Abismo político – A queda de 27 pontos percentuais, em três semanas, na aprovação do governo da presidente Dilma Rousseff
mostra que a voz rouca das ruas tinha como alvo a administração
incompetente e corrupta do Partido dos Trabalhadores, que ao longo de
dez anos patrocinou a decrepitude do Estado. Enquanto manifestações
pacíficas conquistavam diversas cidades brasileiras, o que mostra a
insatisfação popular com o governo petista, a avaliação positiva da
gestão Dilma caiu de 57% para 30%, de acordo com pesquisa Datafolha. No
contraponto, subiu de 9% para 25% o contingente dos que consideram o
governo ruim e péssimo.
“A pesquisa confirma que o recado das ruas foi para o governo do PT.
Um governo marcado pela corrupção e pela incompetência na gestão da
saúde, da educação, dos transportes… O povo acordou e percebeu que não é
possível fazer o país avançar com o jeito petista de gerir a máquina
pública. Não é com 40 ministérios, para acomodar aliados, que se governa
um país, mas sim com propostas claras e conectadas com os anseios da
sociedade”, afirmou Rubens Bueno, líder do PPS na Câmara dos Deputados.
Na opinião do parlamentar paranaense, o cidadão que aguardava meses
para conseguir uma consulta num hospital público acordou e foi às ruas
cobrar o governo. “Isso é muito positivo e nós, da oposição, deixamos de
protestar sozinhos contra os desmandos do PT. Também estamos cientes da
nossa responsabilidade nesse momento histórico, temos propostas, e
estamos ouvindo a população”, afirmou Rubens Bueno.
Reeleição ameaçada
O grande equívoco do PT se deu com o ex-presidente Lula, agora
foragido da imprensa nacional, que em fevereiro passado começou a
defender a reeleição de Dilma Rousseff. Longe de ser um querubim da
política, Lula sabia o que estava fazendo e antecipou-se apostando no
desgaste da companheira de partido, pois seu grande sonho é retornar ao
Palácio do Planalto.
Acreditando que Lula estava a apoiá-la e certa de que sua reeleição era
favas contadas, Dilma deu as costas à sociedade e sua popularidade
começou a despencar. Cercada por assessores ignaros em termos de análise
de pesquisas de opinião, a presidente começou a enfrentar um calvário
que cresceu diante da sua demora em responder às manifestações.
Preocupados inicialmente em conter uma crise que pode produzir
estragos ainda maiores no PT, os palacianos têm se dedicado a propostas
absurdas e que atropelam a democracia de forma acintosa. A realização do
plebiscito é a mais absurda de todas as propostas, pois não apenas cria
uma cortina de fumaça diante da crise que se instalou no Palácio do
Planalto, mas pode se transformar em um cheque em branco nas mãos de um
partido que luta para emplacar seu projeto totalitarista de poder.
A essa altura dos acontecimentos, a reeleição de Dilma tornou-se
assunto segundo, até porque os petistas contrários à presidente operam
nos bastidores com todo o estoque de sordidez. O que abre caminho para
Lula tentar voltar à cena política fantasiado de salvador da pátria.
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