis, porém, o requerimento saiu derrotado.
O principal impasse na votação de quarta-feira estava na destinação do Fundo Social. O governo trabalhou para que fosse mantido o entendimento dos senadores, que decidiram que fossem investidos nas áreas sociais apenas os rendimentos de 50% do fundo. Por outro lado, André Figueiredo, que contou na votação com o apoio de siglas da oposição, defende a aplicação de 50% do total do fundo.
Por causa do impasse que por pouco não avançou pela madrugada desta quinta-feira (12), os deputados decidiram deixar a discussão da matéria para a próxima semana. Até lá, o Palácio do Planalto terá de trabalhar muito para que Dilma não acumule nova derrota, pois a sociedade foi induzida a erro por ocasião do anúncio dos investimentos dos recursos do pré-sal na educação. Até porque, uma coisa é investir 50% dos royalties, outra é investir 50% dos rendimentos dos royalties.
Link para esta matéria: http://ucho.info/?p=71704
Sem manter uma interlocução de qualidade com o Congresso Nacional, Ideli viu o governo amargar novo revés no parlamento, desta vez na Câmara dos Deputados, que na quarta-feira (10) analisou, ponto por ponto, o texto que destina os royalties do petróleo à educação e à saúde e que foi modificado pelo Senado no início de julho.
Como alertou o ucho.info com antecedência, a grande questão nessa matéria está na forma como o assunto foi anunciado à população. O do deputado e líder do PDT na Câmara, André Figueiredo (CE), prevê a aplicação de 50% da totalidade do Fundo Social do petróleo para a saúde e a educação, mas os parlamentares tentaram evitar a apreciação do texto. Com 217 votos contrários e 165 favoráveis, porém, o requerimento saiu derrotado.
O principal impasse na votação de quarta-feira estava na destinação do Fundo Social. O governo trabalhou para que fosse mantido o entendimento dos senadores, que decidiram que fossem investidos nas áreas sociais apenas os rendimentos de 50% do fundo. Por outro lado, André Figueiredo, que contou na votação com o apoio de siglas da oposição, defende a aplicação de 50% do total do fundo.
Por causa do impasse que por pouco não avançou pela madrugada desta quinta-feira (12), os deputados decidiram deixar a discussão da matéria para a próxima semana. Até lá, o Palácio do Planalto terá de trabalhar muito para que Dilma não acumule nova derrota, pois a sociedade foi induzida a erro por ocasião do anúncio dos investimentos dos recursos do pré-sal na educação. Até porque, uma coisa é investir 50% dos royalties, outra é investir 50% dos rendimentos dos royalties.
Link para esta matéria: http://ucho.info/?p=71704
terça-feira, 9 de julho de 2013
Inversão de valores
(*) Lígia Fleury –
“Professora é demitida após divulgar fotos de escola alagada em Imperatriz”
Uma dúvida me atormenta: por que só se coloca o cadeado na porta depois que o bandido entra?
Algo não faz sentido. Ao viajar por nossas estradas, ao andar pelas nossas ruas, vejo placas “Cuidado, buraco na pista”. Muitas vezes apenas cavaletes indicando uma cratera.
Por que não se evita o buraco, a cratera? Por que as placas de sinalização permanecem por dias sem que o asfalto seja reparado? Por que não se constrói com asfalto de qualidade? Ora, se há um aviso é porque alguém o colocou lá. E não fui eu, não foi você. É pedir demais que se arrume o estrago antes que ele cause acidentes? É pedir demais que se utilize material de qualidade para evitar acidentes? Não é mais fácil fazer uma vez só e bem feito do que ficar remendando?
É pedir demais que se mantenham salas de aula sem goteiras? É pedir demais que haja um mínimo de segurança e de estrutura nas salas de aula? É muito difícil construir escolas com material de qualidade? É muito difícil utilizar nas escolas o mesmo material com o qual se constroem as casas dos responsáveis pela educação?
E, novamente, quem perde é a educação.
A educação do trânsito. A educação da sala de aula. A tal da cidadania.
O erro é da professora que quer para seus alunos um mínimo de respeito? O erro é da professora que se preocupa com o ambiente escolar? Ou o erro é de quem fecha os olhos para essa pouca vergonha que chamam de sala de aula, que ousam chamar de escola?
Olhem para nossas escolas. Com cuidado! Porque poderão ser banidos da situação de cidadania a qual pertencem desde o dia de seu nascimento.
Outra pergunta me inquieta: onde estudam ou estudaram os filhos, sobrinhos dessas pessoas que se julgam dirigentes de Educação e que não olham para seus alunos? Onde os próprios estudaram?
Oh! Eu sei a resposta. Em alguma escola onde não consta na lista de material “guarda-chuva” para a sala de aula, galocha para o recreio.
