Cuidado redobrado – Uma das razões que levaram o Brasil à
deterioração é a interpretação equivocada da legislação vigente. Nenhuma
nação pode mirar o futuro se no presente as leis são desrespeitadas
diuturnamente para atender interesses em sua maioria escusos.
Para exigir que as leis sejam cumpridas de acordo com o que
estabelece o ordenamento jurídico do País, os brasileiros precisam se
interessar, mesmo que minimamente, pelos assuntos da política. Não há
como um Estado existir sem a política, da mesma forma que a política não
pode existir sem a vigilância ininterrupta da sociedade.
O despreparo dos brasileiros em relação à política e às leis ficou
claro nos recentes protestos que chacoalharam o País. Pesquisa Datafolha
divulgada nesta segunda-feira (1) mostra que 74% dos entrevistados
querem a prisão imediata dos condenados na Ação Penal 470 (Mensalão do
PT). Reza a Constituição Federal que ninguém será considerado culpado
até o trânsito em julgado da sentença condenatória. Eis o preceito
constitucional da presunção da inocência.
Durante anos a fio, a sociedade não se importou com a política
nacional e suas mazelas, mas isso não justifica a cobrança da imediata
aplicação da pena. Romper o que determina a legislação seria dar munição
para que os saltimbancos que se instalaram no poder ressuscitem o
discurso do golpe das elites.
Extirpar esses malfeitores exige paciência, conhecimento político e
raciocínio estratégico. O PT procura, atualmente, um inimigo para
digladiar e se fazer de vítima. Enquanto isso não acontece, o partido é
consumido pela própria peçonha. O que não significa que a vigilância
deva ser minimizada.
De igual maneira erram os que defendem o impeachment da presidente
Dilma Rousseff, pois não há elementos jurídicos consistentes que
justifiquem tal medida. Fosse factível, a oposição já teria se
movimentado nessa direção.
Independentemente da viabilidade do pedido de impeachment, não se
deve esquecer que o governo, mesmo enfrentando uma grave crise política,
ainda mantém uma folgada maioria no Congresso Nacional, a quem cabe
deliberar sobre o tema. O próximo ano será de eleições e quem está
dependurado no poder precisa fazer caixa para a respectiva campanha, até
porque dinheiro ainda não nasce em árvore.
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