“Os novos dados que começam a ser divulgados apontam para uma disputa acirrada, com a presidente Dilma perdendo espaço e a oposição avançando. A sondagem do Paraná pesquisas aponta para segundo turno e 2014 e mostra que a ex-senadora Marina Silva (Rede) e o ex-governador José Serra (PSDB) são, hoje, os dois nomes mais fortes da oposição. O diferencial desta pesquisa para a do Datafolha é a inclusão de José Serra como candidato, alçando, num dos cenários 21,7% das intenções de voto”, ressaltou o parlamentar.
No primeiro cenário, Dilma tem 34,5% de intenções de voto contra 23,4% de Marina Silva, 15,4% de Aécio Neves e 7,7% de Eduardo Campos. Dos entrevistados, 10,7% não votariam em nenhum destes candidatos e 8,4% estão indecisos (não sabem).
No segundo cenário, Dilma aparece com 32,2% de intenções de voto contra 22,5% de Marina Silva, 21,7% de José Serra e 7,1% de Eduardo Campos. Outros 9,5% não votariam em nenhum dos candidatos e 7,1% estão indecisos (não sabem).
O Instituto Paraná Pesquisas fez um terceiro cenário de presidenciáveis, hoje mais improvável, colocando o senador paranaense Álvaro Dias como candidato do PSDB numa disputando com Dilma, Marina e Campos. Nessa simulação, Álvaro teria 5,66% contra 36,7% de Dilma; 27,3% de Marina e 9,81% de Campos.
O Paraná Pesquisas ouviu 2.550 eleitores em 177 municípios do país entre os dias 24 e 30 de junho – já após o início dos protestos pelo país. A margem de erro é de dois pontos porcentuais para mais ou para menos.
Desempenho de Serra
“Chama a minha atenção, e também é destacado pelo instituto, o desempenho do ex-governador José Serra, que aparece como um nome forte da oposição que precisa ser considerado. O próprio instituto destaca, na análise do levantamento, que ele está tecnicamente empatado com Marina Silva e tem desempenho melhor do que o senador Aécio Neves. Ressalta, no entanto, que Serra não é o candidato do PSDB, mas faz a ressalva de que isso não o coloca fora da disputa”, frisou o líder do PPS.
O paulista, informam os responsáveis pela pesquisa, avalia a possibilidade de se filiar a outro partido para concorrer. “Ou seja, nesse cenário, o campo de candidatos da oposição poderia ser bem maior, o que vem preocupando o governo, que tenta inviabilizar a criação do partido de Marina e trabalha para demover Eduardo Campos, do PSB, de disputar o Planalto”, analisa Rubens Bueno.
Na Gazeta do Povo, o cientista político Octaciano Nogueira, da Universidade de Brasília, disse que “o desempenho do Serra é um recall das duas últimas eleições presidenciais que ele disputou. Mas mostra que ele não está morto e pode até impulsionar a candidatura num outro partido”.
Fragilidade de Dilma
Outro ponto destacado pelo instituto é a fragilidade de Dilma neste momento. Para o diretor do Paraná Pesquisas, Murilo Hidalgo, o levantamento confirma o momento difícil por que passa a presidente.
“Por tudo isso é possível afirmar que 2014 ainda é um jogo a ser jogado e várias possibilidades novas poderão ser colocadas em campo. Ao contrário da arrogância do PT, que já considerava como certa a reeleição de Dilma, o povo vem mostrando que não está nada satisfeito com o governo. E nós, da oposição, nos manteremos conectados com as vozes das ruas para apresentar, em 2014, um verdadeiro projeto de transformação para o Brasil”, finalizou o líder do PPS.
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