Essa professora do Maranhão, que no final de 2012 retratou a escola em que tentava trabalhar, tem o meu mais profundo respeito, simplesmente porque é uma EDUCADORA, que conhece o significado da palavra RESPEITO.
Ela deve dormir o sono dos justos. E merece uma retratação por ter perdido seu emprego. Seu NOBRE EMPREGO.
Horroriza-me ler que foi punida por mostrar o absurdo do ambiente escolar. O absurdo é a falta de estrutura ou é o fato da população tomar conhecimento dessa aberração? Essa é uma EDUCADORA. E foi punida.
Foi punida porque cuidou de seus alunos. Isso chama-se… como é mesmo? Ah, sim, lembrei: inversão de valores!
Mas não vamos desistir! Contra tudo que escandaliza nossa Educação, lutemos pela sua sobrevivência.
Não sejamos mais um Brasil de reação, mas de ação!
(*) Lígia Fleury é psicopedagoga, palestrante, assessora pedagógica educacional, colunista em jornais de Santa Catarina e autora do blog educacaolharcomligiafleury.blogspot.com.
“Professora é demitida após divulgar fotos de escola alagada em Imperatriz”
Uma dúvida me atormenta: por que só se coloca o cadeado na porta depois que o bandido entra?
Algo não faz sentido. Ao viajar por nossas estradas, ao andar pelas nossas ruas, vejo placas “Cuidado, buraco na pista”. Muitas vezes apenas cavaletes indicando uma cratera.
Por que não se evita o buraco, a cratera? Por que as placas de sinalização permanecem por dias sem que o asfalto seja reparado? Por que não se constrói com asfalto de qualidade? Ora, se há um aviso é porque alguém o colocou lá. E não fui eu, não foi você. É pedir demais que se arrume o estrago antes que ele cause acidentes? É pedir demais que se utilize material de qualidade para evitar acidentes? Não é mais fácil fazer uma vez só e bem feito do que ficar remendando?
É pedir demais que se mantenham salas de aula sem goteiras? É pedir demais que haja um mínimo de segurança e de estrutura nas salas de aula? É muito difícil construir escolas com material de qualidade? É muito difícil utilizar nas escolas o mesmo material com o qual se constroem as casas dos responsáveis pela educação?
E, novamente, quem perde é a educação.
A educação do trânsito. A educação da sala de aula. A tal da cidadania.
O erro é da professora que quer para seus alunos um mínimo de respeito? O erro é da professora que se preocupa com o ambiente escolar? Ou o erro é de quem fecha os olhos para essa pouca vergonha que chamam de sala de aula, que ousam chamar de escola?
Olhem para nossas escolas. Com cuidado! Porque poderão ser banidos da situação de cidadania a qual pertencem desde o dia de seu nascimento.
Outra pergunta me inquieta: onde estudam ou estudaram os filhos, sobrinhos dessas pessoas que se julgam dirigentes de Educação e que não olham para seus alunos? Onde os próprios estudaram?
Oh! Eu sei a resposta. Em alguma escola onde não consta na lista de material “guarda-chuva” para a sala de aula, galocha para o recreio.
Essa professora do Maranhão, que no final de 2012 retratou a escola em que tentava trabalhar, tem o meu mais profundo respeito, simplesmente porque é uma EDUCADORA, que conhece o significado da palavra RESPEITO.
Ela deve dormir o sono dos justos. E merece uma retratação por ter perdido seu emprego. Seu NOBRE EMPREGO.
Horroriza-me ler que foi punida por mostrar o absurdo do ambiente escolar. O absurdo é a falta de estrutura ou é o fato da população tomar conhecimento dessa aberração? Essa é uma EDUCADORA. E foi punida.
Foi punida porque cuidou de seus alunos. Isso chama-se… como é mesmo? Ah, sim, lembrei: inversão de valores!
Mas não vamos desistir! Contra tudo que escandaliza nossa Educação, lutemos pela sua sobrevivência.
Não sejamos mais um Brasil de reação, mas de ação!
(*) Lígia Fleury é psicopedagoga, palestrante, assessora pedagógica educacional, colunista em jornais de Santa Catarina e autora do blog educacaolharcomligiafleury.blogspot.com.
quinta-feira, 27 de junho de 2013
FHC concorre à Academia Brasileira de Letras nesta quinta
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso
(Eduardo Biermann)
O ex-presidente e sociólogo Fernando Henrique Cardoso concorre nesta
quinta-feira, 27, à cadeira de número 36 da Academia Brasileira de
Letras, vaga desde a morte de João de Scantimburgo, aos 97 anos, no dia
22 de março. A eleição será no Petit Trianon, no Rio de Janeiro. Ele foi
o primeiro a se candidatar e é favorito entre onze concorrentes.Para ser eleito, o candidato precisa de 20 votos -- metade do número de imortais mais um. Se ninguém atingir a meta, é realizado um segundo escrutínio no mesmo dia. Depois, uma terceira e quarta votação, ali mesmo. Caso não haja consenso, uma nova eleição é aberta.
