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terça-feira, 23 de julho de 2013

Ministro da Justiça some depois do fiasco da segurança do papa e Gilberto Carvalho resolve enganar

Olho da rua – A incompetência do governo agora tem um porta-voz. Trata-se do petista Gilberto Carvalho, secretário-geral da Presidência da República. Como se os ministros de um governo inchado e paralisado não fossem donos das próprias vozes, Carvalho foi escalado para falar sobre a falha na segurança do papa Francisco, que ao se aproximar da Igreja da Candelária, no centro do Rio de Janeiro, teve o carro cercado, proporcionando todas as condições até mesmo ao mais amador dos criminosos de cometer um atentado sob os olhares do Cristo Redentor.
Há dias, com a bazófia de sempre, Gilberto Carvalho minimizou a questão da segurança do papa e disse que essa seria uma incumbência do povo. Que os brasileiros são conceitualmente pacíficos todos sabem, mas é inaceitável a cena que teve lugar na Avenida Presidente Vargas e foi transmitida ao mundo. A falta de segurança que dominou o trajeto do papa da Base Aérea do Galeão ao centro da capital fluminense foi tamanha, que basta uma pedra arremessada na direção do religioso para criar uma enorme confusão.
“Houve um erro. Só não se sabe se do batedor, da prefeitura ou da Polícia Federal”, disse Gilberto Carvalho, que tenta tirar do governo da presidente Dilma Rousseff a responsabilidade pelo que poderia ser uma tragédia.
O porta-voz da Santa Sé, padre Federico Lombardi, disse que a situação provocou medo nos integrantes da comitiva papal, mas não assustou o papa. “O secretário do papa, que estava sentado ao lado dele no carro, me disse que sentiu muito medo, enquanto Francisco sorria.” O momento mais angustiante, de acordo com o porta-voz do papa Francisco, foi no momento em que o cortejo ingressou na pista congestionada, situação que o mais inexperiente motorista teria evitado. Vencido o perigo, ficou a boa impressão gerada pelo entusiasmo dos brasileiros, afirmou Lombardi.
O mais interessante nesse vexatório episódio é que o ministro da Justiça, José Eduardo Martins Cardozo, que é responsável pela Polícia Federal, que assumiu a segurança direta do papa durante a Jornada Mundial da Juventude, simplesmente desapareceu. Fosse a presidente Dilma Rousseff a mulher de pulso que a boataria exalta, Cardozo já estaria devidamente demitido, pois um governo que é incapaz de garantir proteção ao papa não pode ter nas mãos os destinos de uma nação. É compreensível o fato de que o Estado foi arruinado pela incompetência petista, mas o que Dilma não pode fazer é destroçar a nação brasileira.
Em tempo: aproveitando que Jorge Mario Bergoglio, o papa Francisco, está no Brasil, Gilberto Carvalho poderia se confessar e revelar a verdade sobre a morte de Celso Daniel, então prefeito de Santo André que foi cruel e covardemente assassinado, com direito à prática de tortura, apenas porque discordou da destinação dada ao dinheiro da propina arrecadada na importante cidade do ABC paulista.
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quarta-feira, 17 de julho de 2013

No circense governo do PT, autoridades discutem segurança do papa a dias da chegada do religioso

Perderam o juízo – O falecido Otávio Mangabeira, ex-governador da Bahia, está a revirar na tumba por causa do governo de Dilma Rousseff, que nacionalizou uma de suas célebres frases: “Pense num absurdo. Na Bahia há precedente”. Assim tornou-se o Brasil, que sempre terá um precedente para qualquer absurdo pensado ao redor do planeta.
Quando o ucho.info afirma que os integrantes do governo petista desconhecem o mais raso significado da palavra “planejamento”, a esquerda verde-loura entra em polvorosa. Queiram ou não os comunistas tupiniquins, o governo da “gerentona” Dilma é um atentado contra o bom senso e à antecipação.
Não é de hoje que se fala na Jornada Mundial da Juventude, mas faltando apenas cinco dias para a chegada do papa Francisco ao Brasil é que autoridades começaram a discutir a segurança do chefe da Igreja Católica.
Após a Agência Brasileira de Inteligência anunciar que está monitorando os movimentos populares que podem promover protestos durante a Jornada, o que é um sinal de pouca inteligência, o secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho disse que a segurança do papa será feita pelo povo. Enquanto a sandice discursiva de Carvalho ecoava em Brasília, os ministros Celso Amorim e José Eduardo Martins Cardozo, da Defesa e da Justiça, respectivamente, reuniam-se no Rio de Janeiro com o secretário de Segurança Pública do estado, José Mariano Beltrame.
Durante o encontro, Amorim, Cardozo e Beltrame discutiram os detalhes do esquema de segurança que será colocado à disposição do papa. Que o Brasil é a terra do improviso todos sabem, mas permitir que esse jeito chicaneiro e irresponsável de existir seja o combustível do governo federal é no mínimo loucura.
O temor maior que sobrevoa o Palácio do Planalto está na possibilidade cada vez maior de manifestantes realizarem protestos durante a estada do papa Francisco no País. O Vaticano informou nesta quarta-feira (17) que confia nas autoridades brasileiras em relação à segurança do religioso.
Conhecida por sua pública aversão à fé, Dilma está à espera de um milagre, mas o que deve acontecer é uma legião de brasileiros reclamando com o bispo. Queiram ou não, o argentino Jorge Mario Bergoglio, o papa Francisco, é o bispo da Santa Sé. Como Lula, o deus, sumiu e sua pupila está com o prazo de validade vencido, o negócio é apelar ao interlocutor. Dai-nos paciência, Senhor, não sem antes mostrar que Deus, o original, é brasileiro!

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segunda-feira, 15 de julho de 2013

Esquerda chicaneira transformou o Mercosul em antessala de luxo do perigoso Foro de São Paulo