Disputam a cadeira com Fernando Henrique Cardoso, Felisbelo da Silva, J.R. Guedes de Oliveira, Gildasio Santos Bezerra, Jeff Thomas, Carlos Magno de Melo, Eloi Ghio, Diego Mendes Souza, Alvaro Corrêa de Oliveira, José William Vavruk e Arlindo Vicentine. A última imortal eleita foi Rosiska Darcy de Oliveira.
(Com Estadão Conteúdo)
quarta-feira, 12 de junho de 2013
Trabalho Infantil: apenas 22% dos recursos previstos foram utilizados
Marina Dutra
Do Contas Abertas
Do Contas Abertas
Embora
as pessoas só pensem no dia 12 de junho como Dia dos Namorados, na data
também é celebrado o Dia Mundial de Combate ao Trabalho Infantil. A
comemoração foi criada pela Organização Internacional do Trabalho em
2002 e, desde então, entidades de todo o mundo tentam alertar a
sociedade para a realidade do trabalho infantil que assola o Brasil e
vários outros países.
Apesar da preocupação e
do problema atingir 3,4 milhões de crianças e adolescentes de 10 a 17
anos no Brasil, apenas 22% do total de R$ 412,5 bilhões autorizados, em
2013, para duas ações orçamentárias voltadas para a erradicação do
trabalho infantil foram executados até ontem (11), incluídos os restos a
pagar. As rubricas pertencem ao programa “Promoção dos Direitos de
Crianças e Adolescentes”.
Do valor orçado para este
ano, R$ 362,5 milhões serão destinados para a ação “Proteção Social
para Crianças e Adolescentes Identificadas em Situação de Trabalho
Infantil”. A iniciativa tem como objetivo incluir as crianças e
adolescentes identificados em situação de trabalho em serviços de
proteção social, no horário extraescolar, para retirá-los do trabalho
precoce e irregular e protegê-los de situações que ameacem ou violem
seus direitos.
No entanto, para a ação
que também tem a intenção de promover o acesso e participação cidadã de
crianças e adolescentes em ações socioeducativas e de convivência
voltadas ao fortalecimento de vínculos familiares e comunitários, apenas
22,4% dos recursos, isto é, R$ 85,9 milhões, foram desembolsados.
Os serviços devem ser
ofertados pela proteção social básica nos territórios de cobertura dos
Centros de Referência de Assistência Social (CRAS), assim como nos
territórios de cobertura dos Centros de Referência Especializados de
Assistência Social (CREAS), sob coordenação da área responsável pela
Proteção Social Especial, a quem cabe também a execução de ações de
gestão, voltadas ao aperfeiçoamento da identificação das situações de
trabalho infantil nos territórios.
A outra ação que conta
com recursos para erradicação do trabalho infantil é a “Concessão de
Bolsa para Famílias com Crianças e Adolescentes Identificadas em
Situação de Trabalho”. Neste ano, 14,2% do total de R$ 30 milhões
destinados à iniciativa foram pagos, o equivalente a R$ 4,3 milhões. A
ação tem como objetivo assegurar às crianças e adolescentes com idade
inferior a 16 anos de idade, identificadas em situação de trabalho (à
exceção dos adolescentes na condição de aprendiz, dos 14 aos 16 anos,
conforme a legislação vigente), o acesso à transferência de renda às
suas famílias.
Os recursos desta ação
são repassados diretamente às famílias com crianças e adolescentes
identificadas em situação de trabalho não elegíveis aos critérios do
Programa Bolsa Família, de modo a criar condições objetivas para a
retirada imediata da situação de trabalho e contribuir para a
interrupção das condições geradoras da situação do trabalho precoce.
O valor da transferência
de renda previsto pelo Programa de Erradicação do Trabalho Infantil
(Peti) varia de acordo com a renda familiar, a localidade em que mora a
família (zona urbana ou rural) e o número de crianças ou adolescentes
que compõem o arranjo familiar.
Famílias com renda per
capita de até R$ 70,00 recebem R$ 68,00 + R$ 22,00 por beneficiário (no
máximo até 3) + R$ 33,00 por jovem de 16 e 17 anos frequentando a escola
(até 2 jovens). Famílias com renda por pessoa acima de R$ 70,00 e menor
que R$ 140,00 recebem R$ 22,00 por beneficiário (até 3) + R$ 33,00 por
jovem de 16 e 17 anos frequentando a escola (até 2 jovens).
Já as famílias em
situação de trabalho infantil com renda mensal por pessoa superior a R$
140,00 recebem R$ 40,00, se residentes nas áreas urbanas de capitais,
regiões metropolitanas e municípios com mais de 250 mil habitantes. Para
as que moram em outros municípios ou em áreas rurais, o valor da
transferência de renda é de R$ 25,00.
O Contas Abertas
questionou o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome sobre
a execução das iniciativas, mas até o fechamento da matéria, não obteve
resposta.
Dificuldades
Ainda que o país seja
considerado uma referência mundial em relação às políticas sobre o tema,
o Brasil ainda apresenta índices baixos e não deve erradicar o trabalho
infantil no curto prazo. Segundo o estudo “Brasil livre de trabalho
infantil”, produzido pela organização Repórter Brasil, um fator
preocupante é que, de 2005 em diante, houve desaceleração no ritmo da
diminuição do número de crianças e adolescentes no mercado de trabalho.
Segundo, o Censo de 2010,
3,4 milhões de crianças e adolescentes de 10 a 17 anos estavam
trabalhando. Entre o período de 2000 a 2010, houve redução de 13,4% no
número. Entretanto, a ocorrência do problema chegou a aumentar 1,5%
entre crianças de 10 a 13 anos, justamente na faixa etária mais
vulnerável dessa população, para a qual todo tipo de trabalho é
proibido.
De acordo com Rafael Dias
Marques, procurador do Ministério Público do Trabalho e coordenador da
Coordenadoria Nacional de Combate à Exploração do Trabalho da Criança e
do Adolescente, a maior dificuldade no combate a esse tipo de trabalho
está na informalidade. “Você não consegue identificar esse explorador
para punir e a solução tem que se dar por meio de assistência, de
políticas públicas de amparo as famílias do menor trabalhador”, explica.
Para Marques, o primeiro
ponto para mudança do quadro é a conscientização da sociedade em não
consumir produtos e serviços prestados por crianças e adolescentes.
“Muitas vezes a cena sensibiliza, é apelativa, mas essa situação de
apelo não pode conduzir a sociedade a comprar o produto da criança,
porque ela está prejudicando, ela está criando a demanda por trabalho e
permite que essa situação perpetue. A sociedade tem que dizer não, toda
vez que uma criança ou adolescente vier oferecer um produto ou serviço a
ela”, afirma.
Ainda segundo o
procurador, a princípio, pode ser realizado trabalho de conscientização
da família. “É necessário orientar a família que o trabalho nessa fase
da vida prejudica a saúde, a formação educacional e o lazer da criança e
do adolescente. Se após essa conscientização a família, uma vez
assistida pelas políticas públicas, continuar permitindo que a situação
de trabalho ocorra, pode e deve sofrer punições”, conclui.
segunda-feira, 10 de junho de 2013
Até quando?
(*) Lígia Fleury –
Escrever sobre Educação me fascina, pois é a possibilidade real de conscientizar os indivíduos de seus direitos e deveres.
Segundo o IBGE, em 2011, o Brasil possuía 12,9 milhões de analfabetos, 8,6% de uma população de 192 376 496 habitantes. Nada me faz acreditar que isso seja uma conquista, até porque nesse índice não estão incluídos os analfabetos funcionais, aqueles que decodificam, mas não compreendem a mensagem do texto – leem palavras e não as significam. Isso é crime e está longe de ser uma vitória.
Em um país de vasta extensão territorial e com grandes riquezas, há que se atentar para o maior crime contra a população de que se tenha notícia, que é o descaso com a educação.
Hoje, o alto índice de atestados médicos que legalizam a licença médica do professor é assustador; em Brasília, nada menos que a capital desse BRASIL, mais de 30% dos professores estão em licença, de janeiro até hoje. Quais os motivos? Apenas cinco dentre inúmeros:
• Professores ameaçados
• Alunos deseducados
• Pais omissos
• Salário vergonhoso – clique e confira o infográfico que elucida o terrível quadro salarial
• Falta de ambiente e material compatível com o que se espera de uma ESCOLA
Há que se pensar sobre essa afronta. A falta de segurança que estamos vivendo é consequência desse descaso. A falta de saúde pública é consequência desse descaso.
Desde sempre leio que o governo tem Proposta para Educação e são sempre as mesmas: construir escolas, aumentar salário dos professores… MENTIRAS! BALELAS! E são mentiras contadas em todos os cantos desse Brasil.
Crianças fora da escola por falta de vagas e professores fora da escola por problemas de saúde. Somem os dois e o resultado é catastrófico: bandidos na rua. E a única diferença entre esses bandidos e os que roubam a Educação da população é que os que estão na rua ou na cadeia assustam pela violência física enquanto que os que roubam o direito à Educação de uma Nação, estão na mídia, recebendo votos para aumentar o número de analfabetos. E esses são muito mais perigosos que os primeiros, porque roubam o direito à dignidade, ao conhecimento, à cidadania. Mas estão soltos. Até quando?