Marionetes de Havana – Criado para integrar comercialmente os países do chamado Cone Sul, o Mercosul está fugindo perigosamente do objetivo definido por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai. Na recente Cúpula de Montevidéu, o encontro dos presidentes dos países-membros serviu para tratar de assuntos meramente políticos, como o sistema de espionagem dos Estados Unidos e a decisão de alguns países europeus de fechar o espaço aéreo para o avião presidencial do boliviano Evo Morales, que voltava de viagem a Moscou.
Sem a presença do Paraguai, suspenso temporariamente devido ao impeachment sofrido por Fernando Lugo, a reunião do Mercosul serviu de palco para a discussão de assuntos de interesse da esquerda latino-americana. Assim como boa parte do planeta, a América do Sul enfrenta grave crise econômica, necessitando de soluções urgentes para resgatar a economia da região, mas Dilma Vana Rousseff, Cristina Fernández de Kirchner, José “Pepe” Mujica e Nicolás Maduro decidiram sair em defesa do cocalero Evo Morales, assunto que deveria ficar restrito ao governo de La Paz.
Como sempre acontece em reuniões de esquerdistas, sobraram críticas aos Estados Unidos, principalmente depois que Edward Snowden, ex-funcionário da National Secutiry Agency (NSA), revelou o esquema de espionagem global norte-americano.
O exagerado viés político da Cúpula de Montevidéu deixou claro que o Mercosul transformou-se na antessala de luxo do malfadado Foro de São Paulo, cuja próxima reunião acontecerá na capital paulista a partir de 28 de julho.
Grupo que desde 1990 reúne a esquerda latino-americana, o Foro de São Paulo foi criado por Fidel Castro e Luiz Inácio da Silva e ganhou adeptos com o passar dos anos. Entre o facinoroso ditador cubano e o agora lobista de empreiteiras há as Farc, grupo narco-guerrilheiro colombiano que com a redução do número de sequestros, prioritariamente de políticos, passou a sobreviver do tráfico de drogas e do contrabando de armas, operações que comprometem sobremaneira a segurança pública no Brasil.

terça-feira, 9 de julho de 2013

Suposta violação de dados de brasileiros por parte do governo dos EUA expõe a fragilidade da Abin

Pane total – O governo federal reagiu à notícia de que os Estados Unidos teriam violado telefonemas e e-mails de milhões de brasileiros. A atitude dos palacianos foi apropriada, pois confirmada a invasão serão necessárias medidas mais duras, mas é preciso moderar o discurso para não tropeçar na própria incompetência.
De acordo com matéria publicada no jornal “O Globo”, uma base de espionagem por satélite funcionou em Brasília, onde agentes secretos se passavam por diplomatas. As informações foram repassadas por Edward Snowden, ex-agente da CIA que revelou detalhes do programa de espionagem norte-americano.
A eventual participação de empresas brasileiras de telecomunicação no esquema norte-americano não foi descartada pelo governo, mas autoridades federais não apostam nessa hipótese. Caso venha a ser confirmada a participação de alguma empresa local, o assunto será tratado internamente na esfera criminal.
Se espiões norte-americanos agiram em Brasília com tamanha tranquilidade, a Agência Brasileira de Inteligência falhou sobremaneira, assim como o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República. Desde que espionagem no Brasil tornou-se conversa de botequim, o serviço de inteligência verde-louro passou a enfrentar alguns percalços pontuais.
Há anos, na capital dos brasileiros, agentes da Abin criaram um time de futebol e passaram a disputar alguns torneios locais. Se a diretoria da Agência tinha conhecimento do fato não se sabe, mas muitas pessoas em Brasília sabiam quem eram os arapongas. Se essa piada atravessa o Oceano Atlântico e chega a Lisboa…
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terça-feira, 2 de julho de 2013

Edward Snowden envia pedidos de asilo a 21 países, incluindo o Brasil

(Foto: Reuters)
 Sinuca diplomática – Ex-consultor da Agência de Segurança Nacional (NSA) dos Estados Unidos, Edward Snowden encaminhou pedidos de asilo a 21 países, incluindo Brasil, Alemanha, Rússia, Equador, Venezuela, Cuba, Índia, China, França e Islândia, afirmou na segunda-feira (01) o site WikiLeaks.
Os pedidos foram feitos em nome de Snowden por Sarah Harrison, funcionária britânica do WikiLeaks que acompanhou o fugitivo no dia 23 de junho em sua viagem de Hong Kong a Moscou. Desde então, Snowden supostamente permanece na área de trânsito do aeroporto da capital russa.
Os pedidos foram submetidos a um responsável do consulado russo do aeroporto de Moscou no final da noite de segunda-feira, indica um comunicado divulgado na página do WikiLeaks. “Os documentos destacam os riscos de perseguição que Snowden enfrenta pelos Estados Unidos, tendo o consulado russo iniciado a distribuição às embaixadas competentes em Moscou”, destaca a nota.
Pedidos em nome de Edward Snowden também foram feitos aos governos da Áustria, Bolívia, Finlândia, Itália, Irlanda, Países Baixos, Nicarágua, Noruega, Polônia, Espanha e Suíça, segundo o WikiLeaks.
Poucas horas depois, um porta-voz do Kremlin anunciou que o pedido foi retirado por Snowden. “Ele renunciou à sua intenção e ao pedido para ficar na Rússia”, declarou, acrescentando que o ex-consultor da NSA não concorda com as exigências do presidente russo. Putin prometera acolher o fugitivo, mas impôs como condição que ele interrompesse o vazamento de informações sobre os Estados Unidos.
Acusado de espionagem pelos Estados Unidos, Snowden culpou na segunda-feira o presidente Barack Obama de pressionar os líderes dos países onde tem procurado refúgio, no que seria a sua primeira intervenção pública desde que fugiu para Hong Kong, no início de junho. A declaração, creditada a Edward Snowden, foi publicada pelo WikiLeaks.
Em particular, o ex-analista da NSA acusou o presidente dos EUA de ter dado ao vice-presidente Joe Biden a ordem de exercer pressão sobre os dirigentes dos países aos quais tem apresentado pedido asilo político para obter a sua extradição.
Snowden também acusou o governo norte-americano de transformá-lo em um apátrida e de “usar a cidadania como arma”, devido ao cancelamento do seu passaporte. Ele argumenta que o cancelamento ocorreu sem ordem judicial ou qualquer condenação, impedindo-o de exercer um direito fundamental: o de pedir asilo. “O objetivo deles é atemorizar, não a mim, mas àqueles que vierem depois de mim.”
Paralelamente ao comunicado divulgado pelo WikiLeaks, foi difundida uma carta dirigida por Snowden ao presidente do Equador, Rafael Correa, agradecendo o seu apoio e recusa de extradição. Correa confirmou em entrevista, na segunda-feira, que Biden pedira para rejeitar o pedido de asilo político, durante o fim de semana. (Com agências internacionais)
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quinta-feira, 27 de junho de 2013