(*) Lígia Fleury é psicopedagoga, palestrante, assessora pedagógica educacional, colunista em jornais de Santa Catarina e autora do blog educacaolharcomligiafleury.blogspot.com.
Link para esta matéria: http://ucho.info/?p=70374
Escrever sobre Educação me fascina, pois é a possibilidade real de conscientizar os indivíduos de seus direitos e deveres.
Segundo o IBGE, em 2011, o Brasil possuía 12,9 milhões de analfabetos, 8,6% de uma população de 192 376 496 habitantes. Nada me faz acreditar que isso seja uma conquista, até porque nesse índice não estão incluídos os analfabetos funcionais, aqueles que decodificam, mas não compreendem a mensagem do texto – leem palavras e não as significam. Isso é crime e está longe de ser uma vitória.
Em um país de vasta extensão territorial e com grandes riquezas, há que se atentar para o maior crime contra a população de que se tenha notícia, que é o descaso com a educação.
Hoje, o alto índice de atestados médicos que legalizam a licença médica do professor é assustador; em Brasília, nada menos que a capital desse BRASIL, mais de 30% dos professores estão em licença, de janeiro até hoje. Quais os motivos? Apenas cinco dentre inúmeros:
• Professores ameaçados
• Alunos deseducados
• Pais omissos
• Salário vergonhoso – clique e confira o infográfico que elucida o terrível quadro salarial
• Falta de ambiente e material compatível com o que se espera de uma ESCOLA
Há que se pensar sobre essa afronta. A falta de segurança que estamos vivendo é consequência desse descaso. A falta de saúde pública é consequência desse descaso.
Desde sempre leio que o governo tem Proposta para Educação e são sempre as mesmas: construir escolas, aumentar salário dos professores… MENTIRAS! BALELAS! E são mentiras contadas em todos os cantos desse Brasil.
Crianças fora da escola por falta de vagas e professores fora da escola por problemas de saúde. Somem os dois e o resultado é catastrófico: bandidos na rua. E a única diferença entre esses bandidos e os que roubam a Educação da população é que os que estão na rua ou na cadeia assustam pela violência física enquanto que os que roubam o direito à Educação de uma Nação, estão na mídia, recebendo votos para aumentar o número de analfabetos. E esses são muito mais perigosos que os primeiros, porque roubam o direito à dignidade, ao conhecimento, à cidadania. Mas estão soltos. Até quando?
(*) Lígia Fleury é psicopedagoga, palestrante, assessora pedagógica educacional, colunista em jornais de Santa Catarina e autora do blog educacaolharcomligiafleury.blogspot.com.
Link para esta matéria: http://ucho.info/?p=70374
quinta-feira, 6 de junho de 2013
Educação no Brasil segue a toada burra da esquerda, mas governo quer ajudar universidades da África
Fora de órbita – Como afirma, com excesso de precisão, o jornalista
José Simão, colunista da “Folha de S. Paulo”, o Brasil é o país da piada
pronta. Sem entender o mais raso significado da palavra planejamento, o
governo de Dilma Vana Rousseff, a “gerentona inoperante” a “garantia de
continuidade”, decidiu investir na melhoria da educação de alguns
países africanos, como se nessa louca e descontrolada Terra de Macunaíma
não existissem problemas na área educacional.
Sob o comando do “auto-plagiador” Aloizio Mercadante, o irrevogável, o Ministério da Educação aprovou projeto inédito que prevê financiamentos a universidades brasileiras dispostas a contribuir para a melhoria do ensino superior na África.
De acordo com o projeto, vinte universidades nacionais, entre elas USP e federal de Minas Gerais, enviarão professores e pesquisadores para instituições de cinco países africanos e um asiático, todos de língua portuguesa.
A USP, por exemplo, ajudará a criar um mestrado em educação em Angola. Já a federal do Rio Grande do Sul participará da implantação do primeiro curso de agronomia da Universidade de Cabo Verde.
Por meio da Capes (órgão do ministério), serão financiados 45 projetos, ao custo de R$ 6 milhões – menos de 10% do que a pasta deve gastar neste ano com bolsas para alunos nas universidades brasileiras.
Mão de obra se forma através da educação
O Brasil sofre um incontestável apagão de mão de obra, sendo obrigado a importar profissionais de quase todas as áreas, mas o governo do PT insiste em fazer pirotecnia além das fronteiras nacionais.
O setor produtivo verde-louro sofre diuturnamente com a falta de mão de obra capacitada, algo que o editor alerta desde a década de 80, quando os donos da verdade de então preferiram chamá-lo de utópico e revolucionário.
O PT, que nos tempos de oposição e de greves sempre defendeu a qualificação do trabalhador por meio da educação, agora trabalha para que o Brasil tenha cada vez menos cabeças pensantes, pois só assim é possível levar adiante o golpe que está em marcha e será o coquetel de inauguração de uma ditadura comunista.