Especialistas sugerem que Snowden é prisioneiro do governo de Vladimir Putin

Tensão diplomática – Agora sem um passaporte válido, o técnico de informática Edward Snowden não pode deixar o aeroporto em Moscou. Seu documento foi cassado pelos Estados Unidos depois que o ex-consultor da Agência Nacional de Segurança (NSA, na sigla em inglês) vazou informações secretas para a imprensa sobre um esquema do órgão que monitorava informações de cidadãos norte-americanos e estrangeiros. A vigilância acontecia através de um programa chamado Prism, que acessava dados de grandes servidores de internet ao redor do planeta.
Desde o início de junho, quando revelou o esquema, o jovem de 30 anos está em fuga constante. No último domingo (23), Snowden desembarcou em Moscou, procedente de Hong Kong. De acordo com informações veiculadas na imprensa internacional, Edward Snowden pretendia seguir viagem para Cuba ou Equador, onde apresentaria pedido de asilo político.
O governo do equatoriano Rafael Correa solicitou um pedido por escrito de Snowden para que avalie a possibilidade de concessão de asilo. Essa exigência pode ser apenas formalidade legal, mas não deve ser descartada a possibilidade de proporcionar uma cortina de fumaça para que o ex-consultor da NSA complete o seu plano de fuga.
Contudo, a viagem com destino à América Latina está sendo adiada porque o ex-agente não consegue comprar passagem sem um passaporte válido, informou na quarta-feira (26) a agência de notícias russa Interfax, que citou fontes anônimas próximas a Edward Snowden.
Na terça-feira (25), o presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou que o jovem permanecia na área de trânsito do aeroporto de Sheremetyevo, ao noroeste de Moscou. Horas depois do anúncio, Putin declarou que o governo russo não poderia atender ao pedido da Casa Branca de extraditar Snowden.
Prisioneiro da Rússia
Depois do fim da chamada “Guerra Fria”, Estados Unidos e Rússia adotaram um relacionamento formal entre os dois países, com movimentos de aproximação e distanciamento de acordo com cada governante.
Especialista em assuntos sobre a Rússia da Universidade de Innsbruck, na Áustria, Gerhard Mangott não considera crível a informação de que o jovem norte-americano esteja no aeroporto de Moscou. “Eu acredito que Snowden não está na área de trânsito do Sheremetyevo”, afirmou em entrevista à DW.
Para Mangott, o ex-consultor da NSA provavelmente está sendo interrogado por autoridades russas em local secreto. “Os russos não deixariam passar essa oportunidade”, diz Mangott. Mesmo assim, Putin desmentiu essa possível situação.
Especialista em leste europeu da Universidade de Colônia, na Alemnha, Gerhard Simon também está cético. “Não sabemos se Snowden realmente está no Sheremetyevo”, diz. Para Simon, o ex-consultor é um prisioneiro da Rússia, pois ele precisa de ajuda do país para poder continuar sua viagem.
Snowden seria “um peixe que inesperadamente pulou na rede do serviço secreto russo”, diz Mangott. O especialista austríaco afirma também que Putin estaria sentindo “uma satisfação pessoal” com a situação. Há alguns anos, um esquema de espionagem russo foi descoberto nos EUA. Agora, Moscou teria a possibilidade de uma revanche, segundo Gerhard Mangott.
Teste para as relações entre Rússia e EUA
Os EUA exigem a extradição de Snowden e fazem ameaças. Putin disse que essa ação é impossível, pois não há um acordo de extradição entre Moscou e Washington e que, além disso, o ex-consultor não cometeu nenhum crime na Rússia.
Para Simon, da Universidade de Colônia, esse argumento é hipócrita. “Mandados de prisão internacional sempre partem do princípio que outro país acusa alguém de um crime que precisa ser esclarecido”, diz o especialista.
O caso Snowden compromete ainda mais as relações entre Rússia e EUA, estremecidas desde a eleição de Putin para presidente, há um ano. Entre os assuntos considerados “espinhosos” entre os dois países, estão as visões diferentes sobre o conflito na Síria e a disputa sobre os planos da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) para a implementação de um escudo antimíssil na Europa, por exemplo.
No final de 2012 houve, inclusive, uma crise legislativa. Os EUA aprovaram a chamada lei Magnitski – que proíbe a entrada no país dos funcionários públicos russos culpados da morte do advogado russo que criticava o Kremlin quando estava em prisão preventiva. A justificativa dos EUA para a elaboração da lei foi punir violações de direitos humanos nesse caso na Rússia, que reagiu proibindo a adoção de crianças para famílias norte-americanas.
Sem exílio na Rússia
Gerhard Mangott alerta que os Estados Unidos podem agora aprovar leis que causem consequências graves na relação bilateral. Ele se refere às declarações de alguns senadores norte-americanos, que exigem uma dura resposta ao comportamento do governo russo no caso Snowden.
Para evitar essa reação, Moscou deve deixar Snowden seguir viagem, acredita Mangott. Gerhard Simon é da mesma opinião. Segundo o especialista, a Rússia não tem interesse em um peso permanente na relação com os EUA. Lembrando casos passados de espionagem entre os norte-americanos e a União Soviética, Simon afirma que, “olhando para trás, estes casos não abalaram as relações de longo prazo dos dois países.” (Com DW)
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terça-feira, 25 de junho de 2013

Unesco anuncia novos Patrimônios Mundiais da Humanidade

Topo da lista – Desde o início de sua 37ª reunião anual, que em 2013 acontece de 16 a 27 de junho em Phnom Pehn, no Camboja, o Comitê do Patrimônio Histórico da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) já elevou 19 monumentos e sítios ao status de Patrimônio Mundial da Humanidade.
Com suas construções do século 13, a Universidade de Coimbra, em Portugal, está entre os novos Patrimônios Mundiais, como também os 3.776 metros do Monte Fuji, no Japão, reconhecido pela Unesco como santuário e fonte de inspiração artística.
A Itália, país com maior número de Patrimônios Mundiais, também ganhou mais dois: o vulcão Etna e os palácios que a família Medici construiu entre os séculos 15 e 17, em Florença. Os terraços de arroz na província de Yunnan, na China, a costa desértica da Namíbia com suas dunas movediças, o centro histórico de Agadèz, no Níger, o Palácio de Golestan, no Irã, as ruínas do assentamento de Quersoneso (que os gregos do século 5° a.C. construíram na atual península da Crimeia, na Ucrânia) e o Forte do Al-Zubarah, no Catar, também foram reconhecidos como Patrimônio Mundial.
O Comitê da Unesco decidiu classificar ainda no último domingo (23/06) o conjunto paisagístico e arquitetônico do Bergpark Wilhelmshöhe, em Kassel, centro da Alemanha, como novo Patrimônio Mundial da Humanidade.
 Universidade de Coimbra

Barroco paisagístico montanhoso
Com 240 hectares de área, o Bergpark (“parque da montanha”, em alemão) é o maior parque de relevo montanhoso urbano da Europa. O conjunto barroco é encabeçado pela estátua do Hércules, símbolo da cidade que se eleva a 523 metros sobre Kassel. A estátua fica sobre um pedestal de 70 metros de altura. Acompanhando o relevo, fontes e canais se estendem pelo parque até o Palácio Wilhelmshöhe, localizado cerca de 250 metros abaixo do Hércules.
No Palácio Wilhelmshöhe se encontra hoje uma das maiores coleções de velhos mestres pintores (Rembrandt, Ticiano, Rubens, entre outros) da Europa, e o Löwenburg, um castelo-ruína construído em 1802 no espírito do romantismo.
O parque concebido no final do século 17 é bastante conhecido por suas fontes de água. O complexo sistema hidráulico alimenta fontes, cascatas e vários monumentos. Forma um teatro aquático único para sua época: 750 mil litros de água descem 80 metros por cachoeiras artificiais, espelhos d’água, calhas e aquedutos, culminando, no final, numa fonte de 50 metros de altura sobre o lago do palácio.
Alegria em Kassel
Justificando a escolha, a Unesco declarou neste domingo que o parque representa “o ideal da monarquia absolutista” e é um “notável testemunho da estética do período barroco e romântico.” A Unesco explicou ainda que a estátua do semideus grego Hércules seria técnica e artisticamente a mais ousada escultura monumental dos primórdios da era moderna.
Em nenhum outro lugar do mundo, afirmou a Unesco, viu-se construída, àquela época, uma arquitetura em tais dimensões de parque de encosta e um sistema hidráulico tecnicamente tão perfeito como em Kassel a partir de 1691, sob a regência do conde Karl von Hessen-Kassel (1654-1730).
“A alegria é grande”, afirmou em Phnom Pehn o presidente do Departamento de Patrimônio Histórico do estado de Hessen, Gerd Weiss. “Assim, Kassel não será apenas conhecida como a cidade da Documenta, exposição que a cada cinco anos atrai os aficionados da arte contemporânea, mas como um ponto de encontro de pessoas interessadas em paisagismo e na arquitetura de jardins.” A entrada do parque deverá continuar sendo gratuita.
Reunindo 280 páginas de texto e 200 fotos, Gerd Weiss e sua equipe trabalharam durante quatro anos no dossiê de candidatura do Bergpark a Patrimônio Mundial. Com o reconhecimento da Unesco, a Alemanha passa a possuir 38 Patrimônios Mundiais da Humanidade.
No total, a lista de Patrimônios Mundiais da Unesco inclui, até agora, 981 monumentos e sítios em mais de 150 países. Até o próximo dia 27 de junho, a Unesco irá analisar a inscrição de 32 sítios que se candidataram este ano à Lista do Patrimônio Mundial. A lista não inclui sítios brasileiros. (Com DW e agências internacionais)
 Bergpark Wilhelmshöhe
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sábado, 15 de junho de 2013

Microsoft e Facebook revelam dados sobre alcance da espionagem oficial

Imprensa vazou dados da vigilância governamental dos EUA e gerou crise.
Governo Obama acessou contas de poucos usuários, segundo empresas.



A Microsoft se somou ao Facebook ao revelar detalhes sobre os pedidos de informação privada feitos pelo governo dos EUA. Em seu caso, eles afetaram entre 31 mil e 32 mil contas de usuários, o que a empresa considera uma "pequena fração" de sua clientela total.
O vice-presidente e subconselheiro legal da Microsoft, John Frank, fez a revelação no blog oficial da companhia, citado neste sábado (15) pela imprensa americana.
"Nos últimos seis meses de 2012, a Microsoft recebeu entre seis mil e sete mil ordens relacionadas com causas criminais ou de segurança nacional e pedidos de informação que afetaram entre 31 mil e 32 mil contas de clientes", afirmou Frank.

Os pedidos vieram de "entidades governamentais dos EUA em nível local, estadual e federal", disse o responsável da Microsoft, que lembrou que a companhia não pode identificar quantas dessas ordens pertencem ao programa de vigilância da Agência de Segurança Nacional (NSA).
"Isso só afeta uma pequena porção da base global de clientes da Microsoft", disse.
O Facebook também divulgou dados sobre as solicitações de informação que recebeu no mesmo período de 2012, e que chegam a entre nove mil e dez mil pedidos que afetaram entre 18 mil e 19 mil contas de usuários da rede social.
As duas grandes empresas fazem parte do grupo de nove companhias identificadas na semana passada pelos jornais "Guardian" e "Washington Post" como parte de um programa de vigilância eletrônica conhecido como Prism.
Esse programa permite supostamente acessar dados diretamente dos servidores de nove das maiores empresas de internet americanas, como Google, Facebook, Microsoft e Apple.
As empresas inicialmente negaram ter conhecimento do Prism, mas reconheceram que ocasionalmente são obrigadas, por lei, a conceder informação ao governo dos EUA.
Elas pediram e obtiveram autorização para divulgar detalhes desses pedidos.
Em seu comunicado, a Microsoft agradeceu a permissão para publicar os dados, mas ressaltou que o que está autorizada a revelar ainda não é o bastante para ajudar a comunidade a entender e debater estes assuntos.
"Com o tempo, confiamos que o governo dará mais passos. A transparência por si só pode não ser suficiente para restaurar a confiança pública, mas é um grande lugar para começar", declarou Frank.
 Facebook afirmou que seus dados colocam falsas informações 'em perspectiva' (Foto: Reuters)
O Facebook afirmou que vai continuar pressionando pela defesa da privacidade de seus usuários e para promover a transparência.

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Anistia diz que violência e prisão de jornalistas em atos são 'preocupantes'

Segundo ONG, é preocupante 'radicalização da repressão' e depredação.
Manifestantes contestam aumentos nas tarifas de ônibus no Rio e em SP.


 Policial usa spray de pimenta contra cinegrafista durante protesto em São Paulo. (Foto: Rodrigo Paiva/Estadão Conteúdo)


A Anistia Internacional divulgou nota nesta quinta-feira (13) na qual afirma ver com “preocupação o aumento da violência na repressão” aos protestos contra o aumento das passagens de ônibus no Rio de Janeiro e em São Paulo, que acontecem nesta noite nas duas capitais.
Segundo a ONG internacional, “também é preocupante o discurso das autoridades sinalizando uma radicalização da repressão e a prisão de jornalistas e manifestantes”. A Anistia diz ser "contra a depredação do patrimônio púbico e atos violentos de ambos os lados".