Desoneração dos materiais escolares
Se os petistas palacianos querem de fato fazer graça na área da educação, que pelo menos não fechem os olhos a um projeto de lei que tramita na Câmara dos Deputados e que foi elaborado a partir de uma ideia do editor. Aprovado no Senado Federal depois de longa e árdua luta contra o lobby das multinacionais, o projeto prevê a isenção de IPI, PIS e Confins incidentes sobre os materiais escolares.
Não causará nenhuma sangria nos cofres federais a isenção tributária proposta pelo editor do ucho.info. Aliás, o retorno se dará em curto prazo e em valores muito maiores, desde que a educação brasileira siga formatos imunes à ideologia política. De nada adianta reduzir os impostos dos tablets para supostamente gerar investimentos e empregos, não sem antes prestigiar o capital internacional, se parte da população brasileira ainda é formada por analfabetos funcionais.
Esquerdismo em terras africanas
Ao financiar projetos que beneficiam as universidades africanas, o governista PT alega suposta dívida dos brasileiros com a África – discurso embusteiro –, mas o objetivo é catequizar os incautos do continente sob o manto do totalitarismo esquerdista.
Os brasileiros precisam se posicionar contra esse projeto utópico que privilegia universidades de alguns países da África, pois por aqui a educação continua a trilhar o caminho do equívoco e da enganação.
Link para esta matéria: http://ucho.info/?p=70250
Sob o comando do “auto-plagiador” Aloizio Mercadante, o irrevogável, o Ministério da Educação aprovou projeto inédito que prevê financiamentos a universidades brasileiras dispostas a contribuir para a melhoria do ensino superior na África.
De acordo com o projeto, vinte universidades nacionais, entre elas USP e federal de Minas Gerais, enviarão professores e pesquisadores para instituições de cinco países africanos e um asiático, todos de língua portuguesa.
A USP, por exemplo, ajudará a criar um mestrado em educação em Angola. Já a federal do Rio Grande do Sul participará da implantação do primeiro curso de agronomia da Universidade de Cabo Verde.
Por meio da Capes (órgão do ministério), serão financiados 45 projetos, ao custo de R$ 6 milhões – menos de 10% do que a pasta deve gastar neste ano com bolsas para alunos nas universidades brasileiras.
Mão de obra se forma através da educação
O Brasil sofre um incontestável apagão de mão de obra, sendo obrigado a importar profissionais de quase todas as áreas, mas o governo do PT insiste em fazer pirotecnia além das fronteiras nacionais.
O setor produtivo verde-louro sofre diuturnamente com a falta de mão de obra capacitada, algo que o editor alerta desde a década de 80, quando os donos da verdade de então preferiram chamá-lo de utópico e revolucionário.
O PT, que nos tempos de oposição e de greves sempre defendeu a qualificação do trabalhador por meio da educação, agora trabalha para que o Brasil tenha cada vez menos cabeças pensantes, pois só assim é possível levar adiante o golpe que está em marcha e será o coquetel de inauguração de uma ditadura comunista.
Desoneração dos materiais escolares
Se os petistas palacianos querem de fato fazer graça na área da educação, que pelo menos não fechem os olhos a um projeto de lei que tramita na Câmara dos Deputados e que foi elaborado a partir de uma ideia do editor. Aprovado no Senado Federal depois de longa e árdua luta contra o lobby das multinacionais, o projeto prevê a isenção de IPI, PIS e Confins incidentes sobre os materiais escolares.
Não causará nenhuma sangria nos cofres federais a isenção tributária proposta pelo editor do ucho.info. Aliás, o retorno se dará em curto prazo e em valores muito maiores, desde que a educação brasileira siga formatos imunes à ideologia política. De nada adianta reduzir os impostos dos tablets para supostamente gerar investimentos e empregos, não sem antes prestigiar o capital internacional, se parte da população brasileira ainda é formada por analfabetos funcionais.
Esquerdismo em terras africanas
Ao financiar projetos que beneficiam as universidades africanas, o governista PT alega suposta dívida dos brasileiros com a África – discurso embusteiro –, mas o objetivo é catequizar os incautos do continente sob o manto do totalitarismo esquerdista.
Os brasileiros precisam se posicionar contra esse projeto utópico que privilegia universidades de alguns países da África, pois por aqui a educação continua a trilhar o caminho do equívoco e da enganação.
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terça-feira, 4 de junho de 2013
As vidas que o PNE poderia mudar
Talita, Maria, Carlos e Renato ajudam a entender a que se destinam os royalties e o Plano Nacional de Educação
Cinthia Rodrigues - iG São PauloO filho de 1 ano e meio brinca com paus e pedras no quintal e Talita Cristina da Silva, 20 anos, o segue com o próximo bebê já na barriga. “Não pode ir aí”, “Solta isso” e “Cuidado” são algumas das frases que mais diz o dia todo, consciente de que não é a melhor rotina nem para ele nem para ela própria. “Queria que ele fosse para a creche para aprender mais coisas, brincar e eu também poder ir atrás de melhorar de vida”, diz.