Em São Paulo, no quarto dia de protestos, houve confronto e cerca de 50 pessoas haviam sido presas até as 20h no Centro.
O prefeito Fernando Haddad afirmou no início da noite que não pretende rever o reajuste das passagens nos transportes. "O valor será mantido", endossou em coletiva de imprensa.
No Rio, segundo a PM, às 19h havia 2 mil pessoas no ato, que começou na Igreja da Candelária com destino à Cinelândia. Até esse horário, o ato era pacífico e não havia detidos.
Leia a íntegra da nota a seguir:
"A Anistia Internacional vê com preocupação o aumento da violência na repressão aos protestos contra o aumento das passagens de ônibus no Rio de Janeiro e em São Paulo.
Também é preocupante o discurso das autoridades sinalizando uma radicalização da repressão e a prisão de jornalistas e manifestantes, em alguns casos enquadrados no crime de formação de quadrilha.
O transporte público acessível é de fundamental importância para que a população possa exercer seu direito de ir e vir, tão importante quanto os demais direitos como educação, saúde, moradia, de expressão etc.
A Anistia Internacional é contra a depredação do patrimônio púbico e atos violentos de ambos os lados e considera urgente o estabelecimento de um canal de diálogo entre governo e manifestantes para que se encontre uma solução pacífica para o impasse.
É fundamental que o direito à manifestação e a realização de protestos pacíficos seja assegurado."

terça-feira, 11 de junho de 2013

Delator de esquema de espionagem dos EUA pode não escapar da extradição

(Foto: Reuters)
 Caçada implacável – Ao escolher Hong Kong como refúgio, o técnico de computação Edward Snowden, que se diz responsável por revelar o largo esquema de espionagem do governo americano na internet, pode ter conseguido adiar sua extradição, mas não evitá-la. A situação ameaça criar um imbróglio – e com possíveis implicações também para as relações entre China e Estados Unidos.
Em 1996, um ano antes de ser devolvida à China, Hong Kong, então colônia britânica, assinou um tratado de extradição com os EUA que permite a troca de suspeitos de cometerem crimes. E especialistas apostam que Snowden terá dificuldades para driblar o acordo caso o governo americano realmente decida processá-lo e solicitar sua extradição.
“Hong Kong não vai colocar em risco sua relação com os EUA por causar de Snowden. E poucas pessoas já descobriram ter influência para persuadir outro país a mudar de rumo por sua causa”, disse à agência de notícias Reuters o advogado americano Robert Anello, que já lidou com vários processos de extradição.
A questão, no entanto, pode se tornar ainda mais complicada. Hong Kong tem significativa autonomia em relação ao resto da China, mas é de Pequim a responsabilidade por questões de defesa e política externa. E uma lei do território prevê que a China pode emitir uma “instrução” determinando se Hong Kong deve acatar ou não o pedido de extradição.
A intervenção se justificaria no caso de os interesses chineses em questões de defesa ou assuntos internacionais estejam significativamente ameaçados. Os EUA, por outro lado, já disseram que tratarão do assunto diretamente com Hong Kong.
“Todos os casos serão tratados de acordo com as leis de Hong Kong”, disse o governo americano, em breve comunicado.
Vigilância em larga escala
Edward Snowden, de 29 anos, revelou no domingo (9) ser o homem que fugiu com documentos secretos da Agência Nacional de Segurança dos EUA do Havaí para Hong Kong, entregando-os em seguida à imprensa.
O ex-funcionário da CIA (agência de inteligência americana), que mais recentemente trabalhava no serviço de monitoramento da NSA, fez a revelação em entrevista ao jornal britânico Guardian. Ele afirmou que o objetivo das revelações foi tornar público o excesso de controle por parte do governo americano.
Até agora, no entanto, Snowden ainda não teria entrado com pedido de asilo. Segundo o repórter do Guardian, que o entrevistou num hotel em Hong Kong, ele também não teria entrado em contato com o governo dos EUA e com as autoridades de Hong Kong. Snowden declarou que, nos últimos quatro anos, trabalhou como funcionário de empresas externas para a NSA.
De acordo com os documentos revelados pelo técnico de computação, os EUA praticaram o monitoramento em grande escala dos dados de usuários de internet de serviços como Google, Facebook, Microsoft, Apple e Yahoo. Esse programa de monitoramento leva o nome “Prism”.
Ao jornal britânico, Snowden declarou que não quer viver num mundo onde “tudo que faz e fala é gravado”.
“A NSA montou uma infraestrutura que lhe permite captar quase tudo”, afirmou. “Quando eu queria interceptar o e-mail ou o telefone de sua esposa, eu só precisava pedir os dados interceptados. Eu posso conseguir e-mail, senhas, dados de conversas, informações sobre cartões de crédito”, disse Snowden ao repórter do Guardian.
Pressão republicana
De acordo com Snowden, ele trabalhou primeiramente como assistente técnico na CIA e depois passou a atuar na NSA, que é especializada na vigilância de infraestrutura de comunicação, como funcionário de várias companhias externas, como a empresa de assessoria Booz Alllen Hamilton e a fabricante de computadores Dell.
Booz Allen confirmou que Snowden era um funcionário alocado no Havaí – por menos de três meses. A empresa distanciou-se de Snowden, afirmando que os relatos sobre a revelação de segredos seriam “chocantes” e uma “violação dos valores fundamentais da empresa.”
A princípio, a Casa Branca não quis fazer nenhum comentário. Em declaração, o escritório do diretor dos serviços secretos dos EUA, James Clapper, explicou na noite de domingo que “Prism” não seria nenhum programa secreto de coleta ou interceptação de dados. “É um sistema interno de computação do governo”. O programa permitiria apoiar a coleta de informações de esclarecimento no exterior.
O escritório de Clapper afirmou que o Departamento de Justiça já teria sido acionado e que os serviços secretos já estariam avaliando os prejuízos provocados pelas revelações. “Qualquer pessoa com acesso a documentos secretos sabe que tem a obrigação de proteger informações confidenciais e respeitar as leis vigentes”, diz o comunicado.
Em Washington, as primeiras vozes já se levantaram pedindo a extradição de Edward Snowden. O republicano Peter King, membro da Comissão de Serviço Secreto da Câmara dos Representantes, exigiu que fossem tomados os primeiros passos para a transferência de Snowden para os Estados Unidos. Além disso, ele também pediu “uma ação penal com a maior dureza da lei”, caso as investigações correntes confirmem Snowden como o informante. (Com DW e agências internacionais)

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Vigilância de dados nos Estados Unidos causa preocupação na Europa

Antena ligada – A indignação é grande na Europa com o programa secreto de monitoramento Prism (sigla em inglês para Métodos Sustentáveis de Integração de Projetos), dos EUA.
Segundo informações reveladas na semana passada pelos jornais Washington Post (WP) e The Guardian, os serviços de inteligência norte-americanos usaram o programa para acessar diretamente servidores de grandes empresas de internet, analisando e-mails, telefonemas, vídeos, fotos e outros tipos de comunicação. As autoridades norte-americanas justificaram as ações como sendo parte de investigações sobre ameaças à segurança dos Estados Unidos.
Mas alguns peritos europeus não se surpreenderam com as denúncias do ex-empregado da CIA (Agência Central de Inteligência, o serviço secreto dos EUA) Edward Snowden, que no último fim de semana revelou ser o delator do esquema de espionagem do governo norte-americano na internet e agora tem paradeiro desconhecido em Hong Kong, no sul da China.
“O que Snowden revelou sobre o Prism já era conhecido há muito por alguns entendidos”, diz Benjamin Bergemann, autor no blog alemão netzpolitik.org e membro da associação alemã Sociedade Digital. Em entrevista à Deutsche Welle, ele lembra que um relatório encomendado pelo Parlamento Europeu já mostrou em 2012 que “as autoridades americanas têm permissão para acessar dados desde 2008. Não foi surpresa.”
O relatório de 2012 fez duras críticas aos legisladores europeus, afirmando que, na União Europeia (UE), os cidadãos não têm consciência de que existe a possibilidade de uma vigilância política das massas. Os autores do documento notaram como “grave” o fato de “nem a Comissão Europeia [órgão executivo da UE] nem os legisladores nacionais terem conhecimento sobre emendas à FISAA [sigla inglesa para Emenda à Lei de Vigilância da Inteligência Internacional]“, que já estavam em vigor há três anos no momento em que o estudo do Parlamento Europeu foi publicado.
O relatório chegava à conclusão que “a União Europeia negligencia a proteção de seus cidadãos” porque a lei permitia às autoridades norte-americanas o acesso a dados de cidadãos – incluindo não-americanos fora dos EUA – nas chamadas “nuvens” (bases de armazenamento de dados na internet e acessíveis de qualquer lugar do mundo).
Foco na China e na Rússia
“Por muito tempo, os europeus investiram suas forças num só lado da luta contra crimes de internet e a proteção da rede mundial de computadores”, avalia Julien Jeandesboz, do Centro interuniversitário de Estudos sobre Conflitos e um dos autores da pesquisa. “O foco da UE era sobre como os cidadãos do bloco poderiam ser ameaçados por certas tendências, mas essas tendências não incluíam as chamadas ameaças patrocinadas por governos”, explica o especialista.
Os europeus, segundo ele, debatiam sobre hackers, roubo de identidade ou sobre a regulamentação das empresas de internet. Quando se tratava de atividades promovidas por Estados, o foco europeu se voltava para a China ou a Rússia – e não para “a relação muito sensível com os EUA, também por motivos políticos”, explica Jeandesboz.
Por outro lado, leis norte-americanas como o Patriot Act – que permitia a investigadores norte-americanos escutas indiscriminadas como medidas antiterror após o 11 de Setembro de 2001 – foram debatidas fervorosamente na UE.
“Mas uma coisa é tomar medidas contra os infratores privados, os chamados ‘cibercriminosos’, e outra coisa é tomar medidas contra o governo dos EUA”, reconhece Jeandesboz. “Afinal de contas, os Estados Unidos são um importante aliado e parceiro comercial para a maioria dos governos da UE, além de ser o líder mundial como provedor de serviços de internet. É uma questão delicada.”
O blogueiro Benjamin Bergemann ressalta que os usuários europeus de serviços como a rede social Facebook ou a ferramenta de buscas Google devem pelo menos considerar que os serviços de inteligência europeus podem se beneficiar das atividades dos norte-americanos, conforme relato divulgado pelo jornal britânico The Guardian. “Como usuário, pergunto: que interesse os EUA podem ter em mim? Então, não devemos esquecer que as autoridades policiais europeias também têm um interesse nisso e que pode haver algo como uma coalizão de interesses na troca desses dados”, observa Bergemann.
Porém, só ficará claro se as autoridades europeias tiraram proveito das informações recolhidas pelos EUA ao longo das investigações sobre o caso, acrescenta o blogueiro.
“Jogado no lixo”
Enquanto internautas europeus podem impedir o acesso a dados pessoais na Justiça, nos Estados Unidos isso não é possível. Porém, os europeus não têm ideia do que fazer com a própria legislação quando se trata da transferência internacional de dados. “É notável que muitas leis aprovadas nos EUA hoje também afetem os cidadãos da UE”, diz Nicholas Hernanz, do Center for European Policy Studies, um instituto de pesquisas em Bruxelas. “E o direito desses cidadãos, de autodeterminar sobre os próprios dados, é simplesmente jogado no lixo. Então, a situação legal causa preocupação a qualquer um.”
Talvez muitos lobistas dos EUA tenham conseguido impedir a implementação de regras mais rigorosas de proteção de dados vindas da UE, lamenta o ativista digital Benjamin Bergemann. Ele tem esperança que, agora, a importância da proteção de dados e da privacidade volte a receber mais atenção nos processos legislativos do bloco dos 27. “Se a descoberta do Prism não servir como um estopim, então nada mais será capaz de inflamar esse debate”, opina Julien Jeandesboz. “Considerávamos essa amplitude na coleta de dados possível, mas não provável.”
Jeandesboz ainda completa: “Se equipararmos o argumento da segurança com outros direitos humanos, então podemos justificar tudo em nome dessa segurança. A segurança tem de ser um meio e não um fim.”
Na opinião de Benjamin Bergemann, a descoberta do sistema Prism revela que “o temor ao terrorismo e o conceito de segurança preventiva originado desse medo chegaram ao seu ponto máximo”.
Já existem muitas ideias sobre como a UE pode proteger os seus cidadãos do recolhimento de dados pelos Estados Unidos. Mas falta consenso, especialmente num momento em que a UE discute sobre uma diretriz que prevê regulamentar a proteção de dados e que deverá ser votada antes das legislativas europeias, em 2014.
Também há sugestões de que sejam incluídas advertências em sites norte-americanos, informando que a página é sujeita às leis dos EUA e, portanto, ao controle potencial das autoridades norte-americanas. Outras propostas preveem a concessão de proteção legal para denunciantes como Edward Snowden. Observadores dizem que se pode exercer pressão política sobre os EUA para que seja assinado um acordo de apoio jurídico com a UE – um dispositivo que não existe atualmente.
Porém, ainda segundo especialistas, não adianta só olhar para os EUA. Mesmo dentro da UE deve haver uma maior discussão sobre a tendência em se sacrificar o sigilo de dados pessoais em prol da luta contra o terrorismo, pois até na União Europeia o conceito de segurança preventiva ganha importância. Bergemann cita uma lei aprovada na Alemanha no início de maio. “Nela, os operadores de telecomunicação foram obrigados a disponibilizar às autoridades uma interface eletrônica na qual elas podem ter acesso a endereços IP. Então podemos ver que essas tendências também existem por aqui na Europa.” (DW)

Link para esta matéria: http://ucho.info/?p=70422

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Responsável por revelar espionagem digital dos EUA some em Hong Kong



Edward Snowden, que pode ser extraditado para os EUA, sumiu de vista.
Ele revelou programa secreto de vigilância governamental americano.