Talita e os filhos são exemplos da demanda por educação que o Brasil não conseguiu atender até agora. Por trás da destinação dos royalties para o setor e da consequente aprovação do Plano Nacional de Educação (PNE)
com 10% do PIB para a área estão milhões de pessoas como ela que
dependem de mais investimento para conseguir o direito ao ensino de
qualidade.
O projeto está há dois anos e meio em
tramitação no Congresso Nacional e prevê 20 metas que devem ser
cumpridas até 2020. Desde a última semana, também inclui uma emenda
que destina 100% dos royalties do petróleo para a educação, estratégia
do governo para que seja cumprido.
Talita e o filho passam os dias longe da escola:
“O tempo que sobrava eu dedicava ao meu filho, esse sim estudou. Até faculdade fez”, conta. Maria se matriculou em alguns cursos de jovens e adultos no meio do caminho, mas desistiu por conta das salas cheias e da falta de entrosamento com os colegas mais novos. “O barulho me incomodava. Acho que sala para adulto é diferente de adolescente, a gente precisa de mais atenção e calma”, avalia. Sem conhecer o PNE, ela também pede que as aulas incluam disciplinas que a ajudem a obter renda, exatamente como a meta 10 , que estabelece que uma em cada quatro vagas para adultos seja integrada a educação profissional. “Se eu soubesse um lugar que desse curso de escrita e costura junto, eu correria atrás.”
O PNE traça ainda objetivos para a população deficiente, para aumentar o número de mestres e doutores na educação superior, melhorar o resultado das redes nas avaliações e estimular a gestão democrática nas escolas ( veja todas as metas aqui ). A meta mais discutida da lei, no entanto, é a 20, que trata das fontes de financiamento para garantir que a lei signifique de fato mudanças nas vidas de Talita, Carlos, Renato, Maria, os milhões de pessoas que eles representam e, por consequência, da população toda.
Série:
Esta reportagem faz parte da série do iG sobre as mudanças que poderão ser ocorrer na educação do País a partir do investimento dos royalties do petróleo na área. Para entender o contexto, conheça a história dos royalties no Brasil e a tramitação dos projetos de lei no Congresso . Nesta quarta, exemplos de outros países que fizeram alto investimento em educação e que podem servir de inspiração ao Brasil serão apresentados.
A jovem de Ferraz de Vasconcelos, na Grande São Paulo,
aguarda há nove meses vaga para o filho em uma das poucas creches da
cidade. No meio da espera, descobriu que o segundo filho está a caminho e
logo precisará de duas vagas. “Se não tem vaga nem para o primeiro,
imagina agora”, lamenta. Enquanto a meta 1
do PNE é atender 50% das crianças de até 3 anos, a cidade onde vive tem
apenas 178 vagas públicas e 2,2 mil nomes na lista de espera. Um
retrato de algo que se repete em todo o Brasil, onde há 1,6 milhão de
vagas públicas para mais de 10 milhões de crianças na faixa etária.
Por causa disso, Talita deve engrossar o déficit relacionado às metas 11 e 12
, de ampliar a população entre 18 e 24 anos com curso técnico e
superior. “Eu era boa aluna, mas quanto mais o tempo passa mais difícil
acho de voltar para a escola. Agora já estou pensando em fazer bico
quando os meninos estiverem maiorzinhos.”
Morador da mesma cidade, Carlos Vinicius Costa
Santos, 14 anos, é mais otimista quanto ao próprio futuro que
personifica outros pontos ambicionados no projeto do PNE. Caçula em uma
família de cinco irmãos sustentados pela avó diarista, ele é o único que
não abandou a escola ou perdeu anos de estudo até o momento. “Acho que
meus irmãos pararam por desinteresse mesmo. Eu pretendo ser advogado”,
diz .
Carlos fala da desistência dos irmãos mais velhos:
Se apenas concluir o último ano do ensino fundamental já vai ajudar a cumprir a meta 2
, de universalização do ensino fundamental na idade correta, algo que
seus irmãos e outros 539 mil brasileiros não fizeram segundo a última
Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) do IBGE, de 2011. A
irmã, Taiane, de 16 anos, chegou a concluir com atraso o fundamental e
agora se divide entre a busca por emprego e o ensino médio noturno.Ela dá pistas do que levou ao desinteresse dos irmãos. “O Carlos ainda estuda de dia e em uma escola que quase não falta professor. O colégio (ensino médio) é mais complicado, falta tudo, aula mesmo é raro e tem muita influência ruim”, resume. Ainda assim, ela voltou para a escola ao menos enquanto não encontra trabalho. Melhorar o ensino médio e mantê-la como aluna é a meta 3 do PNE, de atender 85% dos adolescentes de 15 a 17 anos. Atualmente, só 80% estudam – o que significa que 2 milhões de jovens nessa idade estão fora da escola.