Da Reuters


O prestador de serviços da Agência de Segurança Nacional (NSA) dos Estados Unidos responsável por revelar um programa secreto de vigilância governamental sumiu de vista nesta segunda-feira (10) em Hong Kong, antecipando-se a um provável pedido de extradição.
Edward Snowden, de 29 anos, que revelou as atividades de monitoramento da NSA sobre milhões de usuários de telefones e internet, incluindo dos sites Google e Facebook, nos Estados Unidos, deixou seu hotel em Hong Kong horas depois de aparecer em um vídeo divulgado no domingo.
Em Washington, vários parlamentares defenderam que o ex-funcionário da Agência Central de Inteligência (CIA) seja extraditado e processado como responsável por um dos mais significativos vazamentos de segurança na história norte-americana. O Departamento de Justiça disse estar na etapa inicial de uma investigação criminal sobre o caso.
Os programas de vigilância foram inicialmente revelados pelos jornais "Washington Post" e " Guardian", e posteriormente Snowden pediu para ser identificado como responsável pelas informações. Ele disse que as divulgou por acreditar que os EUA construíram uma vasta máquina secreta de espionagem para bisbilhotar os próprios norte-americanos.
Ex-assistente técnico da CIA, Snowden trabalhou na NSA como funcionário de uma empresa prestadora de serviços, a Booz Allen Hamilton. Ele disse que se desencantou com o presidente do país, Barack Obama, já que seu governo deu continuidade às políticas de vigilância excessivamente intrusivas de seu antecessor George W. Bush.

 Segurança em frente ao consulado dos EUA em Hong Kong nesta segunda-feira (10) (Foto: AFP)

"Não quero viver em uma sociedade que faz esse tipo de coisa ..., não quero viver em um mundo onde tudo o que faço e digo fica gravado. Isso não é algo que eu esteja disposto a suportar ou viver sob isso", disse Snowden ao "Guardian", que publicou em seu site uma entrevista em vídeo com ele, datada de 6 de junho.
Snowden, que segundo o "Guardian" passou quatro anos como prestador de serviços no NSA, copiou documentos secretos no escritório da agência no Havaí, há três semanas, e então disse ao seu supervisor que precisava de algumas semanas de folga para se tratar de uma epilepsia. Em 20 de maio, ele viajou para Hong Kong.
Funcionários de um hotel de luxo onde ele se hospedou disseram à Reuters que Snowden saiu de lá por volta de 12h de segunda-feira (hora local). Ewen MacAskill, jornalista do "Guardian", disse que Snowden continua em Hong Kong.
"Ele não tinha um plano. Ele pensou detalhadamente em vazar os documentos, e aí decidiu que, em vez de ficar anônimo, iria a público. Então ele pensou nisso detalhadamente, mas seus planos para depois sempre foram vagos", disse MacAskill.
O jornalista acrescentou que o denunciante provavelmente tentará pedir asilo em algum país, "mas não tenho certeza de se isso será possível ou não".
"Imagino que haverá uma verdadeira batalha entre Washington, Pequim e grupos dos direitos civis a respeito do seu futuro", afirmou.
Os Estados Unidos e Hong Kong têm um tratado de extradição em vigor desde 1998.

Alô, alô, chamando da zona política americana

Deu para entender?
Para quem se frustra aqui nos EUA com a falta de cooperação entre os partidos ou a inglória dificuldade de encontros políticos em uma zona de intersecção em nome do bem da nação, são dias excepcionais para dissipar a frustração. O problema é que as coalizões montadas são uma zona, na esteira das revelações sobre a magnitude do aparato de vigilância que se insere na luta contraterrorista.
Uma dança de nomes sobre a doideira do debate deixará zonzo um brasileiro que não acompanha o dia-a-dia da política americana, portanto eu corro o risco aqui de simplificar, embora precise dar alguns destes nomes. No geral, o establishment no Congresso ficou com a versão da Casa Branca de que os programas de vigilância são necessários, legais e limitados. Com isto, para este establishment, não faz sentido uma narrativa orwelliana.
Existe fúria com o vazamento (a fonte que se apresentou é Edward Snowden, um ex-funcionário da CIA e que prestava consultoria para a Agência de Segurança Nacional, NSA, na sigla em inglês) e contra o principal recipiente das revelações, o blogueiro, advogado e radical de esquerda Glenn Greenwald (que escreve no jornal inglês The Guardian). Na televisão, no domingo, o deputado republicano Mike Rogers, chefe da comissão de inteligência da Câmara, mal escondia sua raiva com a diatribe criminosa de quem fizera o vazamento (e isto antes mesmo que Snowden viesse a público, do seu refúgio em Hong-Kong, que na explicação dele é China, mas não é China).
Já sobre Greenwald, o lendário advogado Alan Dershowitz (em geral, pró-Obama) escreveu que ele personifica os traços paranóicos da política americana e vive justificando o terror contra os EUA e Israel.  É possível traçar paralelos entre este caso e o episódio Wikileaks, envolvendo o soldado Bradley Manning (que está sendo julgado em corte marcial) e Jules Assange, asilado na embaixada equatoriana em Londres. Equador é Equador mesmo. Greenwald é um entusiasmado defensor de Assange.
Senadores influentes dos dois partidos repetem que danos profundos foram causados à segurança nacional com as recentes revelações. Vale lembrar que para a coalizão indignada com este aparato de vigilância, visto como uma afronta às liberdades civis, o establishment bipartidário no Congresso não passa de cúmplice dos governos Bush e Obama, pois foi informado da existência dos programas secretos e aquiesceu.
Na imprensa, o conservador Wall Street Journal, vociferante contra o governo abusivo e malevolente de Obama em outros escândalos recentes (como o da receita federal), em editorial ,”alertou que, em meio a reais abusos do poder, existe a tentação política de amarrar a garimpagem de dados a uma narrativa sobre um governo fora de controle. Tal oportunismo poderá apenas enfraquecer nossa defesa contraterrorista e colocar em perigo o país”.
Com o liberal New York Times, tradicional pilar de apoio ao governo Obama, foi o contrário. Pouca indignação com os outros escândalos e a denúncia sobre a falta de credibilidade do governo nesta questão do aparato de vigilância (embora a versão do editorial no papel tenha sido suavizada em relação ao texto publicado originalmente online).
Nesta zona, o New Tork Times foi para a cama com uma coalizão que é rotulada de “liberal-tária”. Seria a fusão de liberais (como os esquerdistas são conhecidos nos EUA) e libertários de direita (mas aqui também temos os de esquerda). Senadores nas bordas dos dois partidos estão juntos, como o democrata Roy Wyden e o republicano Mike Lee.
E nada mais incrível do que ter neste coro estridente, figuras como os senadores Bernie Sanders, o único assumidamente socialista, e Rand Paul, marca registrada do movimento libertário e porta-estandarte do Tea Party. São setores que, por motivos diferentes, suspeitam e consideram que o governo seja nocivo aos interesses da nação, mas se unem em algumas causas, como esta de denunciar o complexo militar e de inteligência.
É fácil denunciar políticos por hipocrisia, oportunismo e inconsistência (o senador e candidato presidencial Barack Obama com suas perorações liberais e promessas de transparência é diferente do presidente Barack Obama, forçado a sair das sombras com as revelacões sobre o aprofundamento do seu governo no estado de vigilância), mas muitas das figuras citadas acima, ao longo do espectro, sempre estiveram no mesmo lugar, com sua coerência.
A minha impressão inicial é a de que a coalizão indignada com o aparato de vigilância não terá capital político para virar o jogo no Congresso, além de alguns paliativos na legislação e nas regras operacionais, diante da força do establishment. Mais incerto para mim é como reagiria a Corte Suprema caso receba o caso, argumentando a inconstitucionalidade destes programas operados no governo Bush e agora no de Obama.
Um ponto interessante nesta convoluta controvérsia foi o encontro na zona de intersecção de algumas figuras díspares que sempre estiveram no mesmo lugar. Vamos deixar claro que Obama está com sérios problemas de crediblilidade, com sua honestidade crescentemente questionada nas pesquisas de opinião pública, mas que ironia! O presidente prometeu governar acima das tradicionais divisões partidárias. Nesta questão dos Estados da Vigilância da América, ele conseguiu diferentes uniões, a favor e contra.

domingo, 9 de junho de 2013

Russos encontram carcaça de mamute com sangue líquido

Descoberta pode levar à clonagem da espécie da Era do Gelo

 

Mamutes lanosos foram extintos há dez mil anos, mas os cientistas acreditam que pequenos grupos da espécie ainda sobreviveram por mais tempo no Alasca e nas ilhas da costa siberiana.
O genoma da espécie já foi decodificado a partir de pelos, e alguns pesquisadores acreditam que é possível cloná-la se células vivas forem encontradas.

Veja o vídeo:

AP
Carcaça de mamute encontrada na costa siberiana, que continha sangue em estado líquido

Uma carcaça de mamute lanoso, contendo sangue em estado líquido foi encontrada na semana passada em uma ilha remota no Ártico, alimentando esperanças de clonar o animal da Era do Gelo.
Os restos do mamute estavam em bom estado porque a parte inferior do corpo estava enterrada em gelo puro, explicou Semyon Grigoryev, chefe do Museu do Mamute, que liderou a expedição às Ilhas Lyakhovsky, na costa da Sibéria.
"O sangue é bem escuro e foi encontrado nas cavidades de gelo abaixo do abdome do animal. Quando quebramos estas cavidades, o sangue começou a jorrar", descreveu em um comunicado divulgado pela Universidade Federal do Nordeste em Yakutsk, que mandou a equipe à Sibéria.

'Guardian' revela identidade de fonte de vazamentos de dados nos EUA

Homem de 29 anos trabalha em empresa de defesa e é ex-técnico da CIA.
Edward Snowden está em Hong Kong e diz que não fez 'nada de errado'.


Um ex-técnico da CIA, a agência de inteligência americana, e atual funcionário da empresa de consultoria de defesa e estratégia Booz Allen Hamilton é a fonte que revelou ao jornal britânico "The Guardian" as informações confidenciais sobre programas de vigilância de comunicação dos EUA, informou a publicação neste domingo (9).
"Não tenho nenhuma intenção de me esconder porque sei que não fiz nada de errado", disse Edward Snowden, de 29 anos, que está em Hong Kong desde 20 de maio, em entrevista publicada no site do "Guardian".
Snowden deixou a CIA em 2009 e, nos últimos quatro anos, Snowden trabalhou na Agência de Segurança Nacional dos EUA como empregado de várias empresas terceirizadas, incluindo a Booz Allen Hamilton.
Em nota que acompanha o primeiro conjunto de documentos divulgados por ele, Snowden diz: "Entendo que eu vou sofrer por minhas ações", mas "estarei satisfeito se a política de leis secretas, perdão desigual e poderes executivos irresistíveis que governam o mundo que eu ano seja revelada nem que seja por um instante".
Apesar de ter revelado várias informações secretas, o homem insistiu que quer evitar os holofotes da mídia.
"Não quero atenção do público, porque não quero que a história seja sobre mim. Quero que seja sobre o que o governo dos EUA está fazendo. (...) Realmente quero que o foco esteja sobre esses documentos e sobre os debates que espero que isso desencadeie entre os cidadãos de todo o mundo sobre o tipo de mundo que queremos viver. Minha única motivação é informar o público sobre o que é feito em nome dele e o que é feito contra ele", disse ao "Guardian".
Até agora, Snowden tinha uma vida confortável, que incluía um salário anual de US$ 200 mil (R$ 426 mil), uma carreira estável e uma casa no Havaí, onde morava com a namorada.
"Estou disposto a sacrificar tudo isso porque não posso, em sã consciência, permitir que o governo dos EUA destrua a privacidade, a liberdade na internet e as liberdades fundamentais de pessoas ao redor do mundo, com essa máquina de vigilância maciça que está construindo secretamente."
Entenda o caso
A revelação, feita pela imprensa, de que o governo dos EUA espiona telefonemas e atividade online de seus cidadãos colocou o governo Obama na defensiva na sexta-feira (7).
O presidente dos EUA, Barack Obama, disse na sexta que os parlamentares americanos estavam informados sobre as atividades de espionagem do governo, tema de polêmica desde que reveladas pela imprensa nos últimos dois dias. O democrata afirmou que as conversas telefônicas dos cidadãos americanos "não estão sendo ouvidas" e que as salvaguardas constitucionais estão sendo garantidas na atividade de monitoramento.
"Ninguém está ouvindo suas ligações telefônicas. O programa não é isso", disse o presidente no Vale do Silício, na Califórnia, em seus primeiros comentários sobre o tema.
"O que a comunidade de inteligência está fazendo é olhar os números de telefone e a duração das chamadas. Eles não estão olhando nos nomes das pessoas, e não estão olhando o conteúdo, mas, estudando os assim chamados "metadados", eles podem identificar algumas tendências que podem ajudar as autoridades a interromper potenciais planos terroristas", disse.
O jornal "Washington Post" informou na quinta-feira (6) que as autoridades federais têm utilizado os servidores centrais de empresas como Google, Apple e Facebook para ter acesso a e-mails, fotos e outros arquivos de usuários, permitindo a analistas rastrear movimentos e contatos de uma pessoa.
A revelação aumentou as preocupações com a privacidade após uma reportagem do "Guardian" afirmando que a Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA) tinha obtido registros telefônicos de milhões de clientes de uma subsidiária da Verizon Communications.
 Analista de uma empresa de defesa dos EUA, Edward Snowden, de 29 anos, é fotografado em um quarto de hotel de Hong Kong neste sábado (9) pelo jornal 'The Guardian' (Foto: Ewen MacAskill/The Guardian/Reuters)