O futuro da família se relaciona ainda com a meta 8 , de elevar a escolaridade média da população de 18 a 29 anos para os 25% mais pobres e igualar a situação de negros e brancos até 2020. No último Censo, de 2010, apenas um em cada cinco negros acima de 20 anos continuava estudando.
Professores
Renato Babolim Ribeiro, 26 anos, representa
outros protagonistas da Educação que aguardam aprovação do PNE para
conseguir direitos mínimos: os professores. Formado em Pedagogia em
2011, ele vive em condições precárias com holerites que variam de R$ 51 a
R$ 1.200 conforme a época do ano. “Ao contrário das empregadas
domésticas, que finalmente conseguiram seus direitos trabalhistas,
metade de nós professores ainda seguimos sem 13º, férias e qualquer
garantia”, comenta desolado.
Renato expõe a situação de professores por falta de concurso:
Também fazem parte dos objetivos do PNE equiparar a renda dos professores a dos demais profissionais de nível superior ( Meta 17) e garantir em um ano formação continuada nas áreas de atuação, incluindo pós-graduações gratuitas ( Meta 15 ). “Se eu pudesse, já estava cursando pós, mas falta renda e todos os programas oficiais de ajuda são voltados para o concursado, como se o governo não soubesse a nossa situação”, afirma Renato.
Dizem respeito à especialização alguns dos objetivos mais
difíceis de alcançar até o fim da vigência do plano, em 2020. Ainda
entre os professores, a meta 16
é que 80% dos que atuam na educação básica tenham pós-graduação.
Atualmente, o censo escolar apura a escolaridade dos mestres apenas até o
nível superior. Mesmo aí já há uma defasagem quase impeditiva: 20% dos
atuais professores sequer concluíram curso superior. Em uma pesquisa
amostral do Instituto Paulo Montenegro, apenas um quinto havia concluído
também pós-graduação. “Infelizmente a gente ainda tem que brigar por
coisas mais básicas”, comenta Renato.
A aposentada Maria Pereira Silva, de 57 anos, representa
outra enorme demanda por mais investimento em educação por algo ainda
mais rudimentar: saber ler e escrever. Ela faz parte dos 12,9 milhões de
brasileiros analfabetos com mais de 15 anos – 8,6% de todos nós. Se a
meta 9
do PNE for cumprida, em 2020 a alfabetização seria universalizada.
A baiana que vive há 40 anos em São Paulo sonha
com esse momento desde a infância. Quando completou 7 anos adiou os
estudos pela primeira vez para trabalhar seguindo uma sina de filha mais
velha. “Eu era remo de família”, explica. Aos 9 anos, o pai morreu e
ela se viu cuidando das irmãs mais novas. Aos 18 anos veio para São
Paulo em busca de oportunidade de trabalho e passou duas décadas como
empregada doméstica e o restante como diarista.
Maria fala de suas tentativas de estudar:“O tempo que sobrava eu dedicava ao meu filho, esse sim estudou. Até faculdade fez”, conta. Maria se matriculou em alguns cursos de jovens e adultos no meio do caminho, mas desistiu por conta das salas cheias e da falta de entrosamento com os colegas mais novos. “O barulho me incomodava. Acho que sala para adulto é diferente de adolescente, a gente precisa de mais atenção e calma”, avalia. Sem conhecer o PNE, ela também pede que as aulas incluam disciplinas que a ajudem a obter renda, exatamente como a meta 10 , que estabelece que uma em cada quatro vagas para adultos seja integrada a educação profissional. “Se eu soubesse um lugar que desse curso de escrita e costura junto, eu correria atrás.”
O PNE traça ainda objetivos para a população deficiente, para aumentar o número de mestres e doutores na educação superior, melhorar o resultado das redes nas avaliações e estimular a gestão democrática nas escolas ( veja todas as metas aqui ). A meta mais discutida da lei, no entanto, é a 20, que trata das fontes de financiamento para garantir que a lei signifique de fato mudanças nas vidas de Talita, Carlos, Renato, Maria, os milhões de pessoas que eles representam e, por consequência, da população toda.
Série:
Esta reportagem faz parte da série do iG sobre as mudanças que poderão ser ocorrer na educação do País a partir do investimento dos royalties do petróleo na área. Para entender o contexto, conheça a história dos royalties no Brasil e a tramitação dos projetos de lei no Congresso . Nesta quarta, exemplos de outros países que fizeram alto investimento em educação e que podem servir de inspiração ao Brasil serão apresentados.